Dor de crescimento existe? O que pais devem saber e observar no filho
Colaboração para VivaBem*
13/01/2025 15h13
Você já teve a famosa dor do crescimento? Pois é, ela existe e costuma aparecer na fase do estirão puberal, quando a altura da criança ou adolescente dá um salto.
Segundo o clínico geral especializado na saúde de adolescente Maurício de Souza Lima, essa dor de crescimento atinge mais quem têm um estirão acentuado, ou seja, as crianças que ganharam bons centímetros de uma hora para outra. Quem cresce "devagar e sempre" não costuma relatar a dor.
Esse incômodo é provocado por um descompasso: os ossos crescem em um ritmo diferente do esticar dos tendões. Além disso, os músculos também têm o seu próprio tempo para aumentar de tamanho. "Quando o crescimento de um parece não seguir a mesma velocidade do crescimento de outro, o jovem pode se sentir moído", explica o médico.
"A sensação dolorosa nas pernas ou em outro canto muitas vezes aparece do nada — embora seja mais comum depois da prática esportiva. Nessas horas, massagens leves e bolsas de gelo ajudam", afirma Souza Lima.
Além disso, a dor pode se manifestar a qualquer hora do dia ou da noite, não tem um horário certeiro. Mas se o adolescente sempre desperta no meio da noite sentindo dor, é importante levá-lo para ser examinado.
Outras dores e causas para investigar
Os pais não devem achar que toda queixa, nessa fase, tem a ver com um corpo que cresce ligeiro. Dores fortes, que não encontram alívio com facilidade, podem indicar outros problemas. As legítimas dores do crescimento — que passam sozinhas quando o tamanho de todas as estruturas corporais volta a ficar harmonizado — não costumam ser acompanhadas de outros sintomas, como inchaços, hematomas e vermelhidão.
Por isso, se o jovem vive reclamando ou se apresenta qualquer sinal diferente além da dor, não custa levá-lo ao clínico. Antes de cogitar o processo natural de crescimento, o médico deve afastar todas as outras possíveis causas.
"Crianças sentem vários tipos de dor, desde a cólica do bebê até as ligadas à prática de esportes. Porém, por falta de entendimento, muitas vezes elas são menosprezadas pelos pais e até médicos", explica o pediatra e reumatologista Claudio Arnaldo Len.
Conhecer as principais dores e como elas se manifestam também ajudam a aliviar o sofrimento dos pequenos. Além da dor de crescimento, veja outras queixas:
Cólica do recém-nascido: é comum até os quatro meses de idade, com picos entre os 15 dias de vida e dois meses;
Dor pelo nascimento dos primeiros dentes (erupção dental): tem início por volta do sexto mês de vida e término com o nascimento dos últimos dentes;
Cefaleia: é mais frequente entre 9 e 12 anos, atingindo de 15% a 20% das crianças, e na maioria das vezes é idiopática, ou seja, não tem causa definida;
Fibromialgia infantil: dor musculoesquelética crônica (com duração de pelo menos três meses) que não tem causa definida;
Disfunção Temporomandibular, ou DTM: alteração da articulação que liga o maxilar à mandíbula e que pode causar dor e desconforto no maxilar;
Dor do esporte: queixas mais comuns são dores nas pernas e na região pubiana após a prática de atividades físicas;
Dor abdominal recorrente: quando é forte o suficiente para interferir nas atividades do dia a dia, ocorre pelo menos três vezes seguidas e está associada com diarreia e constipação, é hora de procurar um pediatra.
*Com informações de reportagem publicada em 21/04/2021