Nem todo enlatado faz mal: veja as melhores e as piores escolhas

Comidas enlatadas são uma opção prática e conveniente, oferecendo uma maneira rápida e com preços mais em conta de se preparar refeições, além de serem fáceis de armazenar, sem se preocupar tanto com o vencimento rápido.

Algumas delas podem ser saudáveis, fornecendo nutrientes essenciais que contribuem para uma dieta equilibrada. Por outro lado, existem alimentos enlatados que podem nos prejudicar se consumidos em excesso. Por isso, é essencial fazer escolhas conscientes ao consumir esse tipo de produto.

Quais os melhores enlatados?

São aqueles com baixo teor de sódio e açúcares adicionados. Eles devem ser livres de conservantes, aditivos, corantes e gorduras saturadas, informa Maria Rayssa Silva, nutricionista e professora do Unipê (Centro Universitário de João Pessoa). "Devem preservar a maioria de seus nutrientes naturais e, idealmente, ser embalados em suco natural ou água, ao invés de óleos ou xaropes", acrescenta.

Aqui estão alguns dos tipos mais seguros para incluir em sua alimentação:

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Imagem: Getty Images/iStockphoto

Legumes e vegetais: milho, cenoura, palmito, aspargo, azeitona, cebola, cogumelo. Dica: escolha vegetais enlatados sem adição de sal ou conservantes, explica Maria Rayssa. Se isso não for possível, enxágue-os bem com água antes de consumir para reduzir a presença desses ingredientes.

Peixes: são ótimas fontes de proteínas, ácidos graxos ômega 3, vitaminas D e B12, e minerais como selênio e iodo, que é essencial para a função tireoidiana. Dica: procure por opções conservadas em água ou azeite, como atum e sardinhas.

Leguminosas: grão-de-bico, lentilha e ervilha são boas fontes de proteína, fibras e diversos micronutrientes, incluindo ferro, magnésio, zinco, potássio e folato. Mas atenção com o feijão enlatado com caldo, pois pode conter muito sódio. Dica: prefira versões orgânicas. Algumas você pode ferver em água por alguns minutos após enxaguar. Isso ajuda a reduzir o teor de sódio e eliminar microrganismos, proporcionando maior segurança alimentar.

"Ressalta-se ainda que o consumo desses alimentos deve ser utilizado com moderação, em situações que não for possível utilizar o alimento in natura ou minimamente processado", complementa a nutricionista do Unipê.

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Opções menos saudáveis

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Imagem: Banco de Imagens

Essas opções são caracterizadas por altos níveis de ingredientes químicos como glutamato monossódico, nitrito e cloreto de sódio, sorbato de potássio, todos aditivos que podem atuar como realçadores de sabor e conservantes, esclarece Melissa Ratatori, especialista e professora de nutrição do UDF (Centro Universitário do Distrito Federal).

"O consumo frequente e prolongado pode levar à hipertensão, doenças cardíacas, colesterol 'ruim' alto (LDL), obesidade, diabetes tipo 2 e reações adversas a aditivos", complementa Ratatori. Além disso, o embalamento em óleos ou xaropes adicionam calorias e gorduras, agravando os riscos à saúde.

Sopas instantâneas: costumam conter altos níveis de sódio e conservantes e baixo teor de fibras, vitaminas e minerais essenciais, oferecendo pouco valor nutricional. Muitas ainda são ricas em calorias, provenientes de carboidratos refinados e gorduras. Dica: opte por sopas caseiras ou variedades com ingredientes naturais.

Produtos à base de tomate: molho e extrato de tomate ultraprocessados podem causar reações alérgicas, problemas digestivos (aumento de acidez, azia, refluxo), ganho de peso e inflamação crônica intestinal. Dica: prefira alternativas orgânicas, sem ou com mínima adição de açúcares, sal e conservantes. Tomates enlatados inteiros ou em pedaços grandes tendem a ser menos processados.

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Frutas em calda: pêssego, abacaxi e cereja em lata costumam ser altamente açucarados e conter muitos conservantes. "Fora que durante o processamento, algumas vitaminas sensíveis ao calor e solúveis em água, como a vitamina C e algumas do complexo B, podem ser reduzidas", informa Andrea Ferrara, nutricionista da Clínica Bottura pós-graduada pela Unifesp. Dica: é preferível usar frutas frescas ou optar por versões enlatadas em seu próprio suco, em vez de calda. Certifique-se ainda de que a data de vencimento esteja distante para garantir a frescura do produto.

Carnes em conserva: não são recomendadas. Se forem embutidos, como salame, salsicha e linguiça, pior ainda. Esses produtos podem elevar os níveis de colesterol e aumentar o risco de câncer, sobretudo colorretal. Dica: limite a quantidade e opte por marcas de melhor qualidade. Esses alimentos podem ser parte de uma dieta ocasional, mas não devem ser a principal fonte de proteína. Evite ainda fritar, ou misturá-los com molhos gordurosos.

Como garantir segurança e saúde?

Alimentos enlatados são seguros devido ao processo de esterilização ou pasteurização que elimina micro-organismos e aumenta sua durabilidade. "A escolha pela melhor opção vai depender muito mais da sua qualidade nutricional. Nesse sentido, é necessário sempre observar o rótulo", diz Ferrara.

Quanto ao armazenamento, primeiro deve-se escolher um local limpo e adequado, isto é fresco, seco e longe de luz direta, com temperaturas entre 10°C e 21°C, evitando locais úmidos que possam causar ferrugem e sem produtos de limpeza junto.

Em se tratando da organização, coloque as latas mais antigas na frente e as novas atrás, para garantir que os alimentos com data de validade perto de vencer sejam consumidos primeiro. Agrupe ainda por tipo para facilitar o acesso e mantenha um controle regular, verificando periodicamente sinais, como ainda vazamentos e estufamentos.

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Além disso, é importante cuidar dos rótulos. Mantenha-os legíveis para identificar facilmente o conteúdo e a validade. Se as informações estiverem ilegíveis, use uma caneta permanente para marcar o que está dentro e as datas diretamente na lata. Seguindo essas práticas simples, você pode garantir que seus alimentos enlatados permaneçam seguros e saudáveis por mais tempo.

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