O que é osteomielite, que fez a ex-BBB Letícia Santiago fraturar mandíbula
De VivaBem*, em São Paulo
18/11/2024 11h09
A ex-BBB Letícia Santiago, 38, disse que fraturou a mandíbula devido a uma infecção nos ossos, a osteomielite. Ela ficou 13 dias internada após o diagnóstico e recebeu alta no dia 1º de novembro, mas no último dia 8 precisou voltar ao hospital e passar por uma cirurgia.
O que é osteomielite?
É uma infecção óssea rara, geralmente causada por bactérias, micobactérias ou fungos. Os agentes infecciosos se disseminam pela corrente sanguínea, pelos tecidos próximos infectados ou a partir de uma ferida aberta contaminada.
Bactérias comuns podem causar o problema. A Staphylococcus aureus é a mais frequente em casos de osteomielite. E além dos fungos, responsáveis em menor escala, a Mycobacterirm tuberculosis tabém pode estar envolvida.
A infecção pode afetar diferentes ossos do corpo. Em crianças, é mais comum aparecer nas extremidades dos ossos longos das pernas (fêmur e tíbia) e dos braços (úmero e rádio). Em pessoas adultas e idosas, os ossos da coluna vertebral e da pélvis são os mais atingidos.
Os sintomas mais comuns são dor no osso afetado, febre e perda de peso em alguns casos. A área sobre o osso também pode ficar dolorida, avermelhada, quente ou inchada, e movimentar a região afetada pode ser doloroso, com sensação de fadiga.
Infecção por diferentes maneiras
Corrente sanguínea. Se uma pessoa estiver com algum tipo de infecção descontrolada —no trato urinário ou nos pulmões, por exemplo—, os germes podem "viajar" até o osso através da corrente sanguínea.
Feridas graves. Essas aberturas na pele podem transportar as bactérias para o interior do corpo, especialmente se a pessoa tiver problemas de circulação sanguínea, como indivíduos com diabetes descontrolado.
Uso de cateteres mal esterilizados. Os cuidados também devem ser redobrados para quem faz hemodiálise ou possui outras condições que demandam o uso de cateteres —se não forem bem esterilizados, eles podem levar bactérias para o sangue.
Injeção de drogas ilícitas. Pessoas que injetam drogas ilícitas na veia também têm maior probabilidade de desenvolver osteomielite, porque podem acabar usando agulhas não esterilizadas.
Procedimentos cirúrgicos. Além disso, a contaminação pode ocorrer acidentalmente durante cirurgias para reparação de ossos quebrados ou substituição de articulações desgastadas, procedimentos que podem, acidentalmente, abrir um caminho para a entrada de bactérias.
Diagnóstico de osteomielite
Além da avaliação clínica da pessoa, o diagnóstico é feito por meio de exames. Geralmente, são pedidos exames laboratoriais de sangue e de imagem, como radiografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética e cintilografia óssea.
"O diagnóstico geralmente é tardio. Muitos médicos acabam não suspeitando dessa condição, porque dor nas costas é algo comum, especialmente em jovens. Quando o diagnóstico acontece, a destruição que as bactérias acabam causando é mais severa e o tratamento fica mais complicado", disse o ortopedista Marcelo Risso, em entrevista anterior a VivaBem.
Tratamento de osteomielite
Infecções ósseas provocam, inevitavelmente, a necrose do osso. Ou seja, o osso acometido pela bactéria morre, quebra e há destruição do tecido ósseo. Por isso, o tratamento envolve não somente o uso de antibióticos ou antifúngicos, mas também cirurgias para remover partes do osso que estão infectadas ou mortas, além de procedimentos cirúrgicos para reconstruir os ossos que foram destruídos.
Depois de receber alta da cirurgia, o tratamento continua. O paciente precisa receber antibiótico intravenoso por pelo menos seis meses para conter a infecção e garantir que a bactéria não vai se espalhar novamente.
*Com informações de reportagem publicada em 18/06/2023 e Manual MSD