Vacina da gripe: é mito achar que imunizante te deixa doente após recebê-lo

O Ministério da Saúde começou a campanha nacional de vacinação contra a gripe para grupos prioritários: crianças menores de 5 anos, idosos a partir de 60 anos, pessoas com doenças crônicas e gestantes. Com o início da campanha, surgem também informações erradas sobre o imunizante. Uma das mais comuns é achar que dá para ficar doente após recebê-lo, mas isso é mito.

Vacina não dá gripe

O vírus presente na vacina da gripe é inativado. Ou seja, ele apresenta proteínas suficientes para gerar uma reação imunológica do corpo (produção de anticorpos), mas não é capaz de infectar o indivíduo.

Dor no local, inchaço e vermelhidão são as reações mais comuns. Há ainda a possibilidade de febre baixa, especialmente em crianças pequenas. Esses desconfortos costumam desaparecer em até 48 horas. Sintomas gripais como febre alta, nariz entupido e dor no corpo não são sintomas de reação à vacina.

Efeito do imunizante não é imediato. A proteção da vacina é efetiva de 10 a 15 dias após receber a dose. Ao entrarem em contato com as células do nosso corpo, as proteínas do vírus inativado provocam uma resposta imunológica, criando anticorpos para esse patógeno. Se o vírus tentar infectar o organismo, essa defesa é reativada por meio da memória do sistema imunológico, eliminando a ameaça antes que ela provoque a doença.

Se você estiver doente, com febre ou outra infecção, não tome a vacina. Isso porque o seu organismo ainda está lidando com outra infecção. Por isso, espere a doença ser curada antes.

Por que tomar todo ano?

Isso é necessário porque há uma queda do nível de anticorpos contra o vírus influenza com o passar do tempo. Assim, é preciso novo estímulo por meio da vacinação.

Outro ponto é que os vírus passam por mutações. Há vários tipos de influenza que circulam no mundo. Por isso, existe uma vigilância global, exercida pela OMS (Organização Mundial da Saúde), para saber que tipo de vírus está circulando. Essa vigilância também vai ditar qual é a composição da vacina. Com isso, o imunizante é atualizado e deve ser aplicado novamente. Neste ano, na vacina trivalente disponível no SUS haverá dois subtipos de influenza A (H1N1 e H3N2) e um subtipo de influenza B (Victoria), conforme nota técnica da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações).

Vacina contra influenza é produzida no Brasil pelo instituto Butantan. Em 2024, somente 54,6% do público-alvo das regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste do Brasil compareceram ao posto para receber sua dose, segundo o Ministério da Saúde. Na região Norte, a cobertura ficou ainda mais baixa: 40%. A taxa recomendada é de pelo menos 90% para controlar a disseminação da influenza e prevenir internações e óbitos.

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*Com informações de reportagens publicadas em 20/04/20 e 21/03/25.

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