Carnaval em PE: 16 pessoas foram furadas por agulha; quais os riscos?
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A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco registrou 16 atendimentos a pacientes furados por agulhas durante o Carnaval, entre os dias 28 de fevereiro e 5 de março. Os casos foram registrados em Olinda, Recife, Bezerros, Nazaré da Mata, Garanhuns e Triunfo.
O que aconteceu
16 pessoas foram atendidas com lesões causadas por agulhas no Carnaval, em Pernambuco. Ainda de acordo com a secretaria, todos os pacientes foram avaliados e receberam assistência no Hospital Correia Picanço, referência estadual para o tratamento de doenças infectocontagiosas. As vítimas também receberam medidas de profilaxia conforme o risco de exposição de cada um (entenda abaixo).
Vítimas são nove mulheres e sete homens. Segundo a secretaria, a média de idade é 32 anos, com variação entre 21 e 51 anos.
Polícia Civil de Pernambuco está investigando os casos. Em nota enviada a VivaBem, eles informaram que estão orientando que as vítimas que ainda não registraram o boletim de ocorrência procurem a delegacia mais próxima.
Em 2024, foram 29 casos registrados — sendo a maioria no Recife (no Galo da Madrugada e no Marco Zero) e 11 em Olinda. No ano passado, uma jovem contou a VivaBem que estava em um show na Praça do Carmo, em Olinda, quando sentiu uma "queimação" no braço direito. "Vi que tinha um furo, com um pouco de sangue", disse.
Não se sabe se as agulhas estavam ou não contaminadas. Popularmente, pessoas que saem furando indivíduos com objetos pontiagudos, como seringas e agulhas, com objetivo de passar doenças, são chamadas de "carimbadores". O termo também diz respeito ao grupo que faz sexo sem camisinha e sem mencionar o HIV aos parceiros, no intuito de transmitir o vírus.
Importante ressaltar que a transmissão do HIV não é tão simples assim. Para ocorrer a contaminação, o sangue da seringa teria de ter sido coletado pouco tempo antes da picada na vítima, de acordo com o infectologista Rico Vasconcelos, ex-colunista de VivaBem. Além disso, o dono do sangue não poderia estar em tratamento contra o HIV.
Pacientes devem tomar medicações e realizar testes
Medicações da PEP (Profilaxia Pós-Exposição ao HIV) fazem parte do protocolo. Tratamento tem objetivo não só de prevenir HIV, mas hepatites virais e outras ISTs (infecções sexualmente transmissíveis). Exames e testes podem ser necessários no momento do atendimento.
Protocolo é indicado em diversas situações. É realizado como esquema para evitar o HIV, além de casos de violência sexual, acidente com material biológico ou exposição sexual consentida com o rompimento do preservativo.
Na PEP, os medicamentos devem ser tomados durante 28 dias, sem interrupção, sob orientação médica após avaliação do risco. O tratamento deve ter início nas primeiras duas horas após a exposição de risco e no máximo em 72 horas.
Se você for furado por alguma agulha, busque atendimento médico. Quanto mais rapidamente for administrada a profilaxia, melhor será o resultado. No Brasil, a PEP está disponível gratuitamente pelo SUS.
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