Baixa dopamina pode afetar memória e atenção; veja como estimular produção


Colaboração para VivaBem*
18/03/2025 14h40
Várias funções do nosso corpo são controladas por sinais elétricos e químicos trocados entre as células que compõem o sistema nervoso central. Para garantir que esses sinais cheguem ao seu destino, essas células dependem do trabalho de mensageiros: os neurotransmissores. Um deles é a dopamina, relacionada a diferentes funções do organismo. Os principais são:
- Movimento
- Memória
- Motivação
- Recompensa
- Cognição
- Atenção
- Inibição da liberação de prolactina (hormônio que estimula a produção de leite)
- Sono
- Humor
- Aprendizado
- Processamento da dor
- Defesas do corpo
- Função cardíaca
- Movimentação intestinal
A falta de dopamina pode levar a doenças relacionadas ao movimento como o Parkinson. E como a substância está vinculada ao sistema de recompensa e reforço do cérebro, sua falta também parece aumentar o risco de vulnerabilidade ao consumo abusivo de drogas como cocaína e álcool, bem como a compulsão por compras e jogos, entre outros.
Outros sintomas de sua falta incluem a perda da capacidade de sentir prazer —sintoma comum na depressão—, declínio da capacidade cognitiva (memória, atenção, capacidade de resolver problemas) e aumento da liberação de prolactina (levando à ginecomastia, caracterizada pelo crescimento das mamas em homens).
Por outro lado, altos níveis de dopamina no corpo estão ligados a doenças e transtornos como:
Esquizofrenia
Psicoses
TDAH
Ansiedade, fobia social
Transtorno bipolar
Dá para saber o nível de dopamina no corpo?
Até o momento não existe um teste laboratorial capaz de avaliar os níveis de dopamina no corpo. No entanto, de forma secundária, a atividade das áreas cerebrais nas quais ela é produzida poderia ser observada por meio de exames de neuroimagem, como a tomografia de emissão de pósitrons.
Como aumentar a dopamina
Um estudo sobre efeitos da dopamina no cérebro publicado na revista Neuron relatou que a substância tem mais a ver com motivação e relação custo-benefício do que com o próprio prazer. É ela que te empurra para conquistar aquela promoção no trabalho ou conseguir emagrecer mais uns quilinhos. Essa substância química é, na prática, acionada quando se dá o primeiro passo em busca de um objetivo.
Quer aumentar a produção dela? Veja algumas ações a serem adotadas:
Defina metas de curto prazo: essa é uma maneira de estimular a produção de dopamina, pois existe algo a ser conquistado/superado.
Medite: ela facilita a concentração e o estado de presença para acalmar a mente, afinal a prática também promove um desafio de busca interior e de compreensão mais ampla sobre a vida.
Aprenda algo novo: todo o processo de aprendizado exige esforço em busca de uma meta, que tem relação com a dopamina, além de ativar o mecanismo de recompensa do cérebro.
Como tratar desequilíbrios
O tratamento dependerá da causa do desequilíbrio da dopamina. No Parkinson, por exemplo, que decorre da perda progressiva de neurônios dopaminérgicos, a estratégia terapêutica mais utilizada se baseia no uso da levodopa, um fármaco capaz de se converter em dopamina, para compensar a falta da dopamina produzida pelo organismo.
Já na esquizofrenia, quando há um excesso da liberação de dopamina, o tratamento se dá por meio de substâncias que bloqueiam os seus efeitos, em geral, os antipsicóticos.
*Com informações de reportagens publicadas em 27/01/2025 e 11/09/2019