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O que significa balançar a cabeça ao ouvir alguém, segundo a psicologia?

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Imagem: iStock

Colaboração para VivaBem*

20/03/2025 18h59

Movimentar a cabeça, muitas vezes sem perceber, enquanto alguém fala faz parte da comunicação não verbal (sem palavras). Esse gesto, comum em interações sociais, pode demonstrar concordância, incentivo ou até hesitação, dependendo da situação.

No campo da psicologia, especialistas analisam como esse comportamento reflete processos internos, como atenção, compreensão e reações emocionais, que podem variar de acordo com a cultura e a personalidade de cada indivíduo. Além disso, pesquisas indicam que esses movimentos podem influenciar a forma como somos percebidos pelos outros, tornando a comunicação mais clara e envolvente.

Veja o que alguns estudos já revelaram sobre esse comportamento:

  1. Aumenta a confiança nas próprias opiniões: um estudo conjunto entre americanos e espanhóis mostrou que esse gesto reforça tanto a concordância com argumentos fortes quanto a discordância diante de argumentos fracos, indicando que não apenas expressa uma reação, mas também fortalece a convicção pessoal.
  2. Torna alguém mais simpático e acessível: um estudo japonês mostrou que esse gesto aumenta a percepção de simpatia em 30%, e de acessibilidade em 40%. Em testes com figuras digitais, aquelas que moviam a cabeça foram vistas como mais receptivas do que as estáticas ou com movimentos negativos, sugerindo que esse simples gesto facilita a conexão social.
  3. A posição da cabeça influencia a percepção das emoções: um outro estudo mostrou que inclinar a cabeça para baixo pode intensificar a aparência de braveza, diminuindo a percepção de emoções como surpresa ou felicidade. Por outro lado, balançá-la negativamente para os lados suavizaria essa impressão.

Cuidado só para não balançar demais

O "headbanging", que é o movimento intenso e rápido da cabeça ao ritmo da música, é comum em shows de heavy metal e punk rock e, em geral, não causa problemas de saúde. No entanto, médicos registraram três casos raros de hemorragia cerebral relacionados a essa prática.

Em 2014, um outro caso, publicado na revista The Lancet, envolveu um fã da banda Motörhead que precisou de drenagem cerebral e ficou internado por seis dias, mas se recuperou bem. O especialista em neurocirurgia Ariyan Pirayesh Islamian afirmou que, embora haja risco de hemorragia, ele é muito raro, sendo o risco de perda auditiva muito mais significativo.

Em entrevista ao VivaBem, o neurocirurgião Júlio Barbosa Pereira alertou sobre os riscos de movimentos bruscos da cabeça: "O cérebro pode se movimentar dentro do crânio, pois eles não são colados, há um espaço com líquido, e o choque entre eles pode levar a rompimentos de pequenos vasos e formar desde hematomas a coágulos".

Além disso, movimentos rápidos podem resultar em complicações como náuseas, tontura, dor de cabeça, visão turva e até desmaios, aumentando o risco de acidentes e lesões, como bater a cabeça ou se cortar.

*Com informações de reportagem publicada em 16/12/2021 e 25/07/2014


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