Escapes de xixi são comuns: normalizar assunto facilita busca por soluções
Apesar de todos os aprendizados e acúmulos de experiências positivas que a passagem do tempo traz, não dá para negar que a maturidade também chega com novos desafios.
Para as mulheres que estão com mais de 45, 50 anos, a chegada da menopausa talvez seja a condição mais conhecida. Porém, escapes de xixi (ou incontinência urinária) são algo muito comum —uma em cada quatro mulheres convive com eles— e podem se tornar mais frequentes na maturidade, por causa das alterações hormonais que ocorrem nessa fase da vida.
Apesar disso, o assunto ainda é considerado tabu. Para desmistificá-lo, o evento VivaBem no Seu Tempo, realizado no último sábado (28), promoveu um bate-papo entre Marisa Cazassa, gerente executiva da Kimberly Clark e responsável pela marca POISE, e a jornalista especializada em saúde Lúcia Helena de Oliveira, colunista de VivaBem.
Lúcia Helena aproveitou sua experiência na área de saúde para falar sobre as origens do problema: desde que o Homo sapiens ficou em pé, o peso do abdome e de todos os órgãos que estão ali se acumularam sobre a musculatura do assoalho pélvico. Por causa dessa exigência, com o tempo os músculos podem ter suas funções prejudicadas —entre elas, o controle da bexiga.
"A mulher tem um pesinho extra, o útero, e, mesmo antes da menopausa, ainda mais se ela teve filhos e não cuidou desse assoalho pélvico, começa a ter um escape ou outro de urina quando vai fazer exercício ou movimento mais forte", explicou a jornalista.
Para contextualizar o impacto que o escape de urina pode ter na mulher 45+, Cazassa citou a curva da felicidade, que, na fase adulta, tem a forma da letra 'U', com seu vale justamente nessa idade.
"Aqui no Brasil ainda há uma cultura que cultua o corpo jovem, sexy e sarado", lembrou a executiva. "A mulher brasileira, nessa fase, se olha no espelho e vê algumas marcas de expressão na pele, o cabelo ficando branco e o corpo que não é mais o mesmo, ainda mais se ela vier a vivenciar os sintomas de menopausa. Se ela ainda começa a ter escapes de urina, a sensação é de que perdeu o controle."
Troca de informações e soluções
Uma pesquisa feita pela marca POISE mostrou que 80% das mulheres não falam sobre o assunto nem mesmo com seus próprios médicos, o que pode prejudicar não só a normalização da condição como também a busca por soluções.
Um exemplo disso: 60% das mulheres ainda usam absorventes menstruais comuns para conter o escapa urinário. Esses produtos, no entanto, são adequados para absorver o sangue, que é mais grosso.
"Se usa o produto inadequado ou não usa nada, a mulher acaba saindo menos de casa, bebendo menos água? Seu estilo e qualidade de vida são afetados", afirmou Cazassa.
Não precisaria ser assim: "Hoje há diversas soluções disponíveis, mas que, muitas vezes, não geram identificação com as mulheres por serem de marcas até então ligadas à incontinência severa."
Por isso, para a executiva de Kimberly Clark, a conversa tanto com profissionais de saúde, capazes de fornecer orientações adequadas à necessidade e ao corpo de cada pessoa, quanto entre amigas é fundamental: "Faz bem dividir porque a gente descobre muitas coisas em comum; é como se fosse uma sessão de terapia."
Precisamos falar de escape de urina como falamos de espinha na adolescência, primeira menstruação, cólica. Ele tem que entrar no nosso vocabulário de troca, de pensar sobre saúde Lúcia Helena de Oliveira, colunista de VivaBem
Uma das formas de prevenir ou minimizar os escapes de xixi é fortalecer a musculatura do assoalho pélvico. No VivaBem no Seu Tempo, o público presente participou de aulas com exercícios que trabalham a região. Veja aqui três deles, que são simples e podem ser feitos em casa.
O evento do UOL teve também outras atividades focadas na saúde e bem-estar do público acima de 45 anos, como aula de ioga, massagem e orientação nutricional. Além disso, a atriz Flávia Alessandra conversou sobre assuntos importantes da maturidade com Cláudia Raia, Jarbas Homem de Mello, Carmo Della Vecchia, Luciana Mello e Cláudia Ohana. Confira as entrevistas mais abaixo e no YouTube de VivaBem.
*O VivaBem no Seu Tempo teve patrocínio de A.C. Camargo Cancer Center, Oi e POISE, além de apoio de Amanary SPA e UTreino.
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