10 traços típicos de pessoas com 'coração frio', sem nenhuma empatia
Colaboração para VivaBem*
21/11/2024 16h28
A psicanalista Maria Teresa Lopes explica que a empatia é um sentimento que só pode se manifestar quando alguém se coloca no lugar do outro. "Está diretamente ligada à compaixão e ao processo de identificação. Quando ocorre uma falha neste processo, ainda nos primórdios da vida do sujeito, com certeza comprometerá o desenvolvimento emocional e psíquico", explica.
A psicóloga Alessandra Augusto, que é pós-graduanda em terapia cognitivo-comportamental e em neuropsicopedagogia, alerta que o comportamento de uma pessoa "sem empatia" com o próximo (popularmente reconhecida como tendo o "coração frio") pode estar ligado a um transtorno de conduta ainda criança e depois evoluir para um transtorno de personalidade. Estamos falando de um indivíduo:
- Indiferente;
- Violador dos direitos alheios;
- Sem compaixão ou remorso;
- Que chega a ser agressivo e vingativo;
- Sempre em problemas com os amigos ou manipulador;
- Constantemente na defensiva;
- Que dificilmente assume o sofrimento, que define como fracasso;
- Impulsivo, que sai do emprego sem planejar;
- Troca de relacionamentos compulsivamente;
- Projeta a culpa em terceiros.
A especialista acrescenta que esse tipo de transtorno comportamental é apresentado na maior parte em pessoas do sexo masculino, mas as mulheres também podem ter. "A incidência maior é nos meninos e se manifesta de forma mais violenta, sendo comum atos de vandalismo e afronta às autoridades. Eles ficam irritados quando recebem ordens."
Pode, ou não, ser psicopatia
Geralmente, os psicopatas se apresentam como pessoas frias, manipuladoras, calculistas. Mas uma pessoa com patologias narcísicas também pode ser confundida por esses sintomas. A diferença é que o narcisista é voltado para ele mesmo, mas não sem emoção e muito menos calculista. "Ele simplesmente ignora o outro", diz Lopes.
Segundo ela, aqueles que muitas vezes chamamos de egoístas nem sempre são narcisistas. Muitas vezes são pessoas neuróticas que tiveram questões com os limites. "Antes a vida das pessoas era extremamente corrida, sem tempo para nada. E esse 'sem tempo' inclui pais que trabalham durante o dia, muitas vezes estendendo esse 'sem tempo' para seus filhos, deixando-os serem cuidados e educados por outros. Em função da culpa que isso gera, os adultos acabam não dando limites necessários para que as crianças possam se sentir amadas e cuidadas por eles", analisa.
Quer ser alguém melhor?
Praticar empatia começa com o ato de não julgar. Ao evitar focar nas falhas dos outros, você se torna mais capaz de ouvir, compreender e oferecer apoio.
Em vez de criticar, procure soluções e se abra para as histórias alheias, superando preconceitos e aceitando diferentes pontos de vista, sem precisar concordar com tudo.
Pratique a escuta atenta e, se não puder ouvir alguém no momento, seja educado e marque outro horário para conversar. Esteja disposto a ajudar de forma prática e busque entender o que os outros enfrentam, especialmente em contextos desconhecidos.
Reconhecer as diferenças é crucial para a empatia, pois nos coloca em uma posição de vulnerabilidade, permitindo uma conexão mais profunda.
Trate as pessoas com respeito, especialmente em momentos de estresse, e lembre-se de que sua postura durante os conflitos pode ser inesquecível.
Demonstre confiança: fofocas e críticas afastam as pessoas, enquanto a sinceridade e a confiabilidade fortalecem relações empáticas.
O tratamento para psicopatas inclui terapia cognitivo-comportamental e, em alguns casos, medicamentos para controlar comportamentos agressivos. No entanto, a eficácia pode ser limitada devido à natureza do transtorno.
*Com informações de reportagem publicada em 25/01/2021