Estas perguntas nunca devem ser feitas às crianças na volta da escola

De acordo com a psicóloga Pamela Li, graduada pelas universidades Harvard e Stanford (EUA) e especialista em parentalidade, há perguntas frequentes que muitos pais fazem aos filhos ao voltarem da escola, mas que, segundo ela, não deveriam ser feitas.

Li aponta que as perguntas a seguir são exemplos de questionamentos que não devem ser feitos às crianças, pois são considerados genéricos e podem parecer meras formalidades:

"O que você aprendeu hoje?"

"Como foi seu dia?"

"O que vocês fizeram na escola?"

As crianças então podem dar respostas curtas, como "tudo bem", "não me lembro" ou "não sei", indicando que podem precisar de um descanso mental e que não se sentem realmente ouvidas ou compreendidas pelos pais ou responsáveis.

Use outros tipos de perguntas

De acordo com Li, os pais devem priorizar conversas mais profundas sobre o dia escolar de seus filhos, optando por perguntas mais específicas em vez de genéricas. Ela indica que, no jantar, os pais demonstrem interesse genuíno pelas experiências dos filhos, promovendo um diálogo mais significativo.

Vale perguntar:

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"Você levantou a mão na aula hoje?"

"Alguém se meteu em problemas com os professores?"

"O que fez você rir hoje na escola?"

"Ao lado de quem você se sentou no refeitório?"

"Como foi aquela prova que te deixava nervoso?"

Ao fazer perguntas mais direcionadas, as crianças costumam se sentir mais confortáveis para compartilhar. Contudo, se não estiverem dispostas ou capazes de se expressar, não há motivo para preocupação. A psicóloga enfatiza que, em muitas ocasiões, as crianças podem não ter grandes novidades para contar; elas podem optar por ficar em silêncio ou parecer um pouco desconectadas.

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Enquanto esse comportamento não se tornar um padrão repentino e duradouro, os pais podem ficar tranquilos. Além disso, os professores também notarão eventuais mudanças e poderão informá-los sobre o comportamento da criança, conclui a psicóloga.

Não questione sobre carreira futura

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Imagem: Getty Images

Perguntar "o que você quer ser quando crescer?", segundo pesquisadores, é uma outra pergunta ingênua, por meio da qual os adultos procuram conhecer os interesses da criança. E também pais, avós, tios e professores costumam repetir esse questionamento à medida que ela cresce.

Para os pequenos, porém, a resposta às vezes é difícil, e os especialistas alertam que isso pode ter um efeito contraproducente. Pode resultar em pressão para encontrar uma vocação, fazendo com que muitas crianças se sintam perdidas e deprimidas. Além disso, a pergunta persistente pode limitar o leque de escolhas.

Assim, os especialistas dizem que é melhor perguntar o que a criança gosta de fazer, não o que ela quer ser.

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"A resposta a essa pergunta ["o que você quer ser quando crescer?"] para as crianças quase sempre se limita a algumas carreiras sobre as quais elas tenham algum conhecimento", diz Ryan Duffy, professor de psicologia da Universidade da Flórida (EUA), que se especializou no estudo da vocação dos seres humanos.

"Acho que se as crianças aspiram a essas carreiras e depois a maioria acaba seguindo outra, isso pode levar à insatisfação", acrescentou ele à BBC Mundo.

*Com informações de reportagem publicada em 06/05/2021

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