Ator de 'Três É Demais' tem linfoma não Hodgkin: quais estágios do câncer

O ator Dave Coulier, 65, informou na quarta-feira (13) que foi diagnosticado com linfoma não Hodgkin em estágio 3. Ele é conhecido por interpretar Joey Gladstone no seriado "Três é Demais", de 1995, que lançou as gêmeas Mary-Kate e Ashley Olsen.

Coulier descobriu a doença em outubro, após sofrer uma infecção no trato respiratório superior, causada por um inchaço nos gânglios linfáticos, segundo a revista People. O inchaço aumentou rapidamente, e uma área chegou a ficar do tamanho de uma bola de golfe. Foi então que os médicos recomendaram exames de imagem e descobriram o câncer.

O que é o linfoma não Hodgkin

É um câncer no sangue que afeta os vasos e gânglios do sistema linfático, responsável pela defesa do corpo humano. É diferente da leucemia, que também acontece no sangue, mas atinge a medula óssea.

Os linfonodos, onde surge a doença, são estruturas encontradas principalmente no pescoço, nas axilas e nas virilhas. Elas são formadas basicamente por glóbulos brancos (células de defesa), que combatem as infecções. Quando há uma proliferação desordenada dos glóbulos brancos dos linfonodos, podem aparecer os chamados linfomas —cânceres nas células do sistema linfático.

Existem mais de 20 tipos de linfomas não Hodgkin, com diferentes níveis de gravidade, de acordo com o Inca (Instituto Nacional de Câncer). Em geral, o linfoma não Hodgkin pode atingir três tipos de células do sistema de defesa: as células B, que são os mais comuns, representando 85% dos casos; as células T; e as células NK. Além da classificação por células, há variações quanto ao grau de rapidez com que se espalha no corpo humano.

Não se sabe exatamente o que causa um linfoma. Estudos indicam que pessoas com imunidade comprometida por causa de doenças genéticas, expostas a agentes químicos e/ou altas doses de radiação têm mais risco à doença.

Quais os principais sintomas

  • Aumento dos gânglios linfáticos, especialmente na região do pescoço, das clavículas, axilas e virilhas, de maneira lenta e indolor;
  • Coceira;
  • Fadiga recorrente;
  • Febre e calafrios;
  • Suores intensos durante a noite;
  • Perda de peso (10% em menos de 6 meses) e de apetite.

O que cada estágio representa?

Cada estágio indica o "alcance" dos focos cancerígenos, destacando o quanto eles estão espalhados pelo corpo — lembrando que os gânglios estão em várias regiões.

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Estágio 1

O linfoma é encontrado em apenas uma área de um gânglio linfático ou em apenas uma área de um órgão do sistema linfático; ou o linfoma é encontrado em apenas uma área de um único órgão fora do sistema linfático.

Estágio 2

O linfoma está em dois ou mais grupos de gânglios linfáticos do mesmo lado (acima ou abaixo) do diafragma. Isso pode incluir gânglios linfáticos das axilas e pescoço, mas não a combinação de gânglios aumentados nas axilas e virilha; ou o linfoma é encontrado em um grupo de linfonodos e atingiu um órgão próximo. Pode também ter atingido outros grupos de gânglios linfáticos do mesmo lado do diafragma.

Estágio 3

O linfoma é encontrado nas áreas de gânglios linfáticos acima e abaixo do diafragma; ou o linfoma pode ter alcançado área ou órgão ao lado dos gânglios linfáticos, o baço ou os dois.

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Estágio 4

O linfoma se disseminou para um órgão que não pertence ao sistema linfático e não está perto do gânglio linfático; ou o linfoma se espalhou para a medula, a pleura, o fígado ou o cérebro.

Como é o diagnóstico

A detecção precoce do câncer é uma forma de trazer mais possibilidade de tratamento. Isso pode ser feito a partir de exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos.

São necessários vários tipos de exames para o diagnóstico adequado da doença, como: biópsia, punção lombar, tomografia computadorizada e ressonância magnética.

Esse rastreio determina o tipo exato do linfoma e esclarece outras características essenciais para o tratamento.

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Tratamentos

A estratégia de combate depende do tipo específico de linfoma. Mas a maioria é tratada com quimioterapia, associação de imunoterapia e quimioterapia, ou radioterapia.

*Com informações de reportagens publicadas em 27.nov.2018; 02.set.2022 e de Estadão Conteúdo, em 15.jul.2023