Câncer de pâncreas é um dos menos comuns: veja os sinais e como tratar
O prefeito reeleito de Cabreúva (SP), Antonio Carlos Mangini (PL), morreu no domingo (15), por complicações de um câncer no pâncreas.
Quando comparado com outros tipos de câncer, o de pâncreas se classifica entre os menos comuns. Apesar disso, ele é temido, porque sua taxa de sobrevivência é baixa. Na maioria das vezes, quando a doença é diagnosticada, ela já se encontra em estágio avançado.
A enfermidade é responsável por 5% do total de óbitos causados pelo câncer no Brasil, pode acometer homens e mulheres igualmente, mas é ligeiramente mais frequente no grupo masculino. Além disso, os riscos de ter esse tumor aumentam com o avanço da idade: em 90% de todos os casos ele se manifesta entre pessoas com idade superior a 55 anos.
A doença é considerada desafiadora porque acomete um órgão vascularizado cercado de outros órgãos importantes, pode se espalhar facilmente e também ser assintomática. Apesar disso, os médicos garantem que ela tem tratamento e é curável. A condição para isso é o diagnóstico precoce.
Quais são as causas do câncer de pâncreas?
A maioria desses tumores decorre da exposição a diferentes fatores de risco (situações que aumentam a probabilidade de ter a doença), como:
Idade acima de 55 ou 60 anos;
Obesidade associada à ausência de atividade física;
Pancreatite (inflamação crônica adquirida ou hereditária);
Consumo exagerado de bebidas alcoólicas;
Diabetes tipo 2;
Hereditariedade (mutações genéticas que passam de geração a geração);
Cirrose;
Infecção por Helicobacter pylori;
Exposição a substâncias químicas;
Histórico familiar.
Como reconhecer os sintomas?
Inicialmente, esse tipo de tumor pode ser silencioso (é assintomático), mas conforme vai se desenvolvendo podem ser observadas algumas manifestações. Veja a seguir:
Diabetes (piora ou aparecimento súbito do diabetes);
Perda de peso involuntária;
Falta de apetite;
Dor abdominal (parte superior);
Dor na região lombar;
Icterícia (amarelamento das mucosas);
Fezes claras;
Urina mais escura;
Coceira na pele (decorrente dos sais biliares);
Trombose venal profunda.
Especialistas como o clínico geral (generalista) e o gastroenterologista são treinados para investigar essas queixas e, diante delas, devem verificar como anda o funcionamento do seu pâncreas.
Como é feito o tratamento?
Ele varia a depender do tipo e do estágio da doença, além das condições gerais de saúde do paciente. Na maioria das vezes, é realizado com a ajuda de uma equipe multidisciplinar (oncologista, cirurgião, patologista, radiologista, especialista em dor etc.).
As estratégias terapêuticas que os médicos têm à disposição são a cirurgia (pode ser até minimamente invasiva como a laparoscópica ou a robótica), a radioterapia, quimioterapia, além de outros medicamentos que serão indicados nas seguintes condições:
Tumores pequenos e iniciais: a cirurgia é tratamento local para retirada do tumor e é a única opção que oferece chance de cura;
Tumor maior, com maior risco de células circulantes: começa com quimioterapia, algumas vezes inclui radioterapia e, depois, cirurgia;
Presença de metástase: nesse caso, a prioridade não é mais a cirurgia, mas um tratamento que alcance todos os pontos da doença em outros órgãos, o que se faz por meio da quimioterapia paliativa.
O câncer de pâncreas já possui terapias-alvo (fármacos específicos que combatem células cancerígenas), como os inibidores de PARP ou a imunoterapia.
Quando possível, a cirurgia é a chave para o tratamento curativo e a sobrevida é de 20% a 30% em cinco anos, em média. Quando a quimioterapia é a única opção, a sobrevida cai para 12 meses.
Dá para prevenir?
Nem sempre é possível prevenir um tumor no pâncreas, especialmente quando ele se relaciona a fatores genéticos. No entanto, você pode reduzir o risco de ter esse tipo de câncer adotando hábitos de vida saudáveis como evitar o tagabismo e o consumo excessivo de álcool, investir em algum tipo de atividade física, além de manter equilibrados dieta e peso.
Todas essas medidas previnem também outras doenças crônicas, como o diabetes, enfermidade considerada fator de risco para esse tipo de tumor.
*Com informações de reportagens publicadas em 25/10/2024, 03/05/2022 e 23/04/2023
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