Quais os sinais de 'pé diabético' e os cuidados para evitar sua amputação?
Colaboração para VivaBem*
03/10/2024 16h55
O diabetes é uma doença caracterizada pelo excesso de açúcar no sangue e surge devido à atuação ineficaz da insulina, o hormônio responsável por baixar a glicemia.
"Um quadro de diabetes com níveis altos de açúcar circulando por um período prolongado pode levar ao que chamamos de 'pé diabético', termo que se refere a uma série de alterações e complicações que acometem os membros inferiores", informa Paulo Chaccur, diretor de cirurgia cardiovascular no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (SP).
Quem sofre com a condição pode apresentar a neuropatia diabética (danos nos nervos) ou a doença vascular periférica (danos nos vasos sanguíneos) dessa região.
Quando a condição surge
Havendo circulação sanguínea deficiente e níveis de glicemia mal controlados, o "pé diabético" pode se manifestar. Seus principais sintomas são:
- Mudança de temperatura;
- Alteração da cor;
- Inflamação e deformidade dos ossos;
- Dormência e formigamento;
- Sensação de queimação;
- Rachaduras e frieiras.
A situação fica ainda mais grave com a falta de sensibilidade. O principal risco é o ferimento sem que o diabético perceba, um simples machucado pode evoluir rapidamente para uma ferida grave e de difícil cicatrização.
Essas lesões, quando não cuidadas e devidamente tratadas, têm a probabilidade de evoluírem para infecções graves e até úlceras. O quadro pode chegar a um estado de gangrena, com possível necessidade de amputações parciais ou totais de dedos do pé, do pé todo ou de parte da perna. Paulo Chaccur, cirurgião cardiovascular
A prevenção é a melhor solução para não sofrer com as consequências do problema, ou seja, manter um controle rigoroso dos níveis de açúcar no sangue. O tratamento adequado evita que o tecido inicie um processo de necrose, tornando irreversível a recuperação e levando à amputação do membro afetado. Ao menor sinal de mudança, procure um médico imediatamente.
Cuidados com o "pé diabético"
Higiene diária: dedos, calcanhar e toda as áreas do pé devem ser lavados diariamente com água morna e sabonete. É importante não esfregar a pele ao secar com uma toalha macia. Para finalizar, aposte em um creme hidratante para evitar ressecamentos.
Unhas e calosidades: o diabético deve evitar realizar o corte das unhas em casa para não se machucar e para não encravar com um corte incorreto. O ideal é que um podólogo faça isso para ele, pelo menos uma vez por mês. Isso também vale para o tratamento de calosidades, não é indicado tentar mexer para resolver o problema sozinho.
Umidade: o paciente deve evitar fazer escalda pés ou manter os pés úmidos após o banho. Essa é uma forma de evitar que a pele fique frágil, quebradiça e favorável a proliferação de fungos, que causam micoses ou frieiras.
Escolha do calçado: o sapato deve ser fechado e macio para não causar atrito nos dedos ou nas laterais. Por isso, prefira os sapatos baixos e evite andar descalço, com sandálias ou chinelos para o pé não ficar exposto.
Outros hábitos também podem ajudar: não fumar (o cigarro reduz o fluxo sanguíneo para os membros inferiores), manter uma alimentação equilibrada e saudável, praticar atividades físicas regulares e seguir corretamente as orientações de tratamento indicadas por seu médico.
Qualquer pessoa com diabetes tem risco de ter "pé diabético", mas alguns fatores elevam a probabilidade, entre elas: ter o diagnóstico de diabetes há muito tempo, especialmente se o nível de glicose no sangue for frequentemente mais alto do que o recomendado ou sem controle; estar obeso; ser sedentário; ter mais de 40 anos; apresentar níveis de pressão arterial ou colesterol altos.
*Com informações de coluna de VivaBem de 24/09/2023