Ficou queimado do sol? Saiba o que não fazer e quando procurar um médico
Diana Cortez e Juliana Fontoura
Colaboração para VivaBem
06/01/2025 05h32
Com o aumento da exposição ao sol no verão, é crucial cuidar da pele para evitar as queimaduras — condição que causa a inflamação da epiderme, gerando vermelhidão, ardência, coceira e, em alguns casos, formação de bolhas.
Por isso, a proteção solar continua sendo a medida mais importante não só para evitar o problema, mas também para prevenir danos futuros. "Estudos mostram que pessoas que sofrem episódios frequentes de queimadura solar têm maiores chances de desenvolver câncer de pele a longo prazo", alerta Adriana Porro, professora associada do departamento de dermatologia da Escola Paulista de Medicina (EPM) - Unifesp.
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Além disso, a exposição sem proteção favorece o envelhecimento precoce da pele. Por isso, não se esqueça de usar um filtro solar com alto fator de proteção (50 ou mais) e evite a exposição nos horários de maior incidência de raios UVB (entre 10h e 16h).
Mas quem se descuidou e sofreu uma queimadura solar, o que fazer?
Os casos mais leves (primeiro grau) podem ser tratados em casa mesmo, para ajudar a pele a se recuperar da inflamação gerada pelo sol, processo que leva cerca de cinco dias nos casos leves, seguido por uma descamação.
É orientado fazer a hidratação do local afetado com cremes com essa função, bem como aqueles que trazem cânfora e aloe vera na composição, substâncias que aliviam a ardência. "Se optar por uma fórmula em gel, verifique se o mesmo não contém álcool, pois esse componente piora a ardência e a inflamação", explica Porro.
Produtos com calamina também podem ser associados, já que o ativo reduz a coceira do quadro.
Outras recomendações são realizar banho gelado e compressas frias para aliviar os sintomas. "O que também pode ajudar é fazer um chá de camomila, colocar na geladeira e, depois, aplicar compressas do chá gelado nas áreas que estiverem incomodando mais", recomenda a médica dermatologista Sueli Carneiro, chefe do serviço de dermatologia do Hospital Universitário Pedro Ernesto.
O que não fazer diante de uma queimadura solar?
O paciente que apresenta um quadro de queimadura solar deve passar longe dos sabonetes abrasivos e banhos quentes, uma vez que a pele já está sensibilizada, portanto, também não pode esfregá-la. Ele deve ainda usar roupas leves para não causar ainda mais incômodo na área afetada devido ao atrito com o tecido, beber bastante água e usar protetor solar.
Não estourar as possíveis bolhas que possam surgir é outra importante recomendação, para não correr o risco de infecção, assim como evitar uma nova exposição da área afetada ao sol. Caso a exposição seja necessária, use bastante protetor solar e roupas que protejam a pele.
Evite ainda usar receitas caseiras sem a orientação de um médico, como o uso de pasta de dente ou de medicamentos que não são indicados para o quadro, como é o caso dos cremes anti-histamínicos. "Eles não trazem benefícios para o quadro e podem causar irritação na pele, prejudicando a recuperação", alerta Porro.
Em tempo, também não se deve aplicar gelo diretamente no local afetado, já que ele pode causar queimaduras na pele e piorar o quadro, nem arrancar a pele quando começar a descascar.
Quando procurar atendimento médico?
Em geral, as queimaduras solares costumam ser leves e podem ser tratadas em casa, mesmo que apresentem inchaço no local e a formação de algumas bolhas na pele, desde que não seja um quadro muito extenso.
No entanto, diante de uma grande área afetada ou de sintomas mais intensos (vermelhidão mais forte ou muitas bolhas), deve-se procurar atendimento de um médico dermatologista. O especialista vai orientar o tratamento adequado para alívio das queixas - que pode incluir anti-inflamatórios e corticoides tópicos.
A ajuda médica também é importante caso o paciente apresente calafrios, febre, dor de cabeça e confusão mental, sintomas que indicam uma insolação.