6 erros comuns para evitar em tratamentos com antibióticos
Ao ter dor de garganta, gripe ou um resfriado mais forte, mesmo sem prescrição médica, muitas pessoas dão um jeito para tomar antibiótico e resolver o problema. Isso é um grande erro.
Além de nem sempre funcionar para tratar a doença que você tem, o uso desses medicamentos sem orientação médica pode tornar as bactérias mais resistentes e trazer diversas complicações à saúde.
Ainda é importante ressaltar que antibiótico serve para matar bactérias, e não vírus (que são os causadores da gripe, resfriado, covid-19 etc.).
Além de tomar esse medicamento sem prescrição, há outros erros que prejudicam a eficácia do tratamento e podem colocar sua saúde em risco. Mostramos alguns deles a seguir:
1. Abandonar o tratamento antes do final
Após ser ingerido, o antibiótico tem um tempo específico de "vida" em nosso organismo —isto é, um período que a substância permanece no corpo. Com base no tipo e na gravidade da doença, bem como a classe de antibióticos e seu tempo de vida, o médico prescreve o remédio para dez, sete, três dias... Esse período deve ser respeitado, mesmo que você deixe de apresentar sintomas da doença que está tratando.
Abandonar o tratamento antes do final pode tonar a bactéria ainda mais forte, porque ela não morre e pode gerar uma resistência ao medicamento ao qual foi exposta.
2. Não tomar o remédio no horário certo
O intervalo entre as doses é calculado de acordo com a chamada meia-vida do remédio —tempo que leva para que a concentração da droga no organismo seja reduzida pela metade. Uma dose ingerida antes da hora pode causar intoxicação ou simplesmente não ser absorvida pelo organismo. E se passar muito tempo da hora de tomar o remédio, a concentração da substância irá diminuir e você pode ter uma piora nos sintomas da doença e prejudicar a eficácia do tratamento.
3. Não ingerir a dose recomendada
Ao escolher a dose, o profissional leva em conta não só a doença, como também peso, idade e doenças relacionadas do paciente. Por isso, a dose também é um fator importante a ser respeitado. Se os sintomas piorarem, informe o seu médico antes de tomar qualquer atitude.
4. Tomar leite junto com antibiótico
O erro não vale para todos os tipos de antibióticos. Mas o cálcio dos laticínios pode inativar o efeito da tetraciclina, antibiótico bastante usado no tratamento de acne e no combate a um amplo espectro de bactérias. O medicamento adere ao mineral e acaba tendo sua eficácia reduzida. A recomendação é dar um intervalo de uma hora entre a administração do antibiótico e a ingestão de leite, queijo ou iogurte.
5. Consumir álcool durante o tratamento
É comum ouvir que ingerir álcool "corta" o efeito do antibiótico. Apesar de não ser exatamente isso que ocorre, a combinação não é recomendada pelos especialistas. O consumo de bebidas em conjunto com o remédio pode gerar reações e efeitos adversos, além de sobrecarregar o fígado —órgão responsável por metabolizar tanto o medicamento quanto o álcool no organismo.
Além disso, o álcool tem efeito diurético e pode fazer com que a concentração do antibiótico no corpo diminua mais rapidamente do que o normal, prejudicando seu efeito entre uma dose e outra (estamos falando da dose do remédio, não da "cachaça", ok?).
A bebida ainda prejudica a imunidade e irrita o sistema gastrointestinal, o que também pode acontecer com o uso do medicamento. Por todos esses motivos, o melhor é evitar beber durante o tratamento. O líquido mais indicado para acompanhar a ingestão de antibiótico é a água.
6. Usar um antibiótico que sobrou de tratamento anterior
O erro é grave com qualquer medicamento, mas, com os antibióticos, o perigo é dobrado. Há vários riscos envolvidos: alergia, diarreia, dores no estômago, intoxicação e o não tratamento da doença são só alguns deles.
E além do favorecimento do surgimento de superbactérias, tomar o medicamento à toa acaba afetando as bactérias naturais do nosso corpo e, muitas vezes, elas se tornam nocivas e passam a causar doenças.
Não é porque um medicamento funcionou em um tratamento anterior que ele deve ser usado novamente para o mesmo problema. A indicação é consultar um médico, que irá determinar a substância, a dose e o tempo de uso correto do tratamento.
*Com informações de reportagens publicadas em 30/12/2020 e 26/08/2024
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