'Agora vai?': repórter testa cinco modalidades para fugir da musculação

"Ano novo, vida nova e é em 2025 que eu viro fitness." Quem nunca? Não sou a maior fã de atividades físicas e, pessoalmente, detesto musculação. Mas entendo que é importante fazê-los. Para manter viva minha meta de ser mais ativa, comecei 2025 testando diferentes modalidades e academias.

Minha preferência é sempre por exercícios coletivos. Afinal, dá vergonha ficar com preguiça de terminar uma série quando a sala inteira está firme e forte.

Entre exercícios aeróbicos e de força, vivi cinco experiências bem diferentes e conto como foi. Quem sabe ajudo você a escolher qual será a modalidade que você chamará de sua este ano?

Tonus Gym

Tonus Gym
Tonus Gym Imagem: Divulgação

Preço: R$ 60/aula (pode mudar de acordo com a localidade)
Grau de dificuldade: 3
Nível de suor: 2
A experiência: A ideia dessa academia é proporcionar treinos coletivos de musculação. O que é ótimo para quem tem preguiça e costuma "roubar" séries quando está treinando sozinho. A aula é dividida em quatro blocos e os exercícios são guiados pelo professor, que explica os movimentos e conta o tempo das repetições. Há dois tipos de programas: um voltado para os membros superiores (o que eu fiz) e um para os inferiores.

Para mim, é o jeito ideal de fazer musculação. Sozinha, não faço —ou faço mais ou menos. Mas cercada de colegas, rola aquele constrangimento de não ficar à altura dos outros, o que pode dar um gás a mais no treino.

Na minha opinião, outro ponto positivo é a duração da aula: são 50 minutos. Uma maneira objetiva de fazer exercícios de força que são eficazes sem ter que desvendar aparelhos e nem revezar com ninguém. Gostei que rola uma música, que não é alta, a sala é bem iluminada e não tem gritaria. É gostoso e divertido.

Vidya Hot Yoga

Sala de hot yoga da Vidya
Sala de hot yoga da Vidya Imagem: Divulgação
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Preço: R$ 60/aula (pode mudar de acordo com a localidade)
Grau de dificuldade: 5
Nível de suor: 5
A experiência: A proposta da aula é que os exercícios de ioga sejam feitos em uma sala aquecida a 40ºC. Segundo eles, isso ajuda a deixar as articulações mais lubrificadas e a liberar toxinas do corpo. Ela começa com exercícios leves de alongamento até chegar no flow, uma sequência de movimentos em repetições. Termina com uma meditação.

Posso dizer com convicção que esse não é o exercício ideal para mim. A sala quente e fechada me deu sensação de claustrofobia, tive dificuldade de respirar e não tinha nada que me fizesse relaxar. O calor é insuportável (para mim) e acredito que seja indicado para quem já saiba algo de ioga (não é meu caso).

Mal conseguia entender um exercício e a sequência já tinha mudado. Não consegui nem acompanhar, nem relaxar e nem curtir —mas fiquei dentro da sala até o fim.

Race Bootcamp

Race Bootcamp
Race Bootcamp Imagem: Fernando Alves/ Divulgação

Preço: R$ 65/aula (pode mudar de acordo com a localidade)
Grau de dificuldade: 4
Nível de suor: 4
A experiência: A proposta do Race Bootcamp é misturar o treino aeróbico com o de força, alternando entre blocos de corrida e funcional em um intervalo de uma hora. Ao final, cada aluno terá passado três vezes pela corrida e três vezes pelo funcional, em intervalos que duram de 4 a 7 minutos.

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Já tinha feito Race Bootcamp outras duas vezes, pois é um exercício disponível na academia que frequento. Não gosto de correr (costumo brincar que se me verem correndo na rua, corram também porque há perigo), mas a proposta de fazer corridas em intervalos curtos me ajuda a enfrentar o desafio.

Funcional é a maneira que me sinto mais confortável para fazer exercícios de força. No fim das contas, em uma hora você já fez dois tipos de estímulo para o corpo (força e aeróbico) e ainda conseguiu treinar superiores e inferiores: 10/10. Mas atenção: a sala é escura, com música alta, professor animado e luzes vermelhas piscando. Se não for sua vibe, eu avisei.

Velocity

Sala de aula da Velocity
Sala de aula da Velocity Imagem: Divulgação

Preço: R$ 60/aula
Grau de dificuldade: 3
Nível de suor: 3
A experiência: A academia que é uma febre propõe um exercício completo em uma bicicleta. Além de pedalar, há também um bloco com halter para que os alunos treinem os músculos superiores. Sem falar que boa parte da aula conta com uma coreografia: você mexe os braços ao mesmo tempo em que pedala.

Estaria eu seitalizada? Muita gente brinca que Velocity é uma seita e eu adorei. A cadeira da bicicleta é ilustrativa, afinal passamos a maior parte da aula em pé na bike. Tem músicas legais, professores que incentivam e alguns momentos em que somos estimulados a pedalar no escuro e só sentir. Não achei muito cansativa e nem muito pesada. E acho que entendi porque quem começa não quer parar.

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One Pilates

One Pilates
One Pilates Imagem: Reprodução/Instagram

Preço: R$ 60/aula (pode mudar de acordo com a localidade)
Grau de dificuldade: 5
Nível de suor: 4
A experiência: Com pé direito alto, tapete fofo na porta e água saborizada para os alunos, o One Pilates é uma experiência de luxo para quem busca fazer exercícios. Com aparelho novíssimos, a academia dispõe de diferentes tipos de treino: corpo inteiro, pernas, flexibilidade e abdômen e cárdio.

Para mim, esse foi o treino mais desafiador. Tenho fôlego, mas não tenho força —algo que é muito exigido pelo pilates. E não tem essa de trocar o halter porque está pesado. Você depende da força das molas e até a mais leve era pesada para mim. Contudo, gostei da experiência e consegui fazer todos os exercícios. Ao fim da aula, me senti alongada e com a sensação de que tinha feito um treino pesado.

Saia do sedentarismo

Se é difícil começar, é ainda mais se manter estimulado.

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Qualquer movimento é importante. O primeiro benefício começa a partir do momento que você sai do zero. O ideal é escolher algo que você goste, o que facilita a adesão da prática. Emmanuel Gomes Ciolac, professor de Educação Física da Unesp

A OMS recomenda uma dose alta de exercícios —o que pode ser desestimulante para quem está tentando começar: 150 minutos semanais de atividade aeróbica de alta intensidade.

"A gente recomenda uma combinação de exercício: três vezes por semana aeróbicos moderados ou de alta intensidade, duas vezes por semana musculação e alongamento", diz Karina Hatano, médica do esporte do Espaço Einstein Esporte e Reabilitação.

"O ideal é encontrar um exercício que trabalhe o corpo todo, não só um agrupamento muscular, como burpee com flexão de braço, por exemplo", exemplifica Ciolac.

Hatano reforça que exercícios físicos são importantes para evitar —e até tratar— algumas doenças. "Eles são parte do tratamento se hipertensão, diabetes, colesterol e ajuda até em alguns casos de câncer, em um tratamento conservador", explica.

Movimentar-se é importante para prevenir doenças osteomusculares, como artrite, artrose e desgaste de cartilagem. "A partir dos 50 anos, estamos sujeitos a sarcopenia, uma doença que causa perda de massa muscular e acontece de forma involuntária", afirma Hatano.

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Seja qual for sua escolha, o importante é se mexer.

5 comentários

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Carlos Alberto Hammer

Músculos são uma poupança de saúde, e a única maneira de ganhar ou manter a musculatura é com musculação, o resto é mi-mi-mi.  

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Roberto de Lima Cruz

Musculação e também aeróbico como corrida, pedalar e caminhada.

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Tatiane Marcolongo de Oliveira

Tirando o Pilates, todas as outras modalidades são um convite futuro e involuntário para o ortopedista. 

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