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Por que o PMMA, que causou inchaço em Maíra Cardi, é uma 'bomba-relógio'?

Maíra Cardi fala do uso de PMMA no rosto Imagem: Reprodução/TikTok

Do UOL, em São Paulo

07/11/2024 11h07

Maíra Cardi fez um vídeo em suas redes sociais dizendo que precisará passar por uma cirurgia para retirar um pedaço da bochecha por conta do uso de PMMA (polimetilmetacrilato).

Segundo a influenciadora, o procedimento foi feito com uma dermatologista em 2009, sem que ela tivesse conhecimento ou soubesse da gravidade que o uso da substância poderia causar.

A médica foi indicação de uma amiga, segundo Maíra, mas poucos dias após o procedimento ela já enfrentou problemas. "Uma semana depois eu fiquei completamente deformada. Minha cara ficou maior do que está agora. (...) É gravíssimo. Ainda hoje existem pessoas que usam", disse Maíra.

A influenciadora disse que resolveu falar sobre o assunto porque estava recebendo diversos comentários de seguidoras sobre o inchaço no rosto e questionando se ela estava grávida. Ela explicou que só poderá tentar engravidar após a retirada do PMMA.

O que é o PMMA

O material é um tipo de plástico. É usado na fabricação de lentes, na odontologia, em cremes de uso tópico e em procedimentos ortopédicos.

No rosto, ele é usado em microesfera, algo muito parecido com um gel. Principalmente em procedimentos que buscam algum tipo de preenchimento na pele.

Além de sintético, o PMMA é permanente, por isso é tão perigoso. Uma vez que ele é injetado nos tecidos, geralmente músculo, não pode ser removido sozinho.

O material, além de causar inflamações e deformar áreas onde foi aplicado, pode causar danos nos rins. Ele provoca a produção de granulomas, que estimulam a absorção de uma grande quantidade de cálcio pelo corpo que chega aos rins, danificando sua função.

Médicos chamam de "bomba-relógio". Ele pode também causar inflamação crônica, reações alérgicas e migração do produto para outras áreas do corpo.

Influenciadora morreu após complicações causadas por procedimento estético. Aline Ferreira tinha 33 anos e morreu após procedimento para aumento dos glúteos com PMMA.

Regulamentação no Brasil

O uso do PMMA no Brasil é autorizado pela Anvisa, que o classifica como classe IV (máximo risco). Porém, existem apenas duas situações que seu uso é permitido:

  • Correção de lipodistrofia (alteração no organismo que leva à concentração de gordura em algumas partes do corpo) provocada pelo uso de antirretrovirais em pacientes com síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids);
  • Correção volumétrica facial e corporal, que é uma forma de tratar alterações, como irregularidades e depressões no corpo, como em casos de poliomielite, fazendo o preenchimento em áreas afetadas por meio de bioplastia.

*Com informações de reportagem publicada em julho de 2024.

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