Imunidade baixa e outros problemas que ficar muito tempo no sol pode trazer

No verão, é quase impossível recusar o convite de um dia ensolarado. No entanto, tudo o que é em excesso faz mal —e com a exposição solar, não é diferente.

Ficar longos períodos sob o sol pode comprometer a saúde de diversas formas. A seguir, explicamos algumas delas e como aproveitar o sol do verão de maneira segura.

Impacto na imunidade

A barreira cutânea faz parte da nossa defesa inicial contra invasores, que conhecemos como imunidade inata. A radiação ultravioleta, principalmente a UVB, pode prejudicar as funções de algumas células imunológicas, diminuindo a eficácia da defesa da pele.

"Como resultado, causa um ambiente inflamatório que enfraquece a resposta do corpo a infecções", explica o médico Clóvis Eduardo Santos Galvão, coordenador da Comissão de Alérgenos da Asbai - Associação Brasileira de Alergia e Imunologia.

Nesse caso, ocorre o processo de insolação, que surge poucas horas depois de se expor ao sol sem o devido cuidado. Os sintomas mais comuns são febre, dor de cabeça, fraqueza, tontura, náusea e respiração ofegante. Sem falar nas possíveis queimaduras que podem piorar a resposta inflamatória e, como consequência, impactar a imunidade.

Na maioria das vezes, o mal-estar desaparece com repouso, alimentação e hidratação adequados. Contudo, mesmo que seja passageira, a insolação pode derrubar o sistema imunológico e facilitar os quadros de gripes, resfriados e outros problemas de saúde dias depois.

Riscos de longo prazo da exposição solar

De acordo com Jader Freire, dermatologista e professor titular do curso de medicina do Unipê (Centro Universitário de João Pessoa), a lista de danos à saúde é extensa. Entre as mais comuns estão:

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"Além disso, a exposição solar pode agravar algumas doenças, principalmente as autoimunes, como lúpus. Também pode facilitar o surgimento de doenças virais como o herpes simples e o do tipo zóster", alerta.

Estes dois tipos também costumam se manifestar a curto prazo, dependendo do estado de saúde do indivíduo. Por isso, se você tem histórico de herpes, redobre a atenção.

Existem pessoas mais sensíveis ao excesso de radiação solar?

Crianças, idosos e pessoas imunossuprimidas - ou seja, que possuem alguma condição que afeta a imunidade— são mais vulneráveis aos efeitos negativos do sol.

"Esses indivíduos têm mais riscos de enfrentar queimaduras, desidratação, infecções e desenvolvimento de câncer", comenta Thais Helena Bello Di Giacomo, dermatologista especialista em câncer de pele.

Como proteger a pele e o sistema imunológico durante o verão

Confira as dicas dos especialistas para aproveitar os benefícios do sol sem abrir mão da saúde:

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Dê preferência aos banhos de sol antes das 10h e depois das 16h e, ainda assim, não exagere no tempo. Fique na sombra sempre que puder.

Siga a boa e velha recomendação de sempre: use protetor solar fator 50 ou mais, que faz uma barreira mais segura contra os raios solares. Especialmente se você não toma sol com frequência ou tem a pele clara que queima com facilidade. Lembre-se de reaplicar o produto a cada duas horas ou sempre depois de entrar na piscina ou no mar. "Vale dizer que o uso de protetor não atrapalha a síntese de vitamina D", comenta Sobral.

Use acessórios e roupas com proteção UVA e UVB, além de chapéus e óculos de sol, para complementar a ação oferecida pelo protetor solar.

Beba bastante água para garantir a hidratação da pele e do corpo. Água de coco, sucos e bebidas isotônicas também são bem-vindos.

A alimentação é essencial para o sistema imunológico. Aposte em frutas da estação e faça refeições ricas em legumes e verduras, que são fontes de vitaminas e minerais diversos. A proteína também é importante para a imunidade.

Cuide-se mesmo em dias nublados. Muita gente acha que a falta de sol não bronzeia nem causa queimaduras, mas os riscos são os mesmos.

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