Musculação: 8 erros comuns que atrapalham o crescimento muscular
Quem pratica musculação há algum tempo deve saber que ter bons resultados de hipertrofia e conquistar a tão sonhada definição muscular não é uma tarefa fácil. O processo exige muita dedicação nos treinos e na alimentação, além de cuidados com outros hábitos.
O que muita gente não sabe é que deslizes comuns durante a prática de exercícios e até em outros momentos do dia podem prejudicar o ganho de massa magra. A seguir, mostramos equívocos comuns que podem estar afastando você do seu objetivo.
1. Não usar carga adequada nas repetições
Quando se levanta peso, as fibras musculares se rompem. Isso gera um estímulo para que o organismo reconstrua essas fibras maiores e mais fortes, para suportar um peso mais elevado da próxima vez — o que chamamos de adaptação.
Quando essa adaptação ocorre, é preciso aumentar a carga para gerar um novo estímulo e promover a hipertrofia. Por isso, um dos principais erros no treino para ganho de massa é pensar só no número de repetições de cada série, sem adequar corretamente a carga.
Para a hipertrofia, deve-se executar entre oito a 12 repetições por série. Mas essa quantidade, sozinha, não garante resultado. Os exercícios têm de ser executados sempre com uma carga perto do limite que o aluno suporta fazer aquele número de repetições. Exemplo: se seu treino manda fazer 12 repetições de supino e você termina a série em condições de realizar mais duas ou três repetições, é sinal de que é necessário aumentar a carga. Se não fizer isso, o músculo não vai sofrer a tensão (estímulo) necessária para crescer adequadamente.
2. Não respeitar o intervalo entre as séries
Para hipertrofia, a pausa geralmente varia entre 45 segundos a 1 minuto e 30 segundos. Se o aluno descansa menos do que o necessário, pode faltar força para fazer o número de repetições indicado ou para usar a carga adequada na série seguinte. Já fazer um intervalo maior do que o indicado afeta a intensidade do treino e ele não oferece o estímulo planejado pelo professor.
3. Não descansar adequadamente entre um treino e outro
Não é durante o treino e, sim, no momento de descanso que seus músculos crescem — por isso o período de recuperação é tão importante.
Em geral, para hipertrofia, o mais indicado é que se descanse de 36 a 48 horas antes de trabalhar um mesmo grupo muscular, ou seja, se treinou perna hoje, você não precisa ficar sem ir para a academia amanhã, basta malhar outra parte do corpo (peito, costas etc.).
Demorar demais para voltar a treinar um grupo muscular também é ruim, pois você perde a janela para a adaptação dos músculos e, geralmente, não consegue evoluir com a carga.
4. Não se atentar ao nível de vitamina D
Muita gente nem imagina, mas o baixo nível de vitamina D também pode comprometer a hipertrofia muscular. Quando os raios solares penetram na nossa pele, desencadeiam uma série de reações que levam à produção da vitamina D. Nos músculos, ela se liga aos receptores celulares e auxilia tanto na manutenção como na contração da musculatura.
Por mais que existam suplementos e alimentos fontes de vitamina D, a ciência já aponta que a substância tem maior estabilidade e durabilidade no nosso organismo quando é produzida pela exposição solar.
5. Viver estressado e/ou dormir mal
Quando estamos muito nervosos ou ansiosos, há um aumento do nível de cortisol (popularmente chamado de hormônio do estresse) no organismo. Isso prejudica a produção de testosterona, estrogênio e GH (hormônio do crescimento), que são anabólicos, ou seja, favorecem a manutenção e construção do tecido muscular.
Dormir mal também prejudica a hipertrofia pois gera um estresse no organismo e aumenta o nível de cortisol. Além disso, é durante o período de sono que nosso corpo fabrica boa parte da testosterona (que também é produzida pelas mulheres) e GH.
6. Não se alimentar corretamente
Há muitos erros na dieta que afetam o ganho de massa muscular. Um dos principais é não ter uma alimentação saudável, que forneça a quantidade adequada de proteínas, carboidratos e gorduras. Nesse tipo de alimentação há o predomínio de alimentos naturais: frutas, verduras, legumes, carnes magras, ovos, castanhas.
Além disso, é preciso consumir mais calorias do que seu corpo gasta por dia, para sobrar energia para o crescimento muscular.
Como você deve saber, a proteína é essencial para a construção muscular. O recomendado para quem busca hipertrofia é consumir cerca de 2 g do nutriente por quilo de peso corporal ao dia. Também não é preciso tomar o shake de proteína logo depois do treino. O importante é uma ingestão de nutrientes distribuída ao longo do dia.
O ideal é consultar um nutricionista para elaborar um cardápio com as porções ideias para você, respeitando suas necessidades individuais.
7. Achar que só é possível ganhar músculos com suplementos
Na academia, é comum ouvir que não é possível ter hipertrofia sem tomar suplemento, especialmente o whey protein, rico em proteínas. Isso é um mito. Como já falamos, o mais importante é consumir cerca de 2 g do nutriente por quilo de peso ao dia — uma pessoa com 70 kg, por exemplo, precisa de 140 g de proteínas. E isso pode ser obtido com alimentos naturais, como carne, frango, peixe, ovo, laticínios, grão-de-bico, ervilha, lentilha.
8. Abusar de álcool
Beber uma ou outra vez não atrapalha os resultados do treino, mas transformar o consumo de álcool em hábito é contraindicado.
De maneira direta, o álcool afeta diversos sistemas do nosso organismo, como o renal e o hepático. Como a substância é tóxica, o fígado se concentra em metabolizar o álcool (para se livrar o mais rápido possível dele) e acaba "não priorizando" a metabolização de outras substâncias importantes para a produção de hormônios essenciais para a recuperação e construção muscular, como a testosterona.
Além disso, o consumo de álcool fragmenta o sono (você desperta várias vezes ao longo da noite, às vezes sem perceber), faz com que você durma mal e prejudica a produção de hormônios e a recuperação muscular (e do organismo em geral).
*Com informações de reportagem publicada em 27/08/2021
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