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Café aumenta colesterol? Depende de como você prepara; conheça o cafestol

Café coado oferece menos risco porque substância fica presa no filtro Imagem: penkanya/Getty Images/iStockphoto

De VivaBem, em São Paulo

28/10/2024 05h30

A forma como você prepara seu café e o tipo que você consome podem fazer diferença na sua saúde. O motivo é uma substância presente naturalmente nos grãos de café, chamada de cafestol.

Quando você faz o café, como o expresso, que não passa por um filtro, essa substância gordurosa, o cafestol, fica presente na bebida. E já foi amplamente estudado que o cafestol tem uma tendência em elevar o LDL, colesterol considerado 'ruim'.
Guilherme Falcão Mendes, nutricionista pela UnB e professor da PUC Brasília

Entenda o cafestol

A substância é mais comum em cafés que não são coados, como expressos, turcos e italianos, e os que são feitos na prensa francesa. No café coado, por exemplo, não há tanto risco, porque a substância fica "presa" no coador —principalmente se for de papel, explicam os especialistas consultados por VivaBem.

Uma parcela significativa dessa substância fica retida no filtro, principalmente o filtro de papel, que tem uma retenção melhor, e aí não é uma grande preocupação.
Guilherme Falcão Mendes, nutricionista pela UnB

A presença do cafestol pode elevar os níveis de LDL no sangue. Consequentemente, há a formação de placas nas artérias, aumentando risco de infarto e derrame.

A quantidade de cafestol em bebidas de café pode variar de acordo com o método de preparo. Café na prensa francesa e o café turco são os que apresentam as maiores concentrações devido à ausência da filtragem.

Os efeitos maléficos vão depender da quantidade e dos antecedentes do paciente, explica Edmo Atique Gabriel, cardiologista, nutrólogo e colunista de VivaBem.

Os cafés com origem no Mediterrâneo e no Oriente Médio têm em torno de quatro a cinco vezes mais cafestol por xícara do que o expresso. Sendo assim, o ideal seria, no máximo, quatro expressos ao dia. Se for do Mediterrâneo ou do Oriente médio, no máximo duas xícaras ao dia.
Edmo Atique Gabriel, cardiologista e nutrólogo

Mas, calma, não precisa demonizar o café, explicam os especialistas. A bebida é saudável, pois o grão tem compostos antioxidantes, vitaminas e minerais que trazem diversos benefícios e podem até mesmo prevenir doenças.

Então, não é uma recomendação a exclusão, a não ser que a pessoa tenha, de fato, hipercolesterolemia familiar, que é a tendência genética a ter colesterol alto. Para fins de controle em casos assim, uma das medidas é diminuir o consumo de café, principalmente na forma expressa e outras que não usam o filtro.
Guilherme Falcão Mendes, nutricionista pela UnB

Fonte adicional: Emiliano Folly, nutrólogo do Hospital São Vicente de Paulo (RJ)

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