Ela nasceu com o coração do lado direito --e ele bate pelo Corinthians

Uma torcedora do Corinthians ganhou uma camiseta do time de futebol com o escudo do lado direito, uma posição incomum.

A mudança foi feita porque Mirella Santos da Mata, 9, nasceu com uma condição rara chamada dextrocardia —quando o coração é formado voltado para o lado direito, e não esquerdo, como normalmente ocorre.

"A Mirella nasceu com o coração do lado direito. E ela falou assim: 'Mãe, o símbolo [do Corinthians, na camisa] tem de ser do lado direito porque meu coração é do lado direito'", disse a mãe, em um vídeo publicado pelo Corinthians nas redes sociais.

Na publicação, o clube comentou a história.

Mirella nasceu com o coração do lado direito e, junto com sua família, sempre procurou camisas com o escudo do lado direito, mas nunca encontrou. Então, o Timão fez questão de presenteá-la com camisas exclusivas, com o escudo ao lado direito, o lado do seu coração.
Corinthians, em publicação nas redes sociais

O que é dextrocardia?

A causa da condição não está muito bem definida. O que os médicos já identificaram é que a dextrocardia ocorre no momento da embriogênese, o processo de desenvolvimento do embrião.

A grande maioria dos pacientes não tem doenças associadas. Em alguns casos mais raros, no entanto, as pessoas podem apresentar outras partes do corpo invertidas, condição conhecida como "situs inversos totales". Nesses casos, órgãos do abdome também apresentam inversões.

Continua após a publicidade

Normalmente não há sintomas. A parte cardíaca pode funcionar normalmente. No entanto, para realizar exames, é necessário atenção redobrada para adaptar os aparelhos.

A equipe tem de ter um cuidado para colocar os eletrodos do eletrocardiograma para o lado direito --tudo invertido em relação ao que a gente faz normalmente.
Fernando Ribas, cardiologista da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo

Mirella durante visita à Neo Química Arena, estádio do Corinthians
Mirella durante visita à Neo Química Arena, estádio do Corinthians Imagem: Arquivo pessoal

Não é necessário tratamento. Segundo o médico, o paciente pode conviver com a condição por toda a vida sem complicações.

É possível conviver isso com a vida toda e não limita o tempo de vida do paciente.
Fernando Ribas, cardiologista da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo