Surto nos EUA, recorde de casos na Europa: por que sarampo reapareceu?

O mundo enfrenta um surto alarmante de sarampo, com casos disparando na Europa, Ásia Central, América do Norte e América Latina. O aumento da doença altamente contagiosa tem sido atribuído à queda na cobertura vacinal e à disseminação de movimentos antivacina, que minam os esforços de imunização.

O que aconteceu

A OMS alerta que, após uma redução na cobertura vacinal durante a pandemia de covid-19, os casos de sarampo voltaram a subir significativamente em 2023 e 2024. Muitos países ainda não recuperaram os níveis de imunização pré-pandemia, deixando milhões de crianças desprotegidas.

A Europa e a Ásia Central registraram um total de 127.350 casos de sarampo em 2024, o dobro do ano anterior e o maior número desde 1997. Segundo a OMS e o Unicef, 40% das infecções ocorreram em crianças menores de cinco anos, e mais da metade dos casos exigiu hospitalização. Foram registradas 38 mortes até o momento.

Nos EUA, o sarampo havia sido considerado erradicado, mas o país enfrenta agora seu maior surto em 10 anos, com mais de 300 infecções confirmadas nos estados do Texas e do Novo México. Duas mortes já foram registradas, as primeiras em uma década.

O secretário de Saúde dos EUA, Robert F. Kennedy Jr., enfrenta duras críticas pelo manejo da crise. Conhecido por seu ceticismo em relação às vacinas, Kennedy minimizou a gravidade do surto e fez declarações controversas, sugerindo que a vacina contra o sarampo pode causar cegueira e perda auditiva —alegações refutadas pela comunidade científica.

A situação tem gerado instabilidade no governo, com renúncias dentro da equipe de Kennedy e o recuo da Casa Branca na nomeação de aliados do secretário para cargos-chave no setor de saúde pública.

No México, os casos de sarampo dobraram em uma semana, passando de 22 para 43 infecções confirmadas. A maioria foi registrada em Chihuahua, estado que faz fronteira com o Texas, onde ocorre o surto mais grave dos EUA. O governo mexicano anunciou uma intensificação da campanha de vacinação, com foco em crianças e profissionais de saúde.

O secretário de Saúde do México, David Kershenobich, afirmou que mais da metade dos infectados tem entre 5 e 9 anos e que, entre os 39 casos em Chihuahua, nenhum paciente havia sido vacinado. O México não registrava casos nativos de sarampo desde 1996, mas agora vê a doença ressurgir por meio de infecções importadas.

E no Brasil?

No Brasil, o estado do Rio de Janeiro confirmou três casos de sarampo em 2024, dois em crianças da mesma família na Baixada Fluminense e um em Itaboraí. O governo reforçou a importância da vacinação e orientou a notificação imediata de casos suspeitos.

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O Brasil recuperou, em novembro de 2023, o certificado de eliminação do sarampo, que havia sido perdido em 2019 devido à queda na cobertura vacinal. No entanto, o ressurgimento de casos preocupa autoridades de saúde.

Vacinação e risco de complicações

O sarampo é uma doença altamente contagiosa transmitida pelo ar e pode causar complicações graves, como pneumonia, encefalite, cegueira e até a morte. Além disso, a infecção pode enfraquecer o sistema imunológico por meses, tornando os pacientes mais vulneráveis a outras doenças.

A vacina contra o sarampo é a forma mais eficaz de proteção e está disponível gratuitamente em diversos países. A OMS alerta que, sem esforços intensificados de imunização, surtos continuarão ocorrendo globalmente.

Sintomas do sarampo

Manchas vermelhas no corpo

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Febre alta (acima de 38,5°C)

Tosse seca

Irritação nos olhos (conjuntivite)

Nariz escorrendo ou entupido

Mal-estar intenso

A recomendação das autoridades sanitárias é que todos verifiquem suas cadernetas de vacinação e completem o esquema vacinal o quanto antes para evitar a disseminação da doença. (Com AFP, Reuters e Agência Brasil)

20 comentários

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Maria Cristina de Moraes Rosa Manfredini

Coincidência o Brasil ter perdido o certificado de eliminação do sarampo em 2019 no governo de quem mesmo? Pergunta retórica. 

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Fernando Augusto Medeiros Silva

Antivax é uma das coisas que não existe opinião. Quem é contra vacina está errado e não tem de falar 

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Ranulfo Felix Junior

Texas. Estado campeão das mortes por Covid nos Estados Unidos. Trumpistas até o osso. E agora suris de sarampo. Negacionistas de vacinas, se autodestroem mas não aprendem.

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