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'Memória fotográfica' existe? Veja estratégias para se lembrar das coisas

Imagem: iStock

Colaboração para VivaBem*

30/12/2024 13h18

"Memória fotográfica" é um termo popular usado para descrever pessoas que afirmam lembrar cenas com detalhes vívidos, como se fossem fotos mentais nítidas, mesmo após muito tempo. Mas será que a memória pode ser comparada a uma câmera fotográfica?

César Alexis Galera, especialista em estrutura da memória, diz que, embora seja muito raro, algumas pessoas de fato têm uma memória naturalmente acima da média. No entanto, não existem evidências científicas o suficiente para afirmar que a memória possa ser, na prática, "fotográfica".

Memória é mais um álbum de fotos

Segundo Martín Cammarota, biólogo e doutor em medicina, com pós-doutorado em neuroquímica e neurofisiologia, um dos problemas de entender as memórias como uma representação é que, ao contrário de uma fotografia, elas não são 100% estáticas e precisas.

Embora possam ser armazenadas em um traço de memória estável e duradouro (através de um processo denominado consolidação), elas são passíveis de mudar, incorporando ou perdendo informações com o passar do tempo, por exemplo.

Portanto, a formação de memórias seria menos parecida com uma fotografia única e mais como uma espécie de "álbum" sendo formado, que conecta fotos antigas às novas.

Alguns registros ficam, outros se vão

Imagem: Divulgação/Pixabay

Segundo a pesquisadora de cognição Cristiane Furini, geralmente armazenamos com maior riqueza de detalhes e por mais tempo em nosso cérebro informações que despertam nosso interesse ou que têm maior conteúdo emocional: o nascimento de um filho, o dia em que se passou no vestibular.

Outras memórias, por outro lado, perdem suas particularidades ou desaparecem em pouco tempo — é a chamada memória de curto prazo —, como o local onde você estacionou seu carro da última vez em que foi ao supermercado ou o discurso de uma palestra tediosa.

Na maioria dos casos, temos uma tendência a guardar apenas os aspectos mais significativos de nossas experiências e geralmente esquecemos detalhes irrelevantes em poucos segundos.

Esse cenário só muda nos casos de uma síndrome incomum chamada "Memória Autobiográfica Altamente Superior", ou hipertimesia: uma condição rara que permite às pessoas lembrarem de tudo o que fizeram em qualquer data.

Mas isso não seria muito vantajoso: "Quem tem uma memória maciça, uma 'memória fotográfica' absurda, fica preso nos detalhes e não abstrai, o que dificulta muito o pensamento", analisa Galera.

Como desenvolver memória visual

"Talvez existam pessoas que têm memórias visuais absolutamente fantásticas, quase fotográficas, mas convivem com isso achando que todo mundo tem uma memória igual a delas", diz o pesquisador César Alexis Galera.

Embora não haja evidências robustas, os especialistas em memória indicam estratégias para ajudar seu cérebro a lembrar mais do que vê:

Use técnicas mnemônicas: associe informações novas a algo familiar, como frases ou siglas.

Aprenda coisas novas: aprender ativa conexões neurais e fortalece a memória.

Preste atenção: a profundidade do aprendizado depende da atenção dedicada ao conteúdo.

Cuide do corpo: sono regular, alimentação saudável e exercícios físicos ajudam a consolidar memórias e estimular o cérebro.

*Com informações de reportagem publicada em 28/04/2022

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