Formigamento pode ser sinal de doenças e até falta de vitaminas
Colaboração para VivaBem*
02/01/2025 15h55
Os nervos são encarregados de levar as sensações das várias partes do seu corpo para o cérebro, por meio da medula espinhal. Quando algo impede esse percurso, o formigamento se manifesta. Apesar de ser comum, quando esse sintoma não passa, pode sinalizar a presença de alguma doença neurológica, ou indicar problemas relacionados aos nervos.
Como reconhecer o sintoma
Além das situações acima descritas, a alteração de sensibilidade pode ser acompanhada por:
Perda de força muscular;
Aumento da transpiração;
Alteração da coloração da pele;
Dor.
Em geral, isso acontece nas extremidades, como as mãos, mas pode afetar outras partes do corpo.
Quem está mais suscetível ao problema
Todas as pessoas podem ser acometidas pela perda de sensibilidade temporária, independentemente de seu gênero ou idade. Porém alguns grupos poderão apresentar o sintoma com maior frequência. Confira:
Pessoas com diabetes;
Pessoas com hipotireoidismo;
Pessoas com carências vitamínicas, principalmente a vitamina B12;
Pessoas que fazem uso contínuo de medicamentos;
Pessoas que realizam movimentos repetitivos com as mãos ou braços;
Pessoas com artrose na altura do pescoço.
Conheça as causas mais frequentes
A origem mais comum da parestesia (ou formigamento) é a compressão por posturas ou posicionamentos inadequados. Geralmente é relatado como "a mão dormiu". A sensação passa logo e desaparece de modo espontâneo.
As causas desses formigamentos são classificadas como transitórias e crônicas. Veja a seguir:
Transitórias (passam rapidamente)
Contração ou compressão dos nervos: um exemplo é dormir em cima do braço;
Trauma: batida nas mãos ou cotovelos;
Edemas: a retenção hídrica durante a gestação leva à compressão nervosa e, como consequência, ao formigamento;
Movimentos repetitivos: levam à compressão dos nervos e também a processos inflamatórios;
Desidratação: quando há de 5% a 6% de perda de água cumulativa, a parestesia pode ocorrer.
Causas crônicas (duram no tempo)
Síndrome do túnel do carpo: trata-se da compressão do nervo mediano situado na região do punho. Pode ter causa genética, decorrer de inflamação ou movimento repetitivo —piora à noite e melhora durante o dia;
Diabetes: quando a doença não é controlada, pode levar a uma lesão nos nervos das mãos e dos pés;
Hipotireoidismo: embora não haja um consenso na literatura médica, alguns estudos indicam que algumas pessoas com esta enfermidade apresentam sinais sensoriais de neuropatias antes que a própria glândula manifeste algum sintoma.
E as doenças do sistema nervoso central?
AVC (Acidente Vascular Cerebral) e tumores podem até ser a causa da parestesia, mas elas não são simétricas. Isso significa que o sintoma acometerá metade do corpo e não será um sinal isolado. Pode-se observar outros sintomas associados, como perda de força e redução da sensibilidade.
Como é feito o tratamento
Ele dependerá da origem do formigamento. Entretanto, as estratégias terapêuticas se dividem em duas modalidades: as etiológicas (tratam a causa) e as sintomáticas (tratam a parestesia).
Nas situações metabólicas, como o diabetes, falta de vitaminas, hipotireoidismo, as doenças de base devem ser tratadas. Se é o caso da síndrome do carpo, por exemplo, fisioterapia, uso de talas, medicamentos e até mesmo cirurgia poderão ser indicados.
O que você pode fazer para evitar o problema?
Quando o formigamento é do tipo transitório, você deve movimentar as mãos ou se livrar de alguma roupa ou acessório que possa estar comprimindo seus braços ou seu corpo. Você também pode reduzir os riscos de sentir esse desconforto colocando em prática as seguintes estratégias:
Reduza o risco de ter problemas no pescoço ou na coluna, ou seja, tenha cuidado ao levantar pesos;
Evite movimentos repetitivos;
Faça pausas durante o trabalho;
Evite má postura;
Controle o diabetes;
Evite o consumo excessivo de álcool;
Esteja atento à alimentação para evitar deficiências vitamínicas, especialmente a B12, relacionada à saúde do sistema nervoso. Caso suspeite que este é seu caso, fale com um médico sobre a eventual necessidade de adequação da dieta ou suplementação.
*Com informações de reportagem publicada em 10/12/2019