OMS diz que Ozempic pode acabar com pandemia da obesidade, mas não sozinho

Medicamentos para a perda de peso, como Ozempic e Mounjaro, podem ajudar a acabar com a pandemia de obesidade no mundo, incluindo outras intervenções médicas, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). A conclusão foi publicada em um artigo no periódico JAMA, nesta quarta-feira (18).

O que diz artigo sobre obesidade

Fim da pandemia de obesidade. OMS afirmou que remédios desenvolvidos pelas farmacêuticas Novo Nordisk e Eli Lilly abrem essa possibilidade. Os remédios são conhecidos pelos nomes comerciais de Ozempic, Wegovy e Mounjaro. Todos têm como princípio ativo a semaglutida, substância que simula a ação do GLP-1, hormônio que inibe a fome e regula o nível de açúcar no sangue (glicemia).

No entanto, agência global de saúde pediu cautela. Autores do artigo, o cientista-chefe da OMS, Jeremy Farrar, a diretora de nutrição, Francesco Branca, e a assessora sênior de Farrar, Francesca Celleti, disseram temer que os medicamentos possam distorcer a resposta à crise global da obesidade.

"Medicação isolada não será suficiente para lidar com a crise da obesidade", disseram autores. Eles pedem que a inovação leve médicos, governos, indústria farmacêutica e público a considerar a condição como uma doença crônica —e, portanto, que necessita sempre de mais estudos sobre a melhor forma de preveni-la e tratá-la.

Artigo é o comentário mais claro que a agência já fez sobre o potencial dos novos medicamentos. Mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo tem obesidade, sendo 5 milhões de mortes relacionadas à doença em 2019, segundo a OMS. A condição está se tornando mais comum em quase todo o mundo.

"É hora de reconhecer que [dietas e atividades físicas] até agora [sozinhas] não conseguiram tratar a obesidade", escreveram autores. O artigo aceita que, embora haja boas evidências da eficácia das políticas voltadas para dietas saudáveis e atividade física regular, sozinhas, as práticas não foram suficientes. Combinar tais práticas com os medicamentos poderia mudar isso, reforça o artigo.

Autores pedem que tratamentos lidem com obesidade como uma doença crônica. Artigo diz que modelos que intervêm somente quando as pessoas têm obesidade grave ou outras condições relacionadas devem ser substituídos por modelos que tragam uma resposta social, de saúde pública e clínica.

Medicações mais baratas e acessíveis. Eles também disseram que os remédios precisam estar disponíveis de forma mais equitativa, barata e em maior escala para responder à crise da obesidade nos países de baixa renda, bem como entre os mais ricos do mundo.

Agência está elaborando diretrizes sobre como usar os medicamentos em adultos. Eles devem incluir países de baixa e média renda. Documento deve ser publicado em julho de 2025.

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