Feijão geneticamente modificado é criado para evitar gases; entenda
Você já ficou com gases após saborear uma feijoada? Talvez esse problema esteja com seus dias contados. Cientistas da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) desenvolveram um feijão geneticamente modificado para minimizar esse desconforto, evitando a produção excessiva de gases durante a digestão.
Por meio de uma técnica chamada CRISPR, os pesquisadores desativaram dois genes no feijão encarregados pela produção de rafinose e estaquiose, tipos de carboidratos chamados oligossacarídeos e que o organismo tem dificuldade em digerir. De modo simplificado, o CRISPR "corta" partes específicas do DNA para modificar as características do feijão.
Os genes foram descobertos e mapeados há cerca de dez anos. Contudo, os cientistas precisaram entender como eles influenciavam a produção dos oligossacarídeos no feijão antes de realizar a modificação. Espera-se agora que em cinco a oito anos essa variedade de leguminosa alterada seja disponibilizada.
Truque caseiro para evitar gases
Outra boa notícia é que dá para evitar o desconforto abdominal com um truque simples. A técnica, conhecida como "remolho", implica deixar o feijão de molho de 12 a 48 horas antes de cozinhá-lo. Na hora de colocar na panela, a água do molho deve ser descartada, e o feijão deve ser cozido com uma água nova.
Com esse processo, o grão se torna mais digerível, e a presença desses compostos que podem interferir na digestão é reduzida, diminuindo as flatulências, conforme explica a nutricionista Thais Barca.
"Quando for iniciar o preparo, comece com a panela aberta. Vai subir uma espuminha, que você pode ir tirando com uma colher. Assim que parar de produzir espuma, tampe a panela e finalize o processo", acrescenta Barca.
Além de diminuir a formação de gases para quem for consumir o alimento, a prática também deixa o feijão menos duro, o que reduz o tempo necessário para cozinhá-lo.
Tem gente que é mais sensível
Algumas pessoas formam mais gases depois de comerem leguminosas devido à sensibilidade gastrointestinal. "Há pessoas que são mais sensíveis na parte gastrointestinal e vão ter mais facilidade de produção de gases", explica a nutricionista.
Outro ponto a ser levado em consideração é a microbiota intestinal, nome que se dá aos microrganismos que vivem no nosso intestino. Prática de atividade física, hidratação e alimentação são alguns dos fatores que podem influenciar a microbiota.
"A microbiota é ajustada ao longo da vida de acordo com o estilo de vida, que vai determinar se vai ter ou não um equilíbrio das bactérias que vivem no nosso intestino e que vão fermentar mais ou menos esses alimentos também", diz Barca.
*Com informações de reportagem publicada em 19/07/2024
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