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Muito além do hormônio do sono: saiba para que serve a melatonina

Imagem: iStock

Colaboração para VivaBem*

31/12/2024 16h00

Talvez você a conheça como "hormônio do sono" — e ela realmente tem como função sinalizar ao organismo que a noite chegou e o corpo deve se preparar para dormir—, mas as atribuições da melatonina vão muito além.

Fabricada principalmente no cérebro, pela glândula pineal, a melatonina interfere diretamente no funcionamento do metabolismo, está relacionada com a quantidade de alimentos que você consome, o gasto calórico diário, o estoque de energia (em forma de gordura) e, consequentemente, o controle do peso.

O hormônio ainda protege contra doenças cardiovasculares (como hipertensão e arritmia) e, segundo Gabriel Natan Pires, pesquisador do sono, tem propriedades anti-inflamatórias e é um potente antioxidante, atuando no combate aos radicais livres que agridem o organismo.

A seguir, veja por que você precisa da melatonina tanto para garantir uma boa noite de sono quanto para uma vida mais saudável.

Dificulta o aumento de tumores

Estudo realizado por pesquisadores da Famerp (Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto) e do Hospital Henry Ford (EUA) demonstrou que o hormônio pode atuar no câncer de mama, reduzindo o crescimento de tumores e a proliferação das células cancerígenas. Essa capacidade estaria relacionada ao seu efeito antioxidante e de controle da formação de novos vasos sanguíneos.

Reduz o risco de enxaquecas

Uma pesquisa assinada pelo neurologista André Leite Gonçalves e apresentada à Unifesp constatou que a melatonina é mais eficaz no tratamento preventivo da enxaqueca e melhor tolerada do que a amitriptilina, antidepressivo com propriedades analgésicas bastante utilizado por quem sofre de fortes dores de cabeça. A explicação é que o hormônio tem várias ações dentro do sistema nervoso central, que podem ser responsáveis pelo seu papel analgésico nas cefaleias.

É aliada da saúde do coração

Após revisar dados de 162 ensaios clínicos, cientistas da USP e da Universidade Anhembi Morumbi concluíram que a substância pode proteger o coração contra arritmias, doença arterial coronariana, hipertensão e outros distúrbios cardiovasculares. Isso porque ela age sobre a pressão arterial e a frequência cardíaca, e tanto de maneira periférica (nos vasos e no órgão) quanto central (no hipotálamo e em outras estruturas do sistema nervoso central).

Evita obesidade e diabetes

A melatonina tem relevância na prevenção da obesidade e diabetes. Estudos indicam que a redução ou ausência dessa substância pode causar um desequilíbrio no metabolismo energético. A melatonina regula ciclos biológicos e influencia processos metabólicos, como o armazenamento e o consumo de energia. Quando sua produção é comprometida, pode ocorrer um aumento do armazenamento de gordura e alterações na sensibilidade à insulina, o que favorece o desenvolvimento de doenças metabólicas.

Controla e influencia várias funções

Uma pesquisa conduzida pelo IBC-USP destaca que a melatonina desempenha papéis importantes no controle da ingestão alimentar, no gasto de energia e no acúmulo de gordura no tecido adiposo. Além disso, a melatonina influencia a síntese e a ação da insulina nas células, ajudando a regular os níveis de glicose no sangue. Também atua como um agente anti-hipertensivo, contribuindo para a redução da pressão arterial.

Melatonina ajuda, ou não, a emagrecer?

Não. Ao contrário do que eventuais propagandas e postagens em redes sociais possam prometer neste sentido, não existem estudos científicos comprovando que esse hormônio ajuda a controlar ou perder peso.

Suplementação, dosagem e riscos

No Brasil, a Anvisa autorizou a venda de melatonina como suplemento alimentar para pessoas a partir dos 19 anos, em um consumo diário máximo de 0,21 mg. Porém, é possível encontrar no país produtos importados com dosagens entre 5 mg e 10 mg, muito superiores ao permitido pela legislação brasileira.

A dose de melatonina recomendada pode variar para mais ou para menos, conforme o quadro do paciente que sofre por não produzir, produzir de forma errada, ou em quantidade insuficiente esse hormônio. Por isso, os especialistas são unânimes ao afirmar que o melhor é buscar orientação médica antes.

A substância não é recomendada para mulheres grávidas, lactantes (que estão amamentando) ou para crianças — apenas sob orientação médica. Os efeitos colaterais mais comuns do uso da melatonina são excesso de sonolência durante o dia, tontura, dor de cabeça e náuseas. Em casos mais agudos, é possível haver alterações nas funções hepáticas e nos níveis de glicose e insulina.

*Com informações de reportagens publicadas em 06/05/2021 e 29/10/2024

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