Spirulina: suplemento da alga auxilia no emagrecimento e no treino?

A spirulina ou espirulina é um tipo de alga verde-azulada, popularmente conhecida como "alga azul" (cianobactéria), muito rica em nutrientes. Ela se desenvolve em águas alcalinas doces e marinhas de regiões quentes.

Segundo a nutricionista Vanderli Marchiori, fitoterapeuta e fundadora da APFIT (Associação Paulista de Fitoterapia), como toda alga, a spirulina é um ser autônomo. Isso quer dizer que ela produz os próprios nutrientes para sobreviver e se reproduzir. Por esse motivo, ela é fonte de proteínas e aminoácidos — em 3 g da alga (sugestão máxima de consumo diário), há quase 2 g de proteína, segundo o USDA (departamento de agricultura dos EUA).

Ela também fornece antioxidantes, vitaminas do complexo B, vitamina A, vitamina C e minerais como cálcio, ferro, zinco e magnésio.

A spirulina geralmente é comercializada como suplemento alimentar, na forma de cápsulas, pó ou tabletes.

Para quem a spirulina é indicada?

Devido à alta biodisponibilidade de ferro, o suplemento pode ser indicado para pacientes com anemia, além de mulheres que têm um fluxo menstrual grande. Seu pool de nutrientes ainda contribui para o metabolismo energético, por isso é interessante para mulheres que estão no climatério ou na menopausa.

As boas doses de antioxidantes e de minerais contidos na alga ainda ajudam a combater inflamações e melhorar a imunidade, algo benéfico para idosos, pessoas convalescentes e obesos, que têm o organismo inflamado por conta do excesso de gordura.

Como consumir o suplemento

A spirulina só deve ser consumida sob orientação de um nutricionista ou médico. A indicação diária é de 500 mg a 3 g, sendo que ela deve ser ingerida cerca de 40 minutos antes das grandes refeições (café da manhã, almoço ou jantar).

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A spirulina ajuda a emagrecer?

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Ainda não há consenso sobre essa questão, mas uma revisão de estudos publicada no BMJ Journals indica que o alimento pode auxiliar nos resultados de uma dieta saudável para perda de peso por prolongar a saciedade.

Este efeito estaria relacionado à melhora da ação do hormônio leptina, responsável por controlar o apetite, devido às ações anti-inflamatória e antioxidante da alga. Assim, o suplemento poderia ser uma ferramenta interessante para indivíduos obesos que têm resistência a esse hormônio — algo que os leva a consumir alimentos em maior quantidade, ultrapassando as calorias recomendadas.

Outra ação benéfica que a alga demonstrou em testes com ratos é em relação à modulação da microbiota intestinal, aumentando a diversidade de micro-organismos no órgão — algo que comprovadamente interfere no peso do indivíduo.

"A spirulina também faz um papel desintoxicante, por ter fibras solúveis e insolúveis que ajudam a varrer as toxinas do organismo", acrescenta Marchiori. "Fora que seu efeito anti-inflamatório é interessante em casos de inflamação de baixo grau causada pela obesidade", complementa a nutricionista Patrícia Campos-Ferraz, doutora em bioquímica pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

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De qualquer maneira, mais estudos precisam ser realizados para concluir se realmente a spirulina é uma aliada do emagrecimento.

Benefícios para quem treina

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Poucos estudos investigaram os benefícios da alga para os praticantes de atividade física. Mas, um deles, publicado no Medicine & Science in Sports & Exercise, sugere que a suplementação com a alga induziria um aumento significativo no desempenho do exercício.

Apesar de ser um dado interessante, mais estudos precisam ser realizados para confirmar esse benefício, que pode estar relacionado ao alto teor de antioxidantes da alga, contribuindo para a recuperação muscular dos atletas e permitindo um bom desempenho na próxima sessão de exercícios.

"A spirulina é rica em ficocianinas, compostos fenólicos e clorofila, que são antioxidantes interessantes para pessoas que treinam demasiadamente e não conseguem se recuperar adequadamente", coloca Campos-Ferraz

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Efeitos colaterais

Segundo Marchiori, o consumo excessivo de spirulina (quantidades superiores a 3 g por dia) pode causar desconfortos gastrointestinais por conta do volume maior de fibras ingeridas. Além disso, como qualquer outra proteína, a alga pode causar alergia, apesar de ser um quadro raro.

Contraindicações

Caso estejam contaminadas por metais pesados, as algas podem ser prejudiciais para pacientes com doenças hepáticas. "Por isso, recomenda-se consumir produtos que têm laudo de isenção de contaminação, algo fornecido pelos laboratórios e farmácias de manipulação", orienta Marchiori.

*Com informações de reportagem publicada em 30/04/2021

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