Secreção é anormal? Sexo alarga? 14 perguntas e respostas sobre vagina

A consulta ginecológica é um momento importante para o cuidado da saúde feminina, mas é comum que algumas mulheres se sintam desconfortáveis ao falar sobre a região genital e a saúde íntima. A busca por informações na internet ou com amigas pode gerar ainda mais dúvidas e, muitas vezes, aumentam a insegurança e comportamentos que não são benéficos para o corpo.

A seguir, listamos algumas perguntas que merecem esclarecimento para promover os cuidados adequados.

1. A vagina é toda a região genital?

Na verdade, não. A vagina é o canal interno que conecta o colo do útero à parte externa do corpo. A região genital externa é chamada de vulva e inclui o clitóris, os grandes lábios, os pequenos lábios e a abertura vaginal. Embora muitas pessoas usem o termo "vagina" para se referir a toda a área, é importante entender as diferenças.

2. Os absorventes internos podem se perder dentro da vagina?

Isso não é possível. A vagina é um canal fechado, e o colo do útero impede que qualquer objeto ultrapasse esse ponto. Embora um absorvente interno possa parecer "preso" às vezes, com calma e paciência é possível removê-lo. Se tiver dificuldades, não hesite em procurar um médico para ajudar a retirá-lo.

3. A vulva precisa ser higienizada todos os dias com produtos íntimos?

Não é necessário utilizar produtos íntimos. A vulva tem a capacidade de se limpar sozinha e de manter seu equilíbrio de bactérias benéficas. Basta lavá-la com água e, se preferir, usar um sabonete neutro, como os indicados para bebês, que contêm poucos ou nenhum aromatizante. O uso excessivo de produtos específicos pode alterar o pH da região e levar a irritações ou infecções.

4. Toda secreção vaginal indica que algo está errado?

Não, nem toda secreção é um sinal de problema. A secreção vaginal é normal e pode variar ao longo do ciclo menstrual, geralmente sendo clara ou esbranquiçada. No entanto, se houver alterações no cheiro, na cor, na quantidade, ou se a secreção vier acompanhada de coceira ou ardência, é importante consultar um ginecologista para investigação.

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5. Os pelos pubianos devem ser depilados para manter a higiene?

Não, os pelos pubianos não são sujos e basta incluí-los na higiene diária. Eles têm a função de proteger a área genital contra atrito e infecções. A remoção dos pelos é uma decisão pessoal e estética, mas, se optar por depilar, é importante fazê-lo de forma segura para evitar irritações ou infecções na pele.

6. Fazer sexo frequentemente alarga a vagina?

Não. A vagina é um órgão elástico, que se expande e retorna ao seu tamanho normal após o sexo. Portanto, mesmo após períodos de maior distensão, ela volta naturalmente ao seu estado normal sem sofrer alterações permanentes.

7. A lubrificação só ocorre em momentos de excitação sexual?

Não necessariamente. Embora a excitação sexual geralmente aumente a lubrificação, a vagina também pode produzir secreções em outros momentos, como durante atividades físicas, situações de estresse ou em diferentes fases do ciclo menstrual. Essas secreções desempenham um papel importante na proteção e manutenção da saúde da região genital.

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8. Há algo errado com a vagina, se a pessoa não consegue ter um orgasmo?

Não. O prazer sexual e o orgasmo são influenciados por muitos fatores, como a comunicação com o parceiro ou parceira, o nível de conforto, o estresse e questões emocionais. Algumas mulheres podem demorar mais para atingir o orgasmo ou podem precisar de estímulos diferentes, como mais atenção ao clitóris. Se a dificuldade persistir, é importante conversar com um profissional de saúde para entender melhor as causas e encontrar maneiras de aumentar o prazer.

9. Iogurte cura candidíase?

O iogurte não deve ser usado como um tratamento eficaz para curar a candidíase. Ele até pode ser benéfico para restaurar o equilíbrio da flora vaginal devido aos probióticos. No entanto, a infecção por fungos geralmente requer o uso de medicamentos antifúngicos prescritos por um médico.

10. O clitóris é pequeno?

Embora sua parte externa visível seja pequena, o clitóris é muito mais complexo, com uma extensão interna significativa que desempenha um papel fundamental na resposta sexual.

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O clitóris é formado por dois corpos cavernosos que se espalham ao longo dos lados da vagina e ao redor da uretra, além de ter diversas terminações nervosas. Isso o torna o órgão mais sensível ao toque e ao estímulo e ajuda no prazer sexual feminino.

11. Toda dor durante a relação sexual significa um problema de saúde?

Nem sempre a dor durante a relação sexual é um sinal de problema de saúde, mas é importante ficar atenta. Em alguns casos, a dor pode ocorrer por falta de lubrificação ou por posições desconfortáveis. No entanto, se a dor persistir, for intensa ou vier acompanhada de outros sintomas, como sangramento ou sensação de queimação, pode indicar condições como infecções, endometriose ou problemas no assoalho pélvico.

12. Todas as vaginas e vulvas são iguais?

Assim como outras partes do corpo, as vaginas e as vulvas apresentam características únicas em cada mulher. A vulva, que é a parte externa da genitália feminina, pode ter variações no tamanho, forma, cor e na aparência dos pequenos e grandes lábios. Já a vagina, que é uma estrutura interna, também pode variar em comprimento e elasticidade.

13. Durante a menstruação, a vagina fica "suja" e precisa ser higienizada com mais frequência?

A menstruação é um processo natural, e a vagina possui mecanismos próprios para se manter limpa. A higiene deve ser feita na vulva (parte externa), com água e, se necessário, um sabonete neutro. Não é preciso realizar limpeza interna nem aumentar a frequência de higienização. Evitar produtos perfumados ou duchas vaginais é importante, pois eles podem alterar o equilíbrio natural da região.

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14. A vagina muda com a idade?

Sim. A vagina pode passar por algumas transformações com o envelhecimento. Durante a menopausa, por exemplo, a queda nos níveis hormonais pode afetar a lubrificação e a elasticidade vaginal, causando sensação de secura e enfraquecimento das paredes vaginais, o que pode tornar as relações sexuais mais desconfortáveis. Essas mudanças podem ser tratadas com medicamentos e exercícios para fortalecer o assoalho pélvico.

Fontes: Anne Pinheiro, ginecologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz; Ana Paula Beck, ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein; Patrícia Leite, ginecologista e professora da UFAM (Universidade Federal do Amazonas).

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