Andressa Urach diz que aumentou ponto G com ácido hialurônico; faz sentido?

Andressa Urach disse que aplicou ácido hialurônico na região íntima para aumentar o ponto G, considerado uma zona erógena, e melhorar a sensação de prazer. Mas além das discussões sobre se de fato existe essa região no corpo humano, o uso do produto no local pode ser arriscado.

O que é o ponto G?

Região foi descrita pela primeira vez pelo médico alemão Ernst Gräfenberg, na década de 1950. Segundo ele, esse ponto estaria localizado no interior da vagina, de 3 cm a 5 cm da entrada, na parede anterior, perto do abdome. Seria uma área que, quando estimulada, aumentaria a intensidade do prazer.

Mas a existência desse ponto não é consenso. Ao longo do tempo, pesquisadores apontaram que nem todas as pessoas com vagina tinham esse ponto. Sua percepção seria mais subjetiva, com mulheres relatando senti-lo e outras não.

O ponto G não seria uma estrutura em si, mas uma extensão do clitóris. O órgão sexual mede cerca de 10 cm e é composto pela glande, a parte externa visível, e os bulbos que se prolongam pela lateral da parede da vagina. Ele tem mais de 8.000 terminações nervosas, então quando há estímulos ali, há prazer.

Ernst Gräfenberg descreveu o ponto G muito antes da existência da microscopia eletrônica e de métodos científicos avançados para detectar estruturas que só aparecem durante a excitação sexual. Hoje, toda evidência dos estudos científicos aponta para a existência do complexo interno do clitóris nessa região. Jaqueline Brendler, ginecologista e sexóloga

Faz sentido aplicar ácido hialurônico?

Se não há certeza sobre o local exato do ponto G, não tem como fazer algum procedimento nele. Além disso, não há consenso sobre o uso seguro de ácido hialurônico na vagina (parte interna), apenas na vulva (parte externa).

Não tem embasamento científico. "Não há estudos que garantam segurança para fazer isso, não tem descrição de técnica ou benefício de aplicar ácido hialurônico na vagina ou no clitóris", diz Guilherme Henrique dos Santos, ginecologista da clínica Les Peaux.

Mas aplicação do produto poderia aumentar percepção da penetração. Segundo Santos, a aplicação do ácido poderia provocar inchaço da região, o que, em tese, deixaria o canal mais estreito e aumentaria a percepção da penetração. Mas o resultado seria temporário. "Depende da área que é aplicada e da quantidade, mas normalmente a substância é reabsorvida de seis a 18 meses", diz Carlos Moraes, ginecologista e obstetra pela Santa Casa de São Paulo e médico do Hospital Albert Einstein.

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Efeito placebo também entraria em jogo. Para Brendler, a maior sensação seria provocada pelo efeito placebo. "Se o médico falar de uma maneira muito segura para a paciente que vai melhorar as sensações, talvez por indução, e não pela técnica, ela sinta. É um efeito passado pela confiança do médico sobre um procedimento ou um remédio", diz.

Aplicação envolve riscos

A aplicação na parte interna pode causar complicações. Essa região íntima é muito vascularizada e, dependendo de onde a injeção é dada, pode obstruir vasos sanguíneos, levar a infecções, fechamento do canal vaginal, dor na penetração e necrose. Há risco de alergias e rejeição do produto.

Há até risco do prazer. "O mamilo, o clitóris, os grandes lábios e a vagina acionam áreas cerebrais que têm a ver com o prazer. Se o ácido hialurônico for rejeitado, encapsular ou se inflamar os nervos dessa região, esse estímulo não vai ser transmitido para o cérebro", explica Brendler.

Ácido hialurônico, só do lado de fora. Um tipo mais fluido do produto pode ser usado com finalidade estética para dar volume aos grandes lábios ou próximo à entrada da vagina, para tratar fissuras de repetição. Neste caso, ele age como um hidratante para regenerar a pele. Bioestimuladores de colágeno também ajudam na flacidez.

Cuidados com procedimentos íntimos. Após tratamentos adequados, Santos orienta evitar relações sexuais por três dias, roupas apertadas e práticas de exercícios que podem comprimir a região, como andar de bicicleta. Com bioestimulador, recomenda-se fazer massagem no local para evitar nódulos e ajudar o produto a se espalhar. Remédios anti-inflamatórios devem ser suspendidos antes do procedimento, pois podem diminuir o efeito do produto.

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Prazer envolve muitos pontos

A sensação é influenciada por diversos fatores. A região do tal ponto G pode ser significativa para algumas pessoas, mas a resposta sexual é complexa e varia entre os indivíduos. "Depende de fatores físicos e emocionais também. Por exemplo, se a mulher estiver com a mente desconectada ou pouco erotizada, é difícil que ela sinta prazer apenas pela estimulação dessa região", diz Claudia Petry, terapeuta e educadora sexual.

Diferentes partes do corpo podem ser estimuladas para o prazer. Genitais, seios e toques em locais sensíveis para cada pessoa integram a experiência. Técnicas de estimulação e variações do estímulo ajudam a ampliar a sensação de prazer, e a educadora incentiva a comunicação com o parceiro e a exploração de brinquedos sexuais.

Autoconhecimento é fundamental. Segundo Petry, explorar o próprio corpo pode ajudar na descoberta de preferências e na melhoria da vida sexual, promovendo maior compreensão, empoderamento e autonomia sexual. "É nessa descoberta que ampliamos nosso real valor e compreendemos que, mesmo que nosso corpo não esteja no padrão social, ele pode proporcionar muito prazer. O autoconhecimento nos permite comunicar ao outro o que gostamos e queremos, assim como o que não gostamos e não aceitamos", diz.

35 comentários

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Ailela Domrod

UOL quase que diariamente faz promoção dessa mulher cujo filho filma seus filmes p0rn0gráflc0s. Com tanta gente interessante para exaltar, por que escolhe essa "peça" que é um pésslm0 exemplo? Mania de ficar imp0ndo essa criatura goela abaixo do cliente PAGANTE do canal.

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Carlos Eduardo Ferreiro Corrêa

Não entendo porque ficam noticiando cada palhaçada que esta p*** faz no corpo. Temos 90% do país sem saneamento básico, temos um ex-presidiário destruindo o país de novo e vocês preocupados com um prostituta?

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Maria Teresa Saraiva

Como assinante  UOL, não entendo toda essa publicidade, acredito que seja gratuita, voltada para Andressa Urach. Não passa uma semana sem que haja um artigo, cujo tema é o uso que essa senhora faz da própria vagina. Vim aqui para manifestar meus protestos diante da banalidade, vulgaridade da matéria. Todavia, caso seja matéria paga, fazer o quê?

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