Por que o PMMA, que causou inchaço em Maíra Cardi, é uma 'bomba-relógio'?

Maíra Cardi fez um vídeo em suas redes sociais dizendo que precisará passar por uma cirurgia para retirar um pedaço da bochecha por conta do uso de PMMA (polimetilmetacrilato).

Segundo a influenciadora, o procedimento foi feito com uma dermatologista em 2009, sem que ela tivesse conhecimento ou soubesse da gravidade que o uso da substância poderia causar.

A médica foi indicação de uma amiga, segundo Maíra, mas poucos dias após o procedimento ela já enfrentou problemas. "Uma semana depois eu fiquei completamente deformada. Minha cara ficou maior do que está agora. (...) É gravíssimo. Ainda hoje existem pessoas que usam", disse Maíra.

A influenciadora disse que resolveu falar sobre o assunto porque estava recebendo diversos comentários de seguidoras sobre o inchaço no rosto e questionando se ela estava grávida. Ela explicou que só poderá tentar engravidar após a retirada do PMMA.

O que é o PMMA

O material é um tipo de plástico. É usado na fabricação de lentes, na odontologia, em cremes de uso tópico e em procedimentos ortopédicos.

No rosto, ele é usado em microesfera, algo muito parecido com um gel. Principalmente em procedimentos que buscam algum tipo de preenchimento na pele.

Além de sintético, o PMMA é permanente, por isso é tão perigoso. Uma vez que ele é injetado nos tecidos, geralmente músculo, não pode ser removido sozinho.

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O material, além de causar inflamações e deformar áreas onde foi aplicado, pode causar danos nos rins. Ele provoca a produção de granulomas, que estimulam a absorção de uma grande quantidade de cálcio pelo corpo que chega aos rins, danificando sua função.

Médicos chamam de "bomba-relógio". Ele pode também causar inflamação crônica, reações alérgicas e migração do produto para outras áreas do corpo.

Influenciadora morreu após complicações causadas por procedimento estético. Aline Ferreira tinha 33 anos e morreu após procedimento para aumento dos glúteos com PMMA.

Regulamentação no Brasil

O uso do PMMA no Brasil é autorizado pela Anvisa, que o classifica como classe IV (máximo risco). Porém, existem apenas duas situações que seu uso é permitido:

  • Correção de lipodistrofia (alteração no organismo que leva à concentração de gordura em algumas partes do corpo) provocada pelo uso de antirretrovirais em pacientes com síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids);
  • Correção volumétrica facial e corporal, que é uma forma de tratar alterações, como irregularidades e depressões no corpo, como em casos de poliomielite, fazendo o preenchimento em áreas afetadas por meio de bioplastia.
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*Com informações de reportagem publicada em julho de 2024.

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