Pilates na parede funciona? Qualquer um pode fazer?
Já ouviu falar em "pilates de parede"? Essa modalidade, uma variação do pilates tradicional, utiliza a parede como apoio para a realização de uma série de exercícios.
"A modalidade utiliza apenas o peso do próprio corpo e a resistência proporcionada pela parede. Isso torna a prática acessível a todos, sem a necessidade de equipamentos caros ou espaços amplos", diz Aline Valente, especialista em pilates e instrutora da UPX Sports.
Parede vai além de dividir cômodos
Não é algo inovador usar a parede como suporte. Como informam as fontes consultadas por VivaBem, ela sempre foi um recurso de adaptação e regressão de exercícios e movimentos, conforme os diferentes graus de dificuldade e limitação individuais. "O que é novo é trabalhar só utilizando ela, com aulas curtas, de 10 a 20 minutos", informa Andrea Sbrissa, professora na Cia Athletica Anália Franco (SP).
Para Sbrissa, que ainda é pós-graduada em fisiologia do exercício, "a parede dá maior estabilidade para a realização de certos exercícios de maior intensidade e equilíbrio, e trabalha com eficiência e força, contribuindo, assim, com a resistência muscular e o tônus". Portanto, é correto afirmar que seu uso não se limita à arquitetura, as vantagens sobre ela para treinos fazem sentido.
Valente acrescenta que o pilates na parede também é de baixo impacto, sendo uma boa opção para quem está iniciando na prática de exercícios, e pode ser adaptado para diferentes objetivos e treinos. "A modalidade até alivia estresse e aumenta disposição e concentração, é um grande remédio para a saúde", garante.
Por ser um exercício, requer cuidados
Mas não pense que basta copiar os vídeos sobre pilates na parede que você vê no celular. "O método pilates tem seis princípios básicos (respiração, centralização, concentração, controle, precisão e fluidez de movimento). Portanto, para que traga benefícios, é importante que se domine todas essas bases. Exercícios em vídeo não contam com a supervisão de profissionais", alerta Jennifer Suassuna, professora de educação física do Unipê (Centro Universitário de João Pessoa), em João Pessoa.
E o recado se estende para além dos praticantes novatos. "Devemos orientar os exercícios mais desafiadores até mesmo para alunos com alto grau de vivência com o pilates, bem como tomar cuidado com determinados exercícios para os que têm alguma questão de saúde, principalmente na coluna cervical ou lombar, para não gerar dor ou piorar condições", comenta a professora da Cia Athletica.
Por isso, é indispensável saber e comunicar quais são suas limitações físicas, seu grau de treinamento, de consciência corporal e equilíbrio, pois alguns movimentos, somados à falta de força e controle motor, podem não ser executados de forma correta, facilitando até lesões. "Lembre-se que a parede é uma superfície lisa e escorregadia e pode causar acidentes", reforça Aline Valente.
Por isso, a indicação para quem for praticar a modalidade é utilizar meias antiderrapantes, bem como tênis que mantêm os pés inteiros no chão, proporcionando mais equilíbrio nos movimentos de força e condicionamento.
"Na parede podemos desenvolver aulas completas, mas não é obrigatório permanecer nela o tempo inteiro. Pode ser utilizada para um momento pontual, como uma finalização", informa Letícia Marchetto, educadora física e fundadora do Studio Let's Pilates.
*Com informações de reportagem publicada em 04/07/2024
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