Risco à saúde: entenda novo alerta da Anvisa sobre falsificação de Ozempic
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) emitiu um novo alerta esta semana sobre a falsificação de Ozempic, remédio injetável para tratamento de diabetes tipo 2 em adultos. De modo off-label (fora da prescrição em bula), o medicamento também é usado em casos de obesidade.
O que aconteceu
Farmacêutica comunicou a Anvisa sobre indícios de falsificação. A Novo Nordisk, empresa responsável pelo Ozempic, comunicou à agência que canetas de insulina Fiasp e FlexTouch teriam sido readesivadas e reaproveitadas com rótulos do medicamento à base de semaglutida. O material foi possivelmente retirado, de forma indevida, de canetas originais do medicamento.
O lote NP5K174 é um lote original e autêntico de Ozempic, mas os seus rótulos teriam sido usados em embalagens de insulina vendidas como Ozempic em uma fraude que ainda segue em investigação. Alerta da Anvisa
Casos de falsificação ocorreram em pelo menos seis cidades. Além da capital fluminense, onde uma mulher foi internada em meados deste mês por uso do produto falso, a empresa identificou casos isolados em Brasília (DF), Anápolis (GO), Curitiba (PR), Belo Horizonte (MG) e Paty do Alferes (RJ). No Rio de Janeiro, pelo menos quatro delegacias investigam casos semelhantes.
Como identificar Ozempic falso?
Fique atento às cores do produto. A caneta de Ozempic é de cor azul clara, com o botão de aplicação cinza. Já canetas de insulina Fiasp são azuis escura, com botão laranja.
Confira as características da embalagem. Desconfie se a caixa do medicamento estiver visivelmente alterada ou rasurada, em idioma estrangeiro e com aparência diferente da registrada, com informações incorretas sobre o produto. O Ozempic 1 mg é vendido apenas em canetas pré-preenchidas injetáveis.
Não há "nova fórmula". A Novo Nordisk afirma que não lançou nenhuma nova fórmula do medicamento desde sua chegada ao mercado, em 2019. Então, duvide de adesivos que tenham essa informação.
Preços muito abaixo dos aprovados pelo governo é sinal de alerta. A farmacêutica informa que todos os produtos seguem a tabela da CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos), órgão federal que regulamenta o preço dos medicamentos no país. Para checar o preço oficial dos medicamentos, basta acessar a tabela no site do governo, disponível aqui. O preço do Ozempic está na faixa de R$ 1000 a R$ 1.300.
Em caso de dúvidas, busque informações. População e profissionais de saúde são orientados a não utilizar o produto com suspeita de falsificação. É possível entrar em contato com o serviço de atendimento ao consumidor da Novo Nordisk, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, pelo telefone 0800 014 44 88, ou 24 horas pelo e-mail: sac.br@novonordisk.com
Insulina é risco potencial de morte
A insulina é um hormônio utilizado no tratamento da diabetes. A aplicação diminui o nível de glicose no sangue, mas se for feita de forma indevida, traz riscos à saúde, como hipoglicemia.
Hipoglicemia é grave. A primeira fase desse quadro causa taquicardia e tremores. Se não houver melhora, o corpo entra em estado de alerta e o cérebro ativa a liberação de adrenalina para fazer o fígado secretar glicose no sangue. Mas o nível de glicose pode ser insuficiente para superar a hipoglicemia, o que leva a um quadro de neuroglicopenia, ou seja, baixo nível de glicose no cérebro.
"O sistema nervoso entra em estado de convulsão e logo em seguida entra em coma", alertou o endocrinologista Levimar Araújo, da Sociedade Brasileira de Diabetes, em entrevista anterior a VivaBem. "Tem pessoas que perdem a primeira fase e já entram convulsionando." Em casos extremos, a hipoglicemia pode matar.
Deixe seu comentário