Trocar o pão francês pela tapioca realmente vale a pena? Entenda 'disputa'
Muitas pessoas que estão de dieta decidem substituir o pão francês pela tapioca por acreditar que a tapioca tem menos calorias. Mas nem sempre essa é uma boa escolha.
É importante ter em mente que a tapioca é rica em carboidratos e sua quantidade de calorias não difere tanto do pãozinho: de acordo com a TACO (Tabela Brasileira de Composição dos Alimentos) da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), 100 gramas de pão francês contêm cerca de 300 calorias. E a mesma quantidade de tapioca possui aproximadamente 289 calorias.
No entanto, a vantagem do pão francês é que ele possui um índice glicêmico menor do que a concorrente. Por isso, libera a insulina mais lentamente e evita que o organismo receba elevadas quantidades de açúcar em um curto intervalo de tempo, o que é muito benéfico para quem busca emagrecer, assim como para aquelas que tem resistência à insulina ou diabetes.
É importante também tomar cuidado com o excesso de consumo da tapioca. Ela pode favorecer o surgimento de diabetes tipo 2, pois possui carga e índice glicêmicos altos. A carga glicêmica é a quantidade de glicose que o alimento possui e o índice glicêmico é a velocidade com que entra no organismo. Sendo assim, pode sobrecarregar o pâncreas, que libera a insulina.
Ainda de acordo com a TACO, ao comparar 100 g de pão francês e de tapioca, o primeiro possui quantidades maiores de ferro (nutriente que ajuda quem tem anemia), potássio (mineral que ajuda a regular a pressão arterial), zinco (que colabora com a imunidade) e das vitaminas B1, B2 e B3 (que ajudam na metabolização da energia).
Já a tapioca ganha essa disputa por ter menos sódio e gordura em sua composição. Também possui quantidades maiores de cálcio (mineral ligado à saúde dos ossos), retinol (derivado da vitamina A que ajuda na saúde da visão) e de vitamina C (que é antioxidante e ajuda a proteger o organismo).
E, por não ter glúten, a tapioca pode ser consumida por quem possui a doença celíaca (reação imunológica à ingestão de glúten) ou tem alergia a alimentos à base de trigo.
Ou seja, escolhendo bem os recheios (evitando itens calóricos e vazios em nutrientes), ambos podem ser alimentos saudáveis. Tudo depende do seu objetivo e limitações de saúde.
Fontes: Frederico Lobo, nutrólogo e presidente e diretor científico da Associação para Estudos de Estratégias Ortomoleculares em Medicina; Maria Fernanda Vischi, nutricionista do HCor (Hospital do Coração); Marcela Voris, nutróloga e membro da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia); Fabio Bicalho, nutricionista funcional e membro do Instituto Brasileiro de Nutrição Funcional.
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