Tireoide saudável: alimentos para manter na dieta e quais opções evitar
É consenso entre os especialistas em saúde que uma alimentação saudável é fundamental para o bom funcionamento do organismo. Para que a tireoide, uma glândula muito importante para controlar o metabolismo, exerça a sua função de maneira eficiente, observar os alimentos que vão para o prato é essencial.
Com a forma parecida à de uma borboleta, a tireoide está localizada na parte da frente do pescoço, logo abaixo da cartilagem cricoide, conhecida como pomo-de-adão. É ela quem produz os famosos hormônios T3 (tri-iodotironina) e T4 (tiroxina), que a gente está acostumada a ver nos exames solicitados pelos médicos.
Reguladora da função de importantes órgãos como coração, cérebro, fígado, rins, ela interfere diretamente no crescimento e no desenvolvimento das crianças e adolescentes. "A tireoide é responsável pelo gasto energético e temperatura corporal. Também atua no nosso humor e no controle emocional, bem como na concentração, na regulação dos ciclos menstruais e na fertilidade", afirma a médica nutróloga Marcella Garcez.
Cardápio que faz bem à tireoide
Uma dieta equilibrada e que contenha frutas (morango, kiwi, ameixa vermelha), legumes (tomate, abóbora), verduras (espinafre), carnes magras, cereais integrais, ovos e peixes (com ômega 3, como salmão, sardinha, atum) é fundamental para o bom funcionamento do organismo como um todo, e isso inclui a tireoide.
O selênio é um mineral essencial para as reações de formação dos hormônios T3 e T4 e auxilia no combate à inflamação da glândula. Ele está presente em grãos, peixes, ovos e na castanha-do-pará (aliás, uma das principais fontes do nutriente). "Alguns estudos demonstram que comer duas castanhas por dia pode ajudar a diminuir a inflamação causada pela tireoidite de Hashimoto", afirma a endocrinologista Carolina Ferraz.
Atenção a determinados excessos
Garcez explica que as patologias que afetam a tireoide geralmente se iniciam por um processo inflamatório. Portanto, os hábitos alimentares que aumentam o perfil inflamatório devem ser evitados. Isso significa, principalmente, maneirar no consumo de alimentos ultraprocessados, frituras, fast-food, açúcar, gordura saturada e álcool.
O iodo na alimentação é fundamental para a fabricação do T3 e T4 pela tireoide. Manter uma quantidade adequada dele na alimentação diária mantém a tireoide em equilíbrio. Mas tanto a falta como o excesso de iodo podem levar ao bócio (aumento da glândula), ou alterar o seu funcionamento, com redução ou aumento da síntese desses hormônios, alerta a médica endocrinologista Renata Dinardi Borges Liboni.
O iodo é encontrado no sal de cozinha, o chamado sal iodado, nos peixes de água salgada e nas algas. A recomendação diária de iodo para um adulto saudável é de 95 mcg, que corresponde a 120 g de salmão por dia, por exemplo.
Vale ainda o cuidado com os famosos "sucos detox". Com dois copos de uma bebida à base de couve ao dia, por exemplo, você ultrapassa o limite do consumo dos chamados glicídios cianogênios, substâncias que reduzem a captação de iodo pela tireoide e que podem prejudicar a glândula. E se beber essa quantidade de suco todos os dias, em longo prazo, pode desencadear um problema.
Outro componente que pode alterar a função tireoidiana, levando ao hipotireoidismo, é a isoflavona (fitoestrógeno), também presente na soja. "Esta alteração pode ser irreversível, mesmo com a suspensão do consumo", alerta Marcella Garcez. Outros alimentos que contêm fitoestrógenos são cevada, centeio, ervilha e algas.
*Com informações de reportagem publicada em 17/09/2021
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