Por que vacina contra gripe do SUS é diferente da rede privada?

O Ministério da Saúde anunciou hoje que a campanha nacional de vacinação contra a gripe começa em 7 de abril. No SUS (Sistema Único de Saúde), uma vacina trivalente estará disponível, que protege contra três cepas do vírus influenza. Já na rede privada de saúde, o imunizante será quadrivalente, atuando contra quatro tipos do vírus.

Por que vacinas são diferentes?

Há diferentes cepas da gripe. O influenza é o vírus que causa a doença, sendo que os tipos A, B e C são os principais que acometem os seres humanos, e os dois primeiros são responsáveis pela maioria das epidemias sazonais. No caso do tipo A, as linhagens mais frequentes em humanos são o H1N1 e o H3N2. O tipo B é dividido nas linhagens Yamagata e Victoria, com menor potencial de pandemia. Já o tipo C provoca casos leves de doença respiratória e não tem relevância em termos de saúde pública.

Rede pública adota vacina com os vírus mais comuns entre humanos. As vacinas são feitas com os vírus mortos (inativados), então não causam gripe, mas ajudam o corpo a combater a infecção. Na vacina trivalente deste ano, disponível no SUS, haverá dois subtipos de influenza A (H1N1 e H3N2) e um subtipo de influenza B (Victoria), conforme nota técnica da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações). O imunizante é produzido pelo Instituto Butantan.

Rede privada oferece vacina com um tipo a mais de influenza B. Além dos três subtipos presentes na trivalente, o imunizante quadrivalente tem o vírus inativado da linhagem Yamagata. Embora nenhum caso dessa linhagem tenha sido confirmado desde abril de 2020, ainda não se pode afirmar que ela foi extinta. Então, a vacina fica disponível apenas nos serviços privados, caso as pessoas possam e queiram ter uma proteção a mais.

Apesar das diferenças, as duas vacinas são seguras e eficazes. Elas têm a mesma formulação, exceto pela linhagem adicional na quadrivalente, e perfil de segurança semelhante. Também, ambas seguem a regulamentação da OMS (Organização Mundial da Saúde) e podem ser aplicadas em todas as pessoas indicadas.

Quem pode tomar as vacinas?

Todas as faixas etárias podem ser afetadas pelo influenza. Mas alguns grupos estão mais propensos a desenvolver formas graves da doença e são um grupo-alvo para a imunização na rede pública:

  • Gestantes e puérperas;
  • Adultos com mais de 60 anos;
  • Crianças com menos de 5 anos;
  • Pessoas com doenças crônicas, em especial as cardiorrespiratórias, diabetes e obesidade.

Na rede privada: todas as pessoas a partir de 6 meses de vida

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Haverá vacina o ano inteiro nas unidades básicas de saúde. A medida é uma tentativa de aumentar o número de imunizados. O ministro da saúde, Alexandre Padilha, disse que vai buscar o número recomendado pela OMS, que é ter 90% . "A meta recomendada é 90% do grupo prioritário vacinado.

A vacina está disponível para crianças e idosos ao longo de todo o ano. Mas o Ministério da Saúde ressalta que a época ideal para imunização é antes do inverno.

Calendário de distribuição

O ministério determinou a quantidade de vacinas que vão chegar aos municípios e as datas. A compra é menor que o número de pessoas nos grupos prioritários. Caso as vacinas estejam perto do fim, nova encomenda será feita. A gestão é feita desta forma, segundo o ministério, para evitar desperdício de doses.

No primeiro semestre haverá foco na maior parte das regiões. O trabalho será concentrado no Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste. No segundo semestre o foco é a região Norte —isso porque os casos aumentam no chamado inverno amazônico. A distribuição será a seguinte:

  • Março: 5 milhões de doses
  • Abril: 35 milhões de doses
  • Maio: 36 milhões de doses

4 comentários

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Jeronimo Gomes de Oliveira Filho

Tenho 68 anos e desde 2010 tomo rigorosamente todos os anos a vacina contra gripe, desde então nunca mais fiquei gripado o que era quase rotina acontecer comigo com garganta, febre, indisposição etc. Para mim teve um efeito certeiro e agora a partir de 5 de abril de 2025 estarei tomando a vacina novamente. Tomei todas as (7 ou 8) doses da contra covid-19 e consegui passar imune por toda pandemia. Acredito nas vacinas e isso vem desde a minha infância onde minha mãe sempre manteve a minha caderneta de vacinação em dia, agradeço a ela e a todos os envolvidos nas pesquisas. 

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