Roncos na barriga: conheça 7 motivos que podem causar os barulhos

É bastante comum que o estômago faça "barulho" quando estamos com fome. E pode ser constrangedor em alguns momentos. Conhecidos popularmente como "roncos", esses sons são chamados de borborigmos pelos médicos.

Os ruídos aparecem devido à contração muscular desse órgão, desencadeada pela produção de ácidos e das enzimas digestivas. Ao se contrair, o estômago move líquidos e o ar contido em seu interior, o que provoca sons. Quando o órgão está vazio, torna-se ainda mais alto.

Mas o som também pode vir do intestino. A boa notícia é que, na maioria das vezes, não significa algo grave. A seguir, veja detalhes das principais causas e quando é preciso tratamento.

1. Fome e o processo digestivo

Ficar muito tempo sem comer ou pular refeições faz com que surja aquele barulho característico no estômago. Mas você já parou para pensar por que isso acontece?

Primeiramente, é importante entender que a digestão é um processo complexo. O cérebro se comunica com o intestino por meio de um nervo conhecido como vago e informa que a refeição deve acontecer em breve. Com isso, aumentam as substâncias que estimulam a secreção do ácido estomacal e do movimento intestinal.

Com o estômago vazio, o barulho fica ainda mais alto, já que não há comida para absorver o ruído.

2. Gases

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Alimentos gaseificados, como refrigerantes, carboidratos, doces e gorduras aumentam a formação de gases e dos movimentos peristálticos do intestino. Por conta disso, surgem os barulhos na barriga.

Geralmente, não indica uma condição de saúde que precisa ser avaliada. Mas quando há liberação de gases em excesso, é importante se atentar se não indica algum tipo de intolerância a algum alimento.

3. Síndrome do intestino irritável

Trata-se de um distúrbio comum que afeta o intestino grosso. A causa exata ainda não é conhecida e sabe-se que interfere na motilidade do órgão, provocando contrações em excesso depois da ingestão de alimentos gordurosos ou em momentos estressantes.

Causa dor na barriga, gases, diarreia e constipação, além de ruídos. Nessas situações, há uma alteração na fisiologia do intestino, que provoca movimentos descoordenados e aparecem os sons desagradáveis.

4. Inflamações gastrointestinais

As inflamações intestinais provocam cólicas. A irritação da mucosa do intestino faz com que ele se movimente com muito mais rapidez e força do que o normal, provocando um barulho aumentado. Nesses casos, é importante estar atento se há outros sintomas presentes como febre, mal-estar e diarreia.

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5. Obstrução intestinal

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Ocorre quando algo está bloqueando o funcionamento do intestino. Com isso, os alimentos e fezes não conseguem se mover pelo órgão. Geralmente, é considerada uma situação de emergência, principalmente quando há bloqueio total do intestino.

A dificuldade de passagem de líquidos e gases pelo trato intestinal leva o intestino a aumentar a quantidade de movimentos peristálticos para facilitar a passagem. Essa situação aumenta os sons abdominais. Além disso, surgem sintomas como gases, inchaços da barriga, náuseas ou dor.

A obstrução intestinal ocorre por vários motivos. A mais comum são as aderências intestinais. Isso provoca a dificuldade da livre passagem dos alimentos e líquidos. Os movimentos peristálticos se tornam mais fortes e são chamados de ruídos de luta.

Esses casos são graves e requerem internação. Alguns tipos de câncer provocam obstrução intestinal e estomacal e precisam ser diagnosticados e tratados rapidamente.

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6. Intolerância alimentar

Algumas pessoas apresentam intolerância alimentar e surgem sintomas como ruídos desagradáveis na região da barriga e intestino. Entre os itens, estão: glúten, laticínios, leguminosas (como feijão) e até produtos com fibras. O ideal aqui é evitar esses alimentos.

7. Hérnias

O problema acontece quando uma parte de um órgão (geralmente intestino delgado) se desloca por meio de um orifício na parede abdominal, alterando a forma do abdome.

Quem possui uma hérnia nota com mais frequência os barulhos intestinais, pois uma parte do intestino estará para fora da parede abdominal. Há também um inchaço proeminente, dor localizada, náuseas e cólicas.

É importante que um cirurgião gastroenterologista seja consultado para avaliar e considerar a necessidade de uma cirurgia.

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Quando é motivo de preocupação

É preciso ficar atento se os ruídos na barriga não cessarem. Além disso, é necessário checar se não ocorreu a eliminação de gases e fezes por mais de 48 horas. E também se há outros sintomas como dor e distensão abdominal, que indica um quadro mais grave e requer atendimento médico imediato.

A seguir, veja alguns outros sinais que merecem preocupação:

  • Febre;
  • Diarreia frequente;
  • Fezes com sangue;
  • Azia que não passa;
  • Vômitos recorrentes;
  • Perda de peso involuntária e repentina.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é realizado por meio de um exame físico, onde o médico avalia o grau de distensão abdominal e ausculta os movimentos peristálticos. Podem ser solicitados exames complementares como a tomografia de abdome total com contraste e ressonância magnética.

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No entanto, um raio-X simples de abdome ou um exame de trânsito intestinal com contraste iodado ajudam a definir o melhor tratamento ou se há a necessidade de cirurgia.

Como evitar

Se o ruído na barriga não for causado por doenças, algumas atitudes simples amenizam os barulhos desagradáveis. Entre elas, estão:

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Beber mais água
Consumir água ajuda a melhorar a digestão e a diminuir os sinais de fome. O ideal é beber pequenas quantidades durante o dia.

Comer devagar e regularmente
Ingerir os alimentos sem pressa ajuda na digestão e reduz o ruído no estômago. Também é importante evitar pular refeições ou passar longos períodos sem se alimentar. A recomendação é realizar três refeições principais (café da manhã, almoço e jantar) e dois lanches intermediários.

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Caminhar depois das refeições
Andar um pouco logo após uma refeição acelera o esvaziamento gástrico. Com isso, evitam-se os ruídos provocados pela digestão.

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Ficar de olho no que coloca no prato
Alguns alimentos como frutas cítricas, café, feijão, brócolis, repolho, couve-flor, refrigerante, refeições ricas em gorduras, açúcares, carnes vermelhas e grãos integrais aumentam os ruídos estomacais após o consumo. Portanto, vale a pena consumir com moderação.

Fontes: Henrique Perobelli, gastroproctologista; Rafael Ferreira Lima, coloproctologista; Otávio Cansanção, médico da gastroenterologia cirúrgica; Décio Chinzon, especialista em gastroenterologia e endoscopia

*Com matéria de novembro de 2022

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