Dengue matou mais que covid em 2024; alta foi de 400% nos óbitos em um ano

O número de mortos por dengue superou o de óbitos por covid em 2024, de acordo com dados do Ministério da Saúde.

O mosquito Aedes aegypti causou 6.041 mortes, enquanto o coronavírus vitimou 5.959 pessoas no ano passado.

Dengue sobe, covid cai

Mortes causadas por dengue, inclusive, aumentaram mais de 400% em um ano —em 2023, os óbitos somavam 1.179. Há ainda 875 casos de morte em investigação.

Já os índices de covid-19 vêm diminuindo desde 2022. Em 2023, por exemplo, o número era superior ao de 2024, com 14.785, uma redução de 60% dos casos de morte. Os dados são do Ministério da Saúde.

Aumento da dengue pode ter relação com as mudanças climáticas. É o que afirma o plano de ação do governo federal para a redução da dengue e de outras arboviroses. O mesmo já foi dito por Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, em visita ao país em 2024. Ele disse que elevação das temperaturas globais vem contribuindo para o crescimento do número de casos de dengue no país e no mundo.

Além disso, no verão, os casos de dengue tendem a aumentar. Isso acontece devido à alta incidência de chuvas na maior parte do país. O acúmulo de água faz com que a proliferação do mosquito se intensifique. Somado ao calor intenso, o ambiente fica ainda mais propício para que os ovos colocados pelas fêmeas deem origem a milhares de novos mosquitos.

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Como se proteger de cada doença?

Dengue

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Na rede pública, apenas crianças e adolescentes de 10 a 14 anos podem tomar a vacina contra dengue gratuitamente. O imunizante oferecido no SUS é o Qdenga, desenvolvido pela farmacêutica Takeda.

Na rede privada, há duas opções de vacinas contra a dengue: o imunizante da Sanofi e o da japonesa Takeda, ambos aprovados pela Anvisa. O primeiro (em três doses) só é recomendado para quem já teve a doença e tem idade entre 9 a 45 anos. Já o segundo é mais amplo: pode ser aplicado em pessoas de 4 a 60 anos de idade —independentemente de o indivíduo ter tido a doença antes ou não— e são necessárias apenas duas doses.

Preço da vacina dose única fica entre R$ 350 e R$ 490, em média. Valor muda de acordo com o laboratório, clínica ou farmácia. Portanto, esquema vacinal completo (2 doses) fica entre R$ 700 e R$ 980.

Outras formas de prevenção incluem repelentes. Também é essencial evitar a formação de pequenos reservatórios de água parada, como vasos de flores, barris de chuva ou pneus de carros.

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Covid-19

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A melhor forma de se proteger da doença é estar com o esquema vacinal em dia. Para quem já fez isso nas campanhas anteriores, não há indicação de novas doses de reforço do imunizante até o momento.

Vacina é de rotina apenas para grupo específico. Entram na lista idosos acima de 60 anos, crianças menores de cinco anos e gestantes/puérperas, segundo informe do Ministério da Saúde. As doses e os intervalos para cada um podem variar, segundo Ana Karolina Marinho, membro do Departamento Científico de Imunizações da Asbai (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia). Entenda abaixo:

  • Crianças menores de 5 anos: de duas ou três doses;
  • Idosos acima de 60 anos: duas doses da vacina;
  • Gestantes/puérperas: uma dose a cada gravidez;

Pessoas imunossuprimidas devem tomar uma dose da vacina a cada seis meses. "Elas vão receber o imunizante que estiverem disponíveis, independentemente do calendário de vacinação. Essa é a recomendação vigente para 2025", explica Marinho.

Há ainda o grupo prioritário, que deve receber uma dose anual do imunizante. Vacinação especial vale para pessoas acima de cinco anos dos seguintes grupos: pessoas vivendo em instituições de longa permanência e seus trabalhadores; indígenas vivendo em terra indígena; ribeirinhos; trabalhadores da saúde; quilombolas; pessoas com deficiência permanente; pessoas com comorbidades; pessoas em situação de rua ou privadas de liberdade; funcionários do sistema de privação de liberdade e adolescentes e jovens cumprindo medidas socioeducativas.

Em 2022, a vacina foi comprada por algumas clínicas privadas. No entanto, a reportagem não encontrou o imunizante disponível nos principais laboratórios do país atualmente. Na época, não havia indicação para "reforçar a imunidade" e, assim como acontece no SUS, via PNI (Programa Nacional de Imunização), as clínicas deveriam seguir as indicações do Ministério da Saúde.

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Sintomas de dengue e covid

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Dengue

Manchas vermelhas parecidas com alergia

Dor no corpo

Mialgia (dor muscular)

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Fadiga

Dor de cabeça

Dor no fundo dos olhos

Febre (maior que 38,5ºC)

Perda de apetite

Dor abdominal

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Covid-19

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Mais comuns:

Febre ou calafrio

Tosse seca

Fadiga

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Sintomas menos comuns:

Perda de paladar ou olfato, chamadas de ageusia e anosmia

Congestão nasal

Conjuntivite

Dor de garganta

Dor de cabeça

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Dores musculares ou articulares

Diferentes tipos de erupções cutâneas

Náusea ou vômito

Diarreia

Calafrios ou tonturas

Sintomas da covid-19 grave:

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Falta de ar

Perda de apetite (hiporexia)

Confusão

Dor persistente ou pressão no peito

Alta temperatura (acima de 38°C)

199 comentários

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Luiz Fernando Pizzo

Ué! Segundo o consórcio de imprensa, que curiosamente não divulga mais os índices diários da covid desde o novo governo, estava tudo sobre controle.  Estamos perdidos com essa imprensa nojenta. 

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Luiz Antonio dos Santos

Antes era tudo culpa de Bolsanaro, a UOL tem que cobrar isso do L

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Jose Carlos de Oliveira

Dengue 2023 e 2024, mais mortal que Covid... Quem estava no comando do ministério da saúde neste periodo? 

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