Qual filtro é melhor para tratar a água? E beber da torneira, pode?
Colaboração para VivaBem*
02/04/2025 13h08
Nos filmes americanos, é muito comum ver os personagens beberem água direto da torneira. Embora aqui no Brasil tenhamos receio de adotar o hábito, em locais que contam com uma rede de água tratada, quase sempre é seguro consumir a bebida diretamente da torneira.
Ainda há a vantagem da presença do flúor, aplicado obrigatoriamente no tratamento de água de municípios brasileiros desde a década de 1970, com o objetivo de diminuir a incidência de problemas bucais na população. A substância não se perde nem mesmo se a água passar pelo processo de filtragem. Assim como o cloro, o flúor adicionado à água, por ter efeito antimicrobiano e antienzimático, é capaz de eliminar e dificultar a proliferação de bactérias.
No entanto, embora as centrais de abastecimento públicas tratem a água para ficar potável antes de chegar às residências, existe o risco de que ela se contamine com resíduos químicos, micro-organismos e impurezas (areia, ferrugem, algas etc.) presentes em encanamentos e caixas d'água mal cuidados. Portanto, tenha muita atenção ao estado de conservação e à limpeza desses locais e prefira sempre tomar água que passou por um filtro ou purificador.
Muitos lares ainda estão desatendidos quanto à infraestrutura de saneamento básico. Cerca de 15% da população não tem fornecimento de água potável e quase metade vive em locais sem coleta adequada e tratamento de esgoto. Por isso, filtros domésticos podem ser uma opção para evitar contaminações, doenças e outros males.
De barro, bebedouro ou purificador: qual escolher?
Antes de comprar, avalie com atenção como o filtro vai ser usado, o local de instalação e qual a quantidade de água a ser consumida. Isso vai interferir na manutenção, por exemplo. Verifique se o produto tem selo de certificação do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), que estabelece o padrão a ser atendido para que o acessório forneça água potável.
Confira, a seguir, informações sobre os tipos de filtros mais comuns no mercado.
Filtro de barro
Um dos mais antigos produtos usados para purificar água, o filtro de barro tem como principal função a retenção de partículas maiores, como pedriscos, barro, lodo ou limo, que possam estar presentes no líquido. O acessório tem, no interior, velas de cerâmica ou carvão ativado para barrar as impurezas.
A principal desvantagem é que alguns filtros de barro não são capazes de eliminar bactérias. O recomendado é procurar um aparelho mais moderno, com velas mais atuais e eficientes. Outro problema é a vazão. Como a filtragem ocorre por gravidade, com a água descendo da parte de cima do filtro até a base, é preciso esperar algum tempo para poder usar uma grande quantidade.
E fique de olho na manutenção. De acordo com a Fiocruz, a vela de porcelana deve ser trocada a cada seis meses. As velas e os reservatórios do filtro devem ser lavados com frequência, usando água e esponja somente.
No galão ou na pressão
Os bebedouros podem ser encontrados em dois modelos: o aparelho de pressão e o que utiliza um galão de água. O primeiro funciona por meio de um sistema elétrico e é conectado diretamente ao final da tubulação de água. Pode contar com um sistema de filtração acoplado, com carvão ativado e prata coloidal (usada como bactericida). É capaz de reter partículas em suspensão, de eliminar sabores e odores da água e de inibir a proliferação de bactérias.
Já o bebedouro que serve como base para o garrafão oferece água diretamente deste recipiente. Por isso, a sugestão é verificar a qualidade da água com o distribuidor.
Para uma boa manutenção, alguns fabricantes de bebedouros de pressão recomendam a troca do refil a cada seis meses ou a cada 3.000 litros de água usados.
Para o aparelho do tipo garrafão, é necessária uma limpeza periódica do reservatório para remoção de possíveis sujidades e da parte do galão que ficará em contato com a água.
Purificadores
Os purificadores são considerados os equipamentos mais modernos e completos para consumo de água, pois, a depender da tecnologia oferecida, permitem tratamento de contaminantes físicos (partículas), químicos (absorvendo o cloro, por exemplo) e biológicos (contra vírus e bactérias). Eles contam com recursos de refrigeração e de aquecimento da água. De acordo com informações levantadas pela reportagem, são os que oferecem como resultado água com maior pureza.
Cada fabricante sugere uma frequência específica para manutenção e troca do filtro, podendo ser feita a cada três meses, seis meses ou mais.
*Com informações de reportagens publicadas em 30/07/2024 e 05/04/2021