5 características de pessoas autoritárias; gente 'tirana' pode mudar?
Colaboração para VivaBem*
02/04/2025 11h55
No cotidiano, o autoritarismo pode se manifestar em diversos contextos, como nas relações sociais, familiares e profissionais, por meio de atitudes que impõem autoridade de forma rígida e inflexível.
A personagem Odete Roitman, da novela "Vale Tudo", da TV Globo, é um exemplo clássico desse tipo de comportamento. Porém, no caso dela, a diferença está na intensidade do autoritarismo, que chega a se tornar tirânico. Isso a tornou uma das vilãs mais marcantes da teledramaturgia brasileira.
A seguir, veja comportamentos típicos de uma pessoa autoritária:
- Imposição de regras sem diálogo: não permite questionamentos ou participação dos outros nas decisões;
- Controle excessivo: tenta supervisionar todas as ações e escolhas dos subordinados ou pessoas ao redor;
- Repressão e punição: usa ameaças, castigos ou intimidação para manter a obediência e o controle;
- Desvalorização da opinião alheia: ignora ou despreza ideias diferentes, impondo suas próprias crenças;
- Resistência à mudança: recusa-se a adaptar ideias ou flexibilizar regras, mantendo um comportamento rígido.
Impactos pedem estratégias certas
Conviver com uma pessoa autoritária pode ser emocionalmente desgastante, gerando tensão, desmotivação e insegurança. Quem está ao redor muitas vezes sente que sua opinião não é valorizada, o que pode afetar a autoestima e a qualidade das relações. No trabalho, na família ou entre amigos, o autoritarismo sufoca a comunicação, cria ressentimentos e leva à submissão ou a constantes conflitos.
Esse impacto é especialmente evidente nas relações familiares. Segundo a psicóloga Aline Mayra Lima Bezerra, quando os pais são muito autoritários ou não validam os sentimentos das crianças, o resultado mais provável é o distanciamento da família. Isso é compreensível, pois ninguém se sente à vontade para ouvir críticas e broncas constantemente. A falta de espaço para expressão emocional pode comprometer os laços afetivos e o desenvolvimento pessoal.
Para minimizar os danos, é essencial impor limites com firmeza, evitando confrontos desnecessários. Manter a calma e agir de forma assertiva ajuda a reduzir tensões, enquanto abrir espaço para o diálogo pode suavizar a rigidez do outro. No entanto, se o autoritarismo se tornar insustentável e prejudicar a saúde mental, buscar apoio externo, seja de pessoas próximas ou de profissionais como psicólogos, pode ser a melhor alternativa.
Alguém autoritário pode mudar?
É possível reduzir a necessidade autoritária, mas o autoconhecimento é fundamental, afirma Hélio Roberto Deliberador, professor de psicologia social. O primeiro passo é reconhecer os sinais, admitir que se é uma pessoa dominadora e, a partir daí, buscar formas de minimizar o sofrimento causado por esse comportamento.
No entanto, essa mudança só é possível quando a pessoa não possui falhas de caráter ou é mal-intencionada, pois, nesses casos, o comportamento não tem um tratamento simples e pode envolver questões mais profundas —será o caso de Odete Roitman?
A terapia também desempenha um papel importantíssimo, pois abandonar um controle rígido é desafiador e requer ajuda de profissionais. Em casos mais graves, medicamentos podem ser usados para ajudar a pessoa autoritária a relaxar.
Além disso, os especialistas sugerem a adoção de hábitos de vida saudáveis, como praticar atividades físicas e de lazer, garantir pelo menos oito horas de sono por noite, e incorporar técnicas de relaxamento, respiração, ioga e meditação na rotina. Quando a pessoa autoritária está disposta a mudar, é possível aprender a lidar de maneira mais equilibrada com o controle.
*Com informações de reportagens publicadas em 11/06/2019 e 19/07/2022