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Cuidar da mente para uma vida mais harmônica


O que é a nosofobia, transtorno do qual sofre a atriz Claudia Ohana?

Colaboração para VivaBem

02/04/2025 12h30

Claudia Ohana revelou à Tati Bernardi no programa "Desculpa Alguma Coisa", de Universa, que sofre de nosofobia, o medo irracional de ficar doente.

Afinal, que doença é esta?

A nosofobia é uma manifestação dos transtornos de ansiedade. Apesar de não estar detalhada no DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) publicado pela Associação Americana de Psiquiatria, ela é considerada uma "fobia específica" de adoecer, nos parâmetros da publicação de referência.

Doença é diferente de hipocondria. A Cleveland Clinic, instituição de pesquisa e atendimento médico de referência nos EUA, salienta que pacientes com nosofobia têm "um medo persistente e irracional de contrair uma doença específica". Geralmente, a doença imaginada é crônica e ameaçadora à vida, como câncer ou Aids. Já o CID-10 —Classificação Internacional de Doenças realizada pela OMS (Organização Mundial de Saúde)— lista a nosofobia como um tipo de transtorno hipocondríaco.

Nosofobia se diferencia do transtorno de ansiedade por doença (hipocondria), que faz com que você se preocupe com todos os tipos de doenças. Cleveland Clinic

O nosofóbico sofre de "ataques" ou episódios de medo, enquanto o hipocondríaco está constantemente preocupado. Ainda segundo um artigo de pesquisadoras da Universidade de Bolonha publicado em 2011 na revista Advances in Psychosomatic Medicine, quem sofre de nosofobia costuma "evitar estímulos internos ou externos [que levem] à doença" como forma de "prevenção". Já o hipocondríaco procura maneiras de checar se está doente para se acalmar, se submetendo a consultas, exames ou tratamentos.

Ela também é conhecida como "doença do estudante de medicina". Alunos, com alguma frequência, reportam sentir sintomas de doenças que estão estudando mais a fundo, apontam diversas publicações em psiquiatria desde os anos 1960.

Pessoas com TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) ou mutações genéticas que aumentam risco de ansiedade têm maior risco de se tornarem nosofóbicos. A Cleveland Clinic também aponta que aqueles que estiveram gravemente doentes na infância, têm histórico familiar de uma doença hereditária ou ainda cresceram com pai ou mãe que sofriam de transtorno de ansiedade, fobia ou hipocondria podem desenvolver o problema.

Cuidadores de um ente querido com doença grave ou aqueles que perderam alguém com uma doença incurável também têm risco maior para a nosofobia. Idosos que experimentam o medo da morte também relatam o problema.

Quais são os sintomas da nosofobia?

Quem é nosofóbico pode fazer várias visitas ao médico. Mas também é frequente desenvolverem um medo ou aversão a ir ao médico, por medo de ouvir que estão com a doença que temem. Eles também sentem que seus médicos não levam seus sintomas ou preocupações a sério. Outros sinais de nosofobia incluem:

Evitar pessoas ou lugares para diminuir seu risco de adoecer;

Constantemente pesquisar uma doença específica e seus sintomas;

Ansiedade extrema a respeito da própria saúde;

Obcecar-se com funções corporais normais, como ritmo cardíaco, ou se preocupar imediatamente que uma tosse possa ser sintoma de câncer de pulmão;

Comentar excessivamente seus sintomas e estado de saúde com os outros;

Procurar conforto em outros a respeito dos seus sintomas ou saúde;

Desconfiança com funções corporais normais como gás ou suor.

Como o médico diagnostica a nosofobia?

Este é um diagnóstico de exclusão. Profissionais de saúde, primeiro, eliminam a possibilidade de uma doença física antes de encaminhar para uma avaliação psicológica.

Psiquiatras ainda avaliam o nível de prejuízo à saúde mental e à rotina da pessoa antes de bater o martelo de que a "preocupação" se trata de nosofobia. Esta informação também é importante para decidir o tratamento.

Como pode ser tratada?

Terapia cognitivo-comportamental: Com o acompanhamento de um psicólogo, o paciente vai entender por que se sente assim e como pode mudar a percepção de sua saúde;

Terapia de exposição: Este método de terapia expõe o paciente aos seus medos, como informações sobre doenças, com o auxílio de técnicas de relaxamento, para diminuir a ansiedade em relação à própria saúde;

Medicação e outras: Há psiquiatras que ainda recorrem a medicações para controlar a ansiedade do nosofóbico, ou a técnicas como a hipnoterapia.

Quais são as complicações da nosofobia?

Quem não trata o problema, pode ter um agravamento dos seus níveis de estresse e deterioração de saúde mental que leva a:

Depressão e pensamentos suicidas;

Ataques de pânico e transtorno de pânico;

Dívidas devido a perdas de dia de trabalho e contas médicas;

Exames e procedimentos desnecessários que podem causar complicações;

Abuso de substâncias químicas.

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