Vacina da gripe: por que precisamos tomar todo ano?


De VivaBem, em São Paulo
21/03/2025 15h37
O Ministério da Saúde anunciou que a campanha de vacinação contra influenza começa no dia 7 de abril. A pasta informou ainda que a distribuição da vacina inicia hoje. A meta é imunizar 90% da população dos grupos de prioritário contra a doença, que tem seu pico no inverno.
Calendário de distribuição
O ministério determinou datas para chegada das vacinas aos municípios. E também as quantidades. A compra é menor que o número de pessoas nos grupos prioritários. Caso as vacinas estejam perto do fim, nova encomenda será feita. A gestão é feita desta forma, segundo o ministério, para evitar desperdício de doses.
- Março: 5 milhões de doses
- Abril: 35 milhões de doses
- Maio: 36 milhões de doses
Grupos de risco antes. O ideal é que a imunização ocorra antes da temporada de pico da gripe nos grupos de risco — crianças, idosos, doentes crônicas e pessoas com IMC acima de 30;
Por que temos que tomar a vacina da gripe todo ano?
Isso é necessário porque há uma queda do nível de anticorpos contra o vírus influenza com o passar do tempo. Assim, é preciso novo estímulo por meio da vacinação.
Outro ponto é que os vírus passam por mutações. Há vários tipos de influenza que circulam no mundo. Por isso, existe uma vigilância global, exercida pela OMS, para saber que tipo de vírus está circulando. Essa vigilância também vai ditar qual é a composição da vacina. Com isso, o imunizante é atualizado e deve ser aplicado novamente. Neste ano, na vacina trivalente disponível no SUS haverá dois subtipos de influenza A (H1N1 e H3N2) e um subtipo de influenza B (Victoria), conforme nota técnica da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações).
Vacina contra influenza é produzida no Brasil pelo instituto Butantan. Em 2024, somente 54,6% do público-alvo das regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste do Brasil compareceu ao posto para receber sua dose, segundo o Ministério da Saúde. Na região Norte, a cobertura ficou ainda mais baixa, atingindo 40%. A taxa recomendada é de pelo menos 90% para controlar a disseminação da influenza e prevenir internações e óbitos.
Outras dúvidas comuns
Vacina pode causar efeitos colaterais, mas eles não duram mais de 48 horas. Os sintomas são, em geral, febre de 38ºC, dor no local da aplicação, um pouco de dor muscular, mal-estar, fadiga e perda de apetite.
Se você estiver doente, com febre ou outra infecção, você não pode tomar vacina. Isso porque o seu organismo ainda está lidando com outra infecção, sendo assim necessário esperar a doença ser curada.
Quem não pode tomar a vacina. Pessoas com alergia ao ovo, ao timerosal (produto conservante da vacina) ou com síndrome de Guillain-Barré (polineuropatia que causa fraqueza muscular) não pode tomar imunizante da gripe.
Quem teve covid recente pode, sim, tomar a vacina da gripe. A proteção seria contra um vírus diferente, mas precisa estar curado da covid primeiro para depois tomar a vacina contra a gripe.
Apesar de tomar a vacina contra a gripe, ainda é possível contrair a doença. Isso não está relacionado à vacina em si, que é feita com vírus mortos ou enfraquecidos, incapazes de causar a gripe. O sistema imunológico leva de quatro a seis semanas para se fortalecer após a vacinação, durante as quais é possível ser infectado pelo vírus. No entanto, essa ocorrência não é resultado da vacinação, mas, sim, do tempo necessário para desenvolver a imunidade.
*Com informações do Ministério da Saúde e do Instituto Butantan.