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Demência frontotemporal, que Kubrusly tem, muda personalidade e fala

Maurício Kubrusly tem auxilio da música para relembrar do passado Imagem: Reprodução/Globoplay

De VivaBem*, em São Paulo

05/12/2024 12h55

O documentário "Kubrusly: Mistério Sempre Há de Pintar por Aí" (Globoplay), que estreou nesta quarta-feira (4), mostra a vida do jornalista Maurício Kubrusly, 79, após o diagnóstico de demência frontotemporal, conhecida pela sigla DFT. Ele descobriu a doença em 2019 e foi afastado da TV Globo após 34 anos.

Entenda a demência frontotemporal

  • É um grupo de doenças neurodegenerativas e progressivas que atingem o cérebro;
  • Em comum, os três tipos (explicados mais abaixo) envolvem uma atrofia nas regiões frontais e temporais do cérebro;
  • Pode ocorrer um tipo predominante que, na evolução da doença, progride para outro tipo de DFT. Ou seja, o paciente começa com mudanças comportamentais e depois passa a apresentar dificuldades na fala, ou vice-versa.

Variante comportamental

Geralmente, as primeiras alterações que acontecem são nas emoções e no comportamento. O paciente fica sem filtro e se comporta de forma inadequada e constrangedora. Além de apresentar atitudes irresponsáveis, fica indiferente a tudo e se torna incapaz de entender e se colocar no lugar do outro.

Variante semântica da afasia progressiva primária

O paciente perde a capacidade de compreender as palavras e o nome de alguns objetos. Ele esquece, por exemplo, o que é uma vassoura ou um martelo. A pessoa desaprende a falar, troca as palavras e diz frases sem sentido.

Variante não fluente (ou agramática) da afasia progressiva primária

A pessoa tem dificuldade de se expressar por meio da linguagem. Ela entende o que está ouvindo, mas apresenta uma fala "travada". Por fim, a ação se torna tão difícil que o paciente fica mudo —isso já em quadros avançados.

Demência pode aparecer a partir dos 45 anos

A DFT é diferente do Alzheimer, pois não afeta predominantemente a memória. A doença provoca principalmente uma alteração no comportamento —é como se a pessoa mudasse de personalidade.

A idade também é um diferencial: a DFT atinge uma parcela muito ativa da população, geralmente com idade entre 45 e 65 anos, enquanto o risco de o Alzheimer aparecer aumenta a partir dos 65.

Quais as causas?

A origem pode ser genética. Isso quer dizer que, caso algum familiar tenha a doença, há maior risco de a pessoa desenvolver o problema —mas isso não é uma regra.

O que se sabe é que, no cérebro, ocorre um acúmulo anormal de três proteínas: TAU (a mais abundante), FUS e TDP-43. Tudo isso acaba sendo tóxico para os neurônios, que vão morrendo, atrofiando e causam os sintomas da doença.

Como é feito o diagnóstico

É clínico (a partir da avaliação do paciente) e conta com o auxílio de exames de imagem. Por ter sintomas semelhantes a algumas doenças psiquiátricas, como depressão e bipolaridade, pode resultar em um diagnóstico tardio ou até mesmo errado.

Tem remédio? Há cura?

Não há um remédio específico para a DFT, tampouco cura. O que dá para tratar são os sintomas que aparecem. É difícil determinar o tempo de vida, pois costuma variar. Em média, os médicos citam de oito a 10 anos. Caso a demência esteja associada à ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica), a sobrevida cai para três a cinco anos.

*Com informações de reportagem publicada em 24/09/2021.

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