O que acontece no seu corpo se você parar de comer açúcar
Colaboração para VivaBem*
08/01/2025 15h28
A partir do momento em que chegam neste mundo, os humanos têm preferência pelo sabor doce. Mas se ao longo da vida essa escolha não for bem dosada, ela pode se tornar um problema que aumenta o risco de causar doenças crônicas como obesidade e diabetes, ambas relacionadas ao alto consumo de açúcar.
A conexão entre o alimento e esses quadros é tão próxima que a ordem das autoridades sanitárias é reduzir, o quanto possível, o seu consumo. Classificado como um carboidrato, o açúcar é uma importante fonte de energia. No entanto, por não possuir outros benefícios nutricionais como fibras, vitaminas e minerais, ele não é considerado essencial.
O açúcar pode chegar ao nosso organismo de duas maneiras:
A partir dos alimentos naturais: leite (lactose); frutas e vegetais (frutose); cevada e trigo (maltose).
Ou adicionado: todo o açúcar acrescentado por uma pessoa aos alimentos, ou pelo fabricante de algum produto para melhorar seu sabor, textura, volume, cor, fermentação ou para conservá-lo.
O açúcar presente em muitos dos alimentos vem acompanhado por uma série de benefícios nutricionais, principalmente aquele proveniente de frutas, vegetais e grãos integrais. Já o açúcar adicionado, esse fica mais fácil de cortar da dieta, mas a tarefa não é fácil, e o corpo não irá ceder de forma tão simples.
É perigoso ficar tanto tempo sem comer açúcar?
O que pode acontecer, principalmente nos primeiros dias, é uma "abstinência" do açúcar. A pessoa pode ter hipoglicemia, tremedeiras, tonturas, enxaquecas, irritação e insônia.
Por isso, se você pensa em retirar o açúcar, é necessário avaliar com um médico antes sua saúde e sempre ter supervisão próxima no primeiro mês.
Os especialistas ressaltam que se a pessoa quer iniciar o processo de forma mais sutil, pode fazer a substituição do açúcar refinado (branco, que temos na cozinha) por frutas, xilitol, açúcar de coco, canela e stévia.
O que a sua saúde ganha com menos açúcar
Quando se limita o consumo diário de produtos ultraprocessados, como refrigerantes e sucos de caixinha, chocolate, bolos industrializados, biscoitos etc., e mesmo aquela colher extra de açúcar do cafezinho, os benefícios para a saúde logo aparecem. Confira alguns dos já observados pelos cientistas:
Perda de peso sustentável
Uma recente revisão de estudos publicada pelo periódico American Journal of Clinical Nutrition confirmou as evidências de que o excesso de açúcar (100 g/dia), especialmente o derivado de bebidas açucaradas, aumenta a gordura no corpo, enquanto sua remoção da dieta emagrece.
Melhora da saúde bucal
Reduzir o açúcar pode ser o upgrade que faltava na sua saúde bucal. Embora a cárie seja multifatorial e, portanto, não dependa exclusivamente do consumo de açúcar, sabe-se que em pessoas predispostas, ele pode agravar o quadro ou potencializar o seu aparecimento.
Redução do risco para doenças cardiovasculares
Como a maioria das pessoas ingere mais açúcar do que o recomendado, já está estabelecido entre os cientistas que esse excesso se relaciona ao aparecimento de doenças cardiovasculares, principal causa de morte no mundo. São exemplos o AVC e a doença coronariana.
Com o peso sob controle, reduzem as taxas de colesterol e triglicérides, assim como a pressão arterial.
Menor probabilidade de ter enfermidades metabólicas
Embora não se possa atribuir a um único nutriente a responsabilidade total pelas doenças metabólicas, é certo que o açúcar se relaciona a alterações nesse sistema.
Diabetes tipo 2, hipertensão e dislipidemia (colesterol e/ou triglicerídeos altos) são as principais doenças metabólicas.
Ao moderar o consumo desse nutriente, você previne mudanças como a concentração de gordura no corpo e nos órgãos como o fígado e os músculos.
Retire o adicionado, mas não todos os carboidratos
Importante saber que carboidratos simples e complexos, ao serem digeridos e absorvidos, são aproveitados pelas células principalmente na forma de glicose, essencial para as funções cerebrais. Isso significa que não é uma boa ideia retirar completamente esse macronutriente da dieta.
As calorias diárias devem ser compostas predominantemente (45% a 60%) por carboidratos complexos. Por isso, os carboidratos simples devem corresponder apenas ao máximo de 10% das calorias totais de cada dia.