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Cérebro dos homens 'reduz' 70% até as 20h e depois 'reinicia', diz estudo

Pesquisadores fizeram exames de ressonância magnética no cérebro de um homem de 26 anos 40 vezes ao longo de 30 dias Imagem: Getty Images/iStockphoto

Colaboração para VivaBem*

01/10/2024 12h54

Um estudo revela que o cérebro dos homens "diminui" até 70% durante o dia, das 7h às 20h, e depois "reinicia". Isso está relacionado a mudanças nos hormônios, como testosterona, cortisol e estradiol, que ocorrem no corpo masculino ao longo do dia. A pesquisa foi publicada em 18 de setembro no The Journal of Neuroscience.

Laura Pritschet, uma das autoras do estudo e especialista em psiquiatria na Universidade da Pensilvânia (EUA), explica que essa mudança no cérebro acontece durante toda a vida dos homens, mas a intensidade varia de pessoa para pessoa.

Por dentro do cérebro masculino

À procura de evidências, os pesquisadores fizeram exames de ressonância magnética no cérebro de um homem de 26 anos 40 vezes ao longo de 30 dias. Eles realizaram os exames às 7h da manhã e às 20h. De manhã, os níveis de três hormônios estavam no auge, enquanto à noite, estavam bem reduzidos.

A equipe descobriu que as alterações no cérebro coincidiram com a variação dos hormônios. Quando os hormônios estavam mais altos, o cérebro tinha um volume maior, e quando os níveis caíam, o cérebro diminuía de tamanho. Portanto, a redução dos níveis hormonais está relacionada ao encolhimento do cérebro.

"Você pode pensar nisso quase como um ritmo pulsante da manhã à noite. As mulheres também experimentam um fluxo diário de hormônios, mas não é tão pronunciado, porque o ciclo menstrual está simultaneamente conduzindo mudanças de longo prazo nos hormônios", explicou Pritschet ao site Live Science.

Áreas atingidas pelo fenômeno

Imagem: grayjay/Shutterstock

O estudo mostrou ainda quais áreas do cérebro passam por essas mudanças. A espessura do córtex, que é a camada externa do cérebro, diminui, especialmente nas regiões occipital (ligada à visão) e parietal (relacionada ao toque e à percepção espacial). A matéria cinzenta, que é composta por neurônios e suas conexões, perde cerca de 0,6% do seu tamanho original.

Fora essas áreas, outras partes mais distantes do cérebro, como o cerebelo (que controla a coordenação e o equilíbrio), o tronco cerebral (que conecta o cérebro ao corpo) e partes do hipocampo (responsável por armazenar memórias), também mostraram variações.

Contudo, os pesquisadores observaram que não entendem completamente como a queda dos hormônios está relacionada a essas alterações no cérebro. "Acho que essa é uma questão em aberto. Esse é, eu acho, outro exemplo desmascarando o mito de que os hormônios são relevantes apenas para as mulheres", disse Elle Murata, coautora do estudo e estudante do doutorado em psicologia e ciências cerebrais na Universidade da Califórnia, Santa Barbara, nos EUA.

Redução também é sinal de alerta

Para além do que constatou o estudo, saiba também que o encolhimento cerebral, mas não ao longo do dia, também pode ser um dos primeiros sinais do Alzheimer, principalmente a partir dos 65 anos —e isso vale tanto para homens como para mulheres.

O cérebro encolhe, literalmente, em algumas áreas. A primeira região afetada é o hipocampo, responsável pela memória e o aprendizado. Nossas lembranças mais importantes são consolidadas em outra parte do cérebro, e não são implicadas tão cedo. Mas a formação de novas memórias é comprometida.

Pequenos esquecimentos e falta de concentração costumam ser os primeiros sintomas para a maior parte das pessoas. Dificuldades para resolver problemas ou atividades antes apreciadas também podem se destacar no início e podem ser interpretadas como ansiedade, desinteresse ou depressão.

Com o passar do tempo, os depósitos das proteínas beta-amiloide e tau (fatores que os cientistas acreditam estar por trás do Alzheimer) se espalham para mais partes do cérebro. Linguagem, orientação espacial, pensamento lógico e regulação das emoções, entre outras funções mentais, são afetados.

Na fase mais avançada, há prejuízos motores. A pessoa tem dificuldade para ficar de pé, caminhar, engolir, controlar o esfíncter etc., tornando-se totalmente dependente.

O Alzheimer em si não mata, mas suas complicações podem ser fatais. É o caso da pneumonia.

Dos primeiros prejuízos à memória até a fase avançada podem se passar dez ou 15 anos.

*Com informações de reportagem publicada em 24/01/2024

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