Conhece a 'prova do laço' para dengue? Teste não deve ser feito em casa

A "prova do laço" virou sucesso de pesquisas por supostamente ajudar no diagnóstico da dengue. Mas médicos ouvidos por VivaBem explicam que não é bem assim e que o método não deve ser feito fora da unidades de saúde.

O que é a prova do laço

O exame é feito com um medidor de pressão arterial: o profissional verifica a pressão e calcula a média. Por exemplo, em uma medição de 13 por 9, somam-se os valores e divide-se o resultado por dois.

Depois, o médico usa a braçadeira do medidor para seguir com o teste. A ideia é insuflar a braçadeira presa ao braço do paciente até chegar ao número encontrado na média das pressões.

O manguito permanece insuflado por cinco minutos em adultos e por três minutos em crianças. Passado esse tempo, o médico desenha um quadrado de mais ou menos 2,5 centímetros na região do antebraço do paciente.

A ideia é contar o número de petéquias —pequenas manchas vermelhas— formadas dentro desse espaço. Esses pontinhos se formam quando há algo anormal na coagulação do paciente. O teste é considerado "positivo" com ao menos 20 petéquias em adultos e 10 em crianças.

Mas o resultado do teste é prova de doença?

A resposta é não. Médicos ouvidos por VivaBem destacam que o teste é usado por médicos, mas mais para determinar a gravidade dos casos (e não se uma pessoa tem ou não dengue). Melissa Falcão, médica membro da Sociedade Brasileira de Infectologia, explica que a dengue é classificada em grupos, de acordo com a conduta a ser tomada.

No grupo A, são os pacientes que têm a dengue sem nenhum sinal de alarme. Já se o paciente tem alguma comorbidade, risco social ou a prova do laço positivo, ele é classificado como grupo B. Isso muda a condução do caso, porque no grupo A a pessoa é atendida na unidade de saúde e liberada para ir para casa. No grupo B, obrigatoriamente, o paciente tem de realizar um hemograma e ser acompanhado antes de qualquer liberação.
Melissa Falcão

A prova do laço positiva indica "apenas" que a pessoa testada tem uma baixa de plaquetas ou alguma alteração na coagulação, mas são várias as condições que podem levar a isso —não só a dengue. Por isso, seguir com outros exames após o positivo no teste do laço é necessário.

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Na hora de pedir a realização do teste, os profissionais analisam também o contexto do paciente. Eles avaliam os sintomas apresentados e, apenas a partir daí, podem pedir a prova, como um auxílio ao tratamento.

Ao mesmo tempo, a prova do laço negativa também não deve ser usada para descartar a dengue. "Tem muito resultado que é negativo e não afasta a gravidade. Não é indicado que as pessoas façam isso em casa, tem uma prática para manusear que quem não é da área da saúde não consegue fazer de forma adequada", explica Álvaro Furtado, diretor da Sociedade Paulista de Infectologia.

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