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Não só para emagrecer: 6 sinais de que você precisa de dieta personalizada

Imagem: peakSTOCK/iStock

Léo Marques

Colaboração para VivaBem

17/10/2024 12h00

Quando se fala em dieta personalizada, a primeira coisa que vem à mente é restrição alimentar para perda de peso. Mas a verdade é que personalizar a alimentação pode atender a muitas outras necessidades. Desde deficiências nutricionais, passando por problemas hormonais e alergias, até fatores metabólicos que impedem um ganho de massa muscular mesmo diante de muito exercício, por exemplo.

Para abordar essas questões, é fundamental contar com a orientação de profissionais especializados. Nutricionistas e nutrólogos desempenham papéis complementares nesse processo, mas com enfoques diferentes:

Nutricionista: possui formação em nutrição e é capaz de elaborar um plano alimentar personalizado, focando na promoção da saúde e prevenção de doenças através da alimentação equilibrada. Esses especialistas podem recomendar determinadas doses de suplementos e solicitar exames, como hemogramas e análises de vitaminas.

Nutrólogo: a nutrologia é uma especialidade médica que diagnostica e trata problemas alimentares, identificando alterações no metabolismo e na absorção de nutrientes. O nutrólogo também previne doenças relacionadas à nutrição, como obesidade e transtornos alimentares. Ele pode prescrever medicamentos e suplementos em doses mais elevadas, além de realizar investigações aprofundadas que podem considerar até mesmo o perfil genético e bioquímico do paciente.

Ambos os profissionais são essenciais para uma abordagem completa e eficaz na busca por uma alimentação saudável.

A seguir, conheça seis sinais de que você precisa de uma dieta personalizada:

1. Você não consegue perder peso

Imagem: iStock

Mesmo diante de exercícios físicos ou dietas restritivas, algumas pessoas podem encontrar dificuldade na perda de peso. Fatores como metabolismo lento, desajuste hormonal, resistência à insulina e leptina (hormônio da saciedade) ou mesmo genética podem influenciar nessa dificuldade.

Outra questão importante é que uma dieta pode não funcionar para uma pessoa como funciona para outra. "Às vezes, a composição da dieta dessa pessoa, sem uma orientação adequada, pode estar muito pobre em calorias. Nosso organismo entende pouca caloria como um momento de emergência, então ele precisa poupar mais ao invés de gastar", explica Thaís Barca, nutricionista esportiva e funcional da Clínica CliNutri, de São Paulo.

Além disso, há ainda a possibilidade de calorias ocultas, quando a pessoa acaba beliscando em alguns momentos ou monta o prato achando que está fazendo de acordo com o ideal e no fim está consumindo mais do que o necessário. "Não só a quantidade importa, mas a qualidade dos alimentos. Se tiver muito açúcar refinado, gorduras, aditivos químicos, isso pode atrapalhar também o progresso", salienta Barca.

Para descobrir a causa, a análise vai de uma anamnese, que é uma investigação bem detalhada de histórico médico e familiar, a exames laboratoriais para avaliar níveis de vitaminas, minerais, hormônios, glicose e lipídios, passando inclusive por testes genéticos para identificar variações que podem influenciar a resposta a determinados nutrientes, hábitos e tratamentos.

2. Tem dificuldade para ganhar peso ou massa muscular

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Ganhar peso e massa muscular pode ser desafiador, se houver problemas como baixo apetite, metabolismo acelerado, deficiências nutricionais ou desregulações hormonais.

Outra questão é que muitas vezes pessoas com esse biotipo não têm uma ingestão calórica suficiente e acabam comendo menos do que deveriam de acordo com a necessidade ou mesmo consumindo menos vitaminas, minerais, proteínas, carboidratos e gorduras que seu corpo pede. A deficiência nutricional pode vir ainda de problemas gastrointestinais.

"Uma dieta associada a um tratamento personalizado pode fornecer os nutrientes necessários para apoiar a recuperação muscular e o crescimento, ajustar a ingestão calórica e de proteínas, e fornecer suplementos específicos se necessário", indica Ciro Ventura, nutrólogo especialista em obesidade e emagrecimento pelo Hospital Albert Einstein e em medicina de precisão pela Universidade de Genebra.

3. Sua glicose está sempre alta

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A nutrição adequada ajuda a controlar níveis de glicose no sangue e melhorar a resposta à insulina. No diabetes tipo 2, a dieta pode ser ajustada para melhorar a sensibilidade à insulina e controlar o peso, enquanto no tipo 1, a ênfase pode estar em equilibrar a ingestão de carboidratos com a administração de insulina.

Neste caso, o objetivo do tratamento nutricional é manter a doença sob controle, evitando sintomas e complicações graves como cegueira e amputações. Com a dieta correta, a progressão do diabetes pode ser significativamente reduzida, garantindo desfechos mais saudáveis.

"O ideal seria o paciente que tem uma tendência familiar ou já está manifestando alguns indicadores de que ele possa vir a desenvolver diabetes faça o acompanhamento nutricional antes do estabelecimento da doença", aconselha Rachel Francischi, nutricionista pela USP e autora do livro Vegetarianismo e Veganismo em nutrição materno-infantil.

4. Seu colesterol nunca abaixa

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Ventura explica que, neste caso, uma alimentação personalizada pode focar em fontes específicas de gorduras saudáveis, fibras e outros nutrientes que ajudam a regular o colesterol e os triglicerídeos. Isso inclui ajustar a ingestão de ácidos graxos essenciais, como ômega 3, reduzir alimentos que contribuem para níveis elevados de lipídios e melhorar a saúde cardiovascular geral.

"Um nutrólogo pode identificar também a necessidade de uso medicamentoso ou suplementar para otimizar o controle destes níveis lipídicos, além de regular padrões alimentares individuais desajustados que afetam negativamente os níveis de lipídios e favorecem ganho de peso", diz ele.

A nutricionista Thaís Barca alerta que muitas vezes outras condições de saúde podem estar associadas a essa dificuldade de diminuição do colesterol, como diabetes e hipertensão.

"É justamente a alimentação a causa do colesterol ou dos triglicérides aumentado. Claro que você pode ter uma tendência genética, mas é através da alimentação e do estilo de vida que isso está se manifestando naquele organismo. Então, por mais que a gente possa tratar com medicamentos, e existem hoje ótimos medicamentos para redução dos níveis de colesterol e de triglicérides, se a gente não mexe na causa, que é uma alimentação desbalanceada, é como você ficar enxugando gelo", reforça Francischi.

5. Você está sempre doente

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Deficiências nutricionais ou desequilíbrios, inclusive emocionais, podem enfraquecer a resposta imunológica e aumentar a suscetibilidade a infecções. Muitas vezes, essas pessoas têm um sistema imunológico mais fraco e também uma resposta imunológica mais exacerbada em relação a infecções e vírus.

Pessoas com inflamação sistêmica maior precisam, por exemplo, consumir mais alimentos anti-inflamatórios, como certas frutas, legumes e verduras verde-escuro, vermelho, roxo, também gorduras mais saudáveis como as de castanhas, nozes, azeite e abacate.

"É bem comum também que essas pessoas não consumam as calorias necessárias de acordo com sua idade, sexo, nível de atividade física e condição de saúde. Muitas vezes comem pouquíssimo, o que deixa também a imunidade mais baixa. Ou fazem restrições com medo de consumir carboidrato, por exemplo, e sabemos que o carboidrato é um nutriente que vai ajudar a modular a imunidade", aponta Barca.

Uma alimentação personalizada pode fortalecer o sistema imunológico ao garantir uma ingestão adequada de vitaminas, minerais e antioxidantes essenciais para a função imunológica. Isso fará com que o corpo tenha condições de lutar contra invasores, diminuindo tanto a severidade do episódio como a frequência com que eles acontecem.

6. Pele inflamada, queda de cabelo e unhas fracas

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O nutrólogo Ciro Ventura explica que problemas de pele (como acne e ressecamento), queda de cabelo e unhas fracas muitas vezes estão associados a deficiências nutricionais, desequilíbrios hormonais ou inflamação crônica.

"Nutrientes específicos, como vitaminas A, C, D, E, biotina, zinco e ácidos graxos essenciais, desempenham papéis críticos na saúde da pele, cabelo e unhas. Uma dieta e suplementação personalizadas podem corrigir essas deficiências e promover uma melhor saúde dermatológica e capilar", comenta.

No caso de inflamação da pele, alimentos ricos em antioxidantes e ômega 3, por exemplo, podem ajudar a reduzir essa inflamação e melhorar o aspecto da saúde da pele. E, ao contrário, uma dieta mais rica em açúcar e gordura saturada pode piorar essa inflamação.

"Com relação à queda de cabelo, é muito comum uma deficiência de ferro, zinco, biotina, vitamina D e também de proteínas. Consumir esses nutrientes essenciais, vai fortalecer mais os folículos capilares, garantir que a melanina continue ali bonitinha - reduzindo os fios brancos também - e promover o crescimento saudável do cabelo", conta a nutricionista Thaís Barca.

Já unhas quebradiças, propensas a rachaduras, que descamam em lâminas ou mesmo estriadas, com várias ondulações, pode ser sinal de deficiência principalmente de biotina, vitamina B12, ferro e zinco. "Além disso, para manter a integridade é necessário consumir mais proteína, afinal a unha é composta principalmente de proteínas, que é queratina", aconselha Barca.

Outros sinais que merecem atenção

Além dos problemas citados acima, outros sinais de que uma dieta personalizada pode ser necessária envolvem:

Fadiga persistente ou baixa energia: pode indicar deficiências nutricionais ou desequilíbrios metabólicos.

Alterações no sono: problemas para dormir podem estar relacionados a questões nutricionais ou hormonais.

Problemas digestivos: como inchaço, constipação ou diarreia frequente.

Mudanças inexplicáveis no peso: ganho ou perda de peso que não pode ser explicado por outros fatores.

Problemas de concentração e memória: pode refletir deficiências nutricionais que afetam a função cognitiva.

"Esses sinais indicam que a abordagem dietética padrão pode não ser suficiente e que uma dieta e tratamento personalizados podem ajudar a tratar as causas subjacentes", diz Ventura.

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