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Cuidar da mente para uma vida mais harmônica


Quais são os três tipos de burnout e como identificar e tratar esgotamento?

Imagem: Getty Images

Colaboração para VivaBem*

21/10/2024 16h20

A síndrome de burnout pode ser identificada como um nível devastador de estresse no ambiente de trabalho, que supera a capacidade de a pessoa lidar com o problema.

A sobrecarga é o motivo número um para o desenvolvimento da síndrome, mas a falta de reconhecimento do gestor, baixo nível de autonomia e de participação nas decisões, corte de gastos, reestruturações na empresa, impossibilidade de promoção e conflitos com o chefe ou com colegas também podem desencadear o transtorno.

"Quem sofre desse mal desenvolve três características: sensação de estar desprovido de recursos físicos e emocionais para enfrentar a situação; frieza e falta de empatia em relação aos colegas; e sentimento de culpa devido à baixa produtividade", explica a psicóloga Ana Maria Rossi. Segundo ela, a culpa leva muitas pessoas a esconderem a síndrome, principalmente pelo medo de perderem o emprego.

"Essa pessoa vai tentar compensar o baixo rendimento se dedicando mais e fazendo hora extra, mas não vai adiantar. A síndrome é mais forte que ela", ressalta Rossi. Por isso, é imprescindível que haja uma conversa honesta com seus superiores assim que a estafar for percebida. "Esconder só irá agravar o problema", diz.

Três tipos principais de burnout

Imagem: iStock

Cada tipo de burnout pode afetar as pessoas de maneiras diferentes, mas todos compartilham o fator comum de esgotamento emocional e físico. E é possível desenvolver todos eles.

1. Burnout por volume: resulta de um alto volume de responsabilidades, uma agenda lotada e pouquíssimo tempo de descanso.

A pessoa frequentemente se considera ocupada e é vista assim pelos outros;

Quando sua agenda já está cheia, sente ressentimento ao receber mais pedidos e percebe que erros são custosos, dada a falta de tempo para corrigi-los;

Muitas vezes, acredita que não há horas suficientes no dia e gostaria de ter um assistente ou ser duas pessoas;

Ela também experimenta ansiedade no início da semana, ciente do estresse que virá, e sente culpa e medo de não aproveitar todas as oportunidades;

Apesar de prometer a si mesma que essa fase de ocupação é temporária, já passou por várias fases semelhantes nos últimos anos.

2. Burnout social: causado por demandas interpessoais que excedem os recursos sociais disponíveis.

A pessoa é vista como o amigo ou colega "confiável" e "altruísta", frequentemente assumindo tarefas que não faria por conta própria;

Ela sente culpa ao tentar recusar pedidos e justifica suas ações com o pensamento de que gostaria que alguém fizesse o mesmo por ela, apesar de raramente pedir algo em troca;

Ao receber convites, a reação inicial é de desânimo, e ela sonha em se libertar das obrigações sociais e desaparecer por um tempo.

3. Burnout por tédio: ocorre devido ao desinteresse crônico por aspectos da vida ou do trabalho.

A pessoa se sente desconectada da sua rotina e não se recorda da última vez que se divertiu;

Ela sente inveja ou confusão ao ver outros empolgados com suas vidas e se frustra ao acordar, lidando com responsabilidades que parecem pesadas;

Tem dificuldade em começar o dia, reconhece sua infelicidade no trabalho ou estudos, mas falta energia para promover mudanças;

Além disso, luta com a falta de confiança em si mesma e na direção que sua vida está tomando, sempre sentindo que não está fazendo o suficiente.

Como diagnosticar e tratar burnout

"A síndrome de burnout é insidiosa. Ela vai se manifestando pouco a pouco, sem a pessoa se dar conta. Quando o diagnóstico chega, já estamos no auge da crise", destaca Ana Maria Teresa Benevides-Pereira, psicóloga e autora do livro Burnout: Quando o Trabalho Ameaça o Bem-estar do Trabalhador.

Se não cuidado, o transtorno pode causar úlceras, cardiopatias, diabetes, doenças autoimunes, crises de pânico e depressão ou levar ao alcoolismo, ao uso de drogas e até mesmo suicídio. Portanto, ao primeiro sinal de que algo está errado, procure ajuda psicológica ou psiquiátrica.

"O fundo do poço não se atinge de um dia para o outro. Se perceber que até mesmo as coisas prazerosas do dia a dia perderam o sentido e que ir ao trabalho se tornou um suplício, converse com um profissional", adverte Benevides-Pereira.

Por meio de uma avaliação, o profissional irá analisar o histórico do paciente, sua relação com o trabalho e os sintomas percebidos. Comprovado o transtorno, é passado o tratamento.

"A psicoterapia aliada à reeducação em relação à forma de trabalhar tem se mostrado a melhor forma de tratamento. Os medicamentos podem ser úteis para aliviar os sintomas, caso necessário", orienta a profissional. Ansiolíticos ou antidepressivos só devem ser usados com prescrição médica.

*Com informações de reportagem publicada em 21/03/2018

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