Reduzir o volume ao estacionar é um aviso do seu cérebro; saiba o que é

Com o som do carro ligado, muitas pessoas reduzem o volume ao manobrar. Segundo neurocientistas, isso ocorre porque o cérebro humano tem uma capacidade limitada de processar informações. Tarefas que exigem precisão, como estacionar ou analisar dados, demandam foco máximo, e a música ocupa parte dessa atenção.

Segundo estudos, músicas com letra exigem mais da nossa mente, mesmo que estejam em um idioma que não entendemos. Isso acontece porque nosso sistema cognitivo tenta processar todas as informações ao redor, e mostra que, ao contrário do que muitos pensam, nossa capacidade mental não consegue lidar com várias tarefas ao mesmo tempo com eficiência. O cérebro precisa se concentrar em uma coisa de cada vez para ter um bom desempenho.

Ser multitarefa é um risco

Nossa atenção não é simultânea, mas alterna rapidamente entre tarefas, criando a ilusão de multitarefa. Assim como em um computador, podemos abrir várias abas, mas só focamos em uma por vez. Esse esforço extra consome mais energia e reduz a qualidade do que fazemos.

Um estudo da Universidade Carnegie Mellon (EUA) mostrou que a atividade cerebral ao dirigir cai 37% quando o motorista também processa informações verbais. Outra pesquisa, também norte-americana, da Universidade de Utah, revelou que apenas 2,5% das pessoas conseguem realizar duas tarefas ao mesmo tempo sem grande prejuízo. No trânsito, essa habilidade é rara — e insistir nela pode ser perigoso.

É possível treinar, mas vá devagar

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Imagem: Morsa Images/Getty Images

Alguns cientistas acreditam que podemos melhorar nossa capacidade de atenção e memória. Vale focar em aprender uma coisa por vez, aprimorando uma habilidade antes de partir para a próxima. Com o tempo, tarefas bem praticadas exigem menos esforço.

Um estudo da Universidade de Osaka (Japão), por exemplo, comparou a atividade cerebral de Neymar com a de jogadores amadores enquanto eles faziam dribles. Os pesquisadores descobriram que Neymar usava 10% menos energia cerebral do que os amadores para executar os mesmos movimentos. Isso acontece porque, com a prática intensa, o cérebro "automatiza" certas habilidades, tornando-as mais fáceis e rápidas de executar. É como dirigir um carro: no começo, você pensa em cada movimento, mas com o tempo, tudo se torna natural. Para Neymar, driblar já é algo tão treinado que seu cérebro precisa de menos esforço para fazer isso, dando a ele uma vantagem competitiva.

Para manter o foco, reduza distrações

Pesquisadores da Universidade do Texas (EUA) descobriram que apenas ter o celular por perto já compromete a concentração. Além disso, checar redes sociais ou se distrair enquanto come pode impactar negativamente outras áreas da vida, como a alimentação e a produtividade. Para manter o foco, busque ainda:

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Desligar notificações no celular ou computador;

Dividir tarefas grandes em etapas menores;

Estabelecer horários específicos para checar e-mails e redes sociais;

Criar um ambiente organizado, sem bagunça;

Tirar intervalos regulares para descansar a mente;

Praticar a chamada técnica "pomodoro" (25 minutos de foco, 5 de pausa);

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Manter seu espaço de trabalho limpo e silencioso.

*Com informações de reportagem publicada em 01/10/2018

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