166 mortes e mais de 400 mil casos: qual a situação da dengue no Brasil?

Só neste ano, o Brasil já soma 166 mortes por dengue e 416.510 casos prováveis da doença, segundo dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses, do Ministério da Saúde, consultados nesta quarta (26). Outras 405 mortes estão em investigação.

Qual a situação da dengue no Brasil?

Mulheres são as mais afetadas pela doença, representando 55% dos casos. Já os homens são 45%.

Faixa etária que contempla maior número de casos vai dos 20 e 29 anos: são 78.843. Na sequência aparecem os grupos de 30 a 39 anos (com 70.035 casos) e 40 a 49 anos (64.762 casos).

Estado com maior concentração de óbitos é São Paulo (128). O estado decretou emergência em razão da doença na semana passada. A medida permite agilizar ações e liberar recursos adicionais para combater o mosquito Aedes aegypti. A emergência também facilita a implementação de medidas preventivas e amplia a vacinação contra a dengue em regiões críticas.

Na sequência aparecem Goiás (5), Minas Gerais (5), Pará (5) e Paraná (5). Os locais que concentram os casos mais graves da doença, segundo o painel, são: São Paulo (2.747), Goiás (594), Minas Gerais (490), Paraná (264) e Espírito Santo (145).

Taxa de incidência no Brasil, em 2025, é de 195,9 a cada 100 mil habitantes. Acre, São Paulo, Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais figuram no topo da lista.

Jovem de 14 anos recebe vacina contra dengue em posto de saúde da Vila Ema (SP)
Jovem de 14 anos recebe vacina contra dengue em posto de saúde da Vila Ema (SP) Imagem: Zanone Fraissat/Folhapress

Para quem é a vacina no SUS?

Atualmente, a vacina disponível no SUS é para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. O imunizante é a Qdenga, desenvolvida pela farmacêutica Takeda. Já a vacina Dengvaxia (Sanofi) não está na rede pública, apenas no setor privado.

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Para receber o imunizante, basta ir à UBS do bairro. O paciente precisa estar acompanhado de um responsável, levando documento de identidade, cartão de vacina (pode ser emitido na hora) e comprovante de residência ou escolar.

Na rede particular, é possível obter o imunizante. No entanto, há relatos de falta de vacinas para quem quer iniciar o esquema vacinal.

Saúde anuncia vacina brasileira no SUS em 2026

Na terça (25), o governo anunciou vacina de dose única de produção nacional para 2026. Imunizante é feito pelo Instituto Butantan e será destinado para toda a faixa etária de 2 a 59 anos. O governo diz que passará a disponibilizar 60 milhões de doses anuais a partir de 2026, com integração ao PNI (Programa Nacional de Imunização). Já há pedido de registro na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Imunizante tem eficácia de 79,6% em casos de dengue sintomática e 89% em casos graves, diz governo. A vacina brasileira é tetravalente —atua contra os quatro sorotipos da dengue.

O estado de São Paulo concentra o maior número de óbitos pela doença: 128
O estado de São Paulo concentra o maior número de óbitos pela doença: 128 Imagem: Joao Paulo Burini/Getty Images
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Como se prevenir

Além da vacina, as únicas formas de prevenção da dengue envolvem a eliminação dos possíveis criadouros e evitar as picadas. Isso inclui medidas como:

  • Manter a caixa d'água sempre fechada;
  • Manter tonéis e barris de água tampados;
  • Lavar semanalmente, com escova e sabão, as paredes dos tanques usados para armazenar água;
  • Encher de areia até a borda os pratos de plantas;
  • Colocar no lixo todo objeto descartado que possa acumular água;
  • Acondicionar o lixo em sacos plásticos e manter a lixeira sempre tampada;
  • Manter as calhas limpas;
  • Não deixar água acumulada sobre as lajes;
  • Tratar a água da piscina e cobri-la quando não estiver sendo usada;
  • Remover todos os recipientes que possam acumular água em casa, como garrafas, latas e pneus;
  • Usar roupas que diminuam a exposição da pele durante o dia, quando os mosquitos são mais ativos, durante os surtos.
  • Usar repelentes e inseticidas, seguindo as instruções do rótulo;
  • Usar telas e mosquiteiros (especialmente quem dorme durante o dia, como bebês, pacientes acamados e trabalhadores noturnos.

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